Familiares de trabalhador que morreu em queimada de canavial fazem protesto em Campos
02/06/2025 17:11 - Atualizado em 02/06/2025 18:11
Foto: Reprodução

Os familiares de Ivanildo da Silva Felizardo, que morreu durante uma queimada em canavial de Campos no dia 7 de maio, fizeram uma manifestação na tarde desta segunda-feira (2) pedindo justiça pelo ocorrido. O ato, que inicialmente ficou concentrado em frente à Usina Canabrava, na RJ 224, seguiu para a delegacia de Guarus (146º DP). 

“Eles não nos procuraram para saber como está o nosso emocional. Não nos deram nenhuma explicação, porque não se coloca fogo às 10h da manhã sabendo que é proibido. Cadê o fiscal? Cadê quem estava tomando conta do pessoal que estava trabalhando?”, disse a irmã de Ivanildo, Genise Felizardo.
Ivanildo
Ivanildo / Reprodução


Ivanildo tinha 60 anos e era morador do Parque Santa Rosa, em Guarus. Ainda segundo a irmã da vítima, ele começou a trabalhar oficialmente no dia da morte, mas já atuava na lavoura dias antes de forma clandestina.

“Ele começou a trabalhar há uns três ou quatro dias [antes da morte]. Segundo eu soube, ele assinou a carteira no dia da morte dele”, explicou.
O caso
Ivanildo morreu durante uma queimada em um canavial na RJ 224, próximo à Usina Canabrava, em Campos, na tarde do dia 7 de maio. Um outro trabalhador também ficou ferido. De acordo com o 2º Destacamento de Bombeiro Militar (DBM), os agentes foram acionados às 15h45 para verificar um incêndio no lugar, onde já encontraram o homem morto.
À época, o delegado Ronaldo Cavalcante, titular da 146ª Delegacia de Polícia, disse que o trabalhador estava cortando cana-de-açúcar a serviço de uma empresa. O delegado disse, ainda, que uma perícia foi realizada no local, mas a linha de investigação ainda não está definida.

A polícia recebeu a informação de que outra empresa teria sido contratada para fazer a queima no canavial, onde outros trabalhadores realizavam o corte da cana-de-açúcar. "Ao que parece, houve um desencontro de informação, e a queima se deu quando ainda haviam pessoas no corte", informou o delegado.
Também à época, o delegado Ronaldo Cavalcante disse que seria apurada a morte a título de culpa, além da origem do fogo no local. "Há que se apurar se essa queima é legal, se tem licença ambiental, se se observou o procedimento, etc. Só depois que nos aprofundarmos nos fatos, é que poderemos afirmar o que efetivamente ocorreu", ressaltou o delegado.

A Folha tenta contato com a delegacia de Guarus (146º DP) para saber atualizações da investigação do caso. A reportagem também tenta contato com a Usina Canabrava para saber o que a empresa tem a dizer sobre o assunto.

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