Troca de acusações em campanha
17/10/2018 10:04 - Atualizado em 18/10/2018 14:45
Ascom/Divulgação
A tensa campanha de segundo turno entre Wilson Witzel (PSC) e Eduardo Paes (DEM), postulantes ao Governo do Estado, ganhou um novo capítulo nessa terça-feira (16). Os dois candidatos voltaram a trocar acusações durante o horário eleitoral gratuito. O ex-prefeito do Rio de Janeiro afirmou que o concorrente não respeitou os moradores de comunidades ao dizer que, por propor o “abate” de bandidos de “fuzis”, foi impedido de fazer campanha nesses lugares. Por outro lado, o candidato do PSC falou que Paes tem “desprezo por pobre” ao reproduzir o áudio de um diálogo dele com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os dois voltam a se encontrar nesta quarta-feira (17), às 10h, em debate promovido pelo jornal O Globo.
Depois de exaltar sua trajetória, a campanha de Eduardo Paes começa a criticar o ex-juiz federal. Em um primeiro momento, são mostradas imagens do debate em que ambos participaram na última semana, na Firjan. Em certo momento, Witzel diz que não faz campanha em comunidades porque não pede votos para criminosos. Com entrevistas de eleitores, a propaganda eleitoral dá a entender que Witzel quis falar que todos que moram em comunidades são bandidos. Na sequência, o programa termina com uma chamada para a propaganda do ex-magistrado. “Esse é o Witzel verdadeiro. Agora vocês ficam com o Witzel da propaganda eleitoral”.
O programa de Wilson Wiztel começa com o depoimento do ex-secretário de Obras de Paes, Alexandre Pinto, ao juiz Marcelo Bretas, responsável pelos desdobramentos da Lava Jato no Rio de Janeiro. Alexandre afirma, no vídeo, que negociou propina com a Odebrecht no gabinete do então prefeito da capital. “É esse ex-secretário de Eduardo Paes que foi condenado a 23 anos de prisão que afirma ao juiz Marcelo Bretas que Paes recebia propina da Odebrecht”, diz a propaganda.
Em seu tempo de rádio, Witzel voltou a mostrar um áudio de Paes em conversa com o ex-presidente Lula. No telefonema, o ex-prefeito destacava que “sua vida começou com Lula e (Sérgio) Cabral e terminou com Dilma (Rousseff) e (Luiz Fernando) Pezão”. Em dado momento do contato, o político chama Maricá de “uma m... de lugar” e questiona a “alma de pobre” do petista. Para a campanha do adversário, a conversa denotou o “desprezo pelo pobre” de Paes. “Você conhece o Eduardo Paes? E seu mentor? Com quem se mistura?”, pergunta a campanha do PSC, que ressalta ser Witzel “quem vai limpar o Rio, quem vai passar a vassoura” no estado. 
“A geração de renda atual não vai pagar a corrupção”
Em entrevista ao RJ2, da TV Globo, Wilson Witzel defendeu a revisão do acordo de recuperação fiscal e o pagamento das dívidas com a União. O candidato do PSC declarou que, se eleito, quer propor que o débito esteja atrelado à arrecadação do Estado.
Divulgação
— Queremos fazer um alongamento da dívida sem limite e pagar de forma flexível com base nas receitas correntes do estado. A geração (de renda) atual não vai pagar a dívida da corrupção — disse Witzel.
O ex-juiz reafirmou que pretende extinguir a secretaria de Segurança Pública. Em seu governo, a Polícia Civil e a Polícia Militar ganhariam o status de secretaria, sendo que a política de segurança ficaria sob a supervisão do governador. “A secretaria de Segurança tem sido muito politizada. Os secretários saem e viram candidatos a alguma coisa”, justificou.
Witzel reconheceu que muitas propostas descritas em seu plano de governo ainda são conceituais e que podem ser modificadas se eleito. “O programa de governo é um rascunho para ser aprimorado no governo com políticas públicas”, argumentou.
Candidato do DEM fala de clínicas no interior
Em visita ao Hospital do Olho Julio Candido de Brito, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Eduardo Paes, anunciou ontem que, se eleito, pretende implantar quatro outras unidades semelhantes nas demais regiões do estado. Segundo Paes, a ideia é ter uma unidade especializada em procedimentos relacionados a problemas de visão nas regiões Norte-Noroeste, Serrana, Sul e capital.
— Andei muito na campanha e só ouvi as pessoas falando desse Hospital do Olho em Caxias e resolvi conhecer. Essa é uma experiência que a gente vai levar para pelo menos mais quatro unidades do estado. Isso aqui é uma experiência fantástica. Você tem a oportunidade de fazer duas mil cirurgias relacionadas a problemas de vista, principalmente catarata, por mês, com custo relativamente baixo. Então isso é uma inspiração que a gente pega para levar a todo estado — disse Paes.
Paes ainda ressaltou seu compromisso de aplicar na Saúde 15% do orçamento do estado, acima do mínimo constitucional de 12%. O candidato do Democratas lembrou que, enquanto estava na Prefeitura do Rio, adotou o mesmo tipo de prioridade.
PP do RJ fecha com Paes e Bolsonaro para presidente
Partido do atual vice-governador Francisco Dornelles, o PP do Rio de Janeiro anunciou ontem que a legenda vai apoiar os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) à presidência e Eduardo Paes (DEM) para governador. “O Jair Bolsonaro sempre foi uma pessoa muito identificada com o PP, esteve nos quadros do partido durante muitos anos, todos nós gostamos e confiamos muito nele. O Eduardo Paes foi o melhor prefeito que o Rio já teve. Ele é o homem que se fizer no estado o que fez no Rio será extremamente importante para o desenvolvimento do estado”, disse Dornelles.
Segundo o vice-governador, no Rio, o partido desde o primeiro turno queria apoiar Bolsonaro, no entanto, como havia um compromisso com Geraldo Alckmin (PSDB), foi respeitado esse acordo. Neste segundo turno, o apoio a Bolsonaro foi unânime.
De acordo com lideranças do PP, o apoio a Bolsonaro deve ser seguido pelos diretórios estaduais no Rio Grande do Sul, Santa Catarina além de algumas cidades de São Paulo e do Paraná. Quanto ao Nordeste, deverão se manter calados ou apoiar Fernando Haddad, do PT. (A.N.) (A.S.)

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