Dois vereadores do PDT firmam posição contra o Código Tributário
12/08/2021 18:23 - Atualizado em 13/08/2021 14:54
“Fechamos posição. Tivemos uma reunião com Caio (Vianna), nosso presidente (do diretório municipal do PDT), e chegamos a conclusão de que não é o momento para aumento de tributos”. Foi o que afirmou nesta quinta-feira (12) o líder do PDT na Câmara de Campos, o vereador Marquinho do Transporte. No gabinete, ele estava com outro parlamentar da legenda, Luciano Rio Lu, que seguirá a mesma orientação. Já Leon Gomes, também do PDT, afirmou na tribuna nessa quarta-feira (11) que está na base de sustentação ao governo Wladimir Garotinho (PSD) e, consequentemente, votaria a favor da proposta. Pouco depois da posição ao blog, Marquinho publicou uma nota nas redes sociais (aqui) explicando os motivos da mudança do seu voto no projeto. 
Até
Marquinho ao lado de Álvaro Oliveira
Marquinho ao lado de Álvaro Oliveira / Rodrigo Silveira
a noite de terça-feira (10), os votos de Marquinho e Luciano eram contados como favoráveis às medidas do governo, chegando à maioria absoluta de 13 votos necessários à aprovação, sem contar o voto de Fábio Ribeiro (PSD), já que o presidente Câmara não vota neste caso. Contudo, na manhã de quarta, quando o governo esperava colocar o projeto em pauta para aprovação, os dois afirmaram ao blog (aqui) que estavam em dúvida sobre a posição. Pouco depois, o Opiniões divulgou (aqui) uma nota do PDT orientando os vereadores a votar contra a medida. Foi a mesma posição que o partido adotou em maio, antes do pacote enviado por Wladimir. À época, todos os pedetistas votaram com o governo, ignorando as orientações de Caio, inclusive utilizando a tribuna em defesa das medidas, sobretudo Rio Lu e Leon.
O cenário mudou. Agora, com apenas 11 favoráveis ao projeto — sendo necessários 13 votos—, o governo Wladimir tem ainda mais dificuldades para aprovação do Código Tributário. A maioria absoluta está contra as medidas.
“Vejo como muito positivas todas as discussões sobre o projeto e até julgo bom o fato dele ter sido retirado de pauta várias vezes, porque assim foi possível ter uma análise mais minuciosa para decidir meu voto. De fato, vivemos um momento de pandemia com sérias consequências. A cidade está mergulhada em crise financeira, pessoas sem ter o que comer e perdendo seus empregos, portanto, aqui na casa de leis a nossa maior responsabilidade é trabalhar para garantir ao munícipe dinheiro no bolso e comida na mesa”, afirmou Marquinho em sua publicação.
Luciano Rio Lu
Luciano Rio Lu / Rodrigo Silveira
A nota também diz que “com o mesmo pensamento de conciliar as opiniões sobre a melhor decisão, o vereador também do PDT Luciano Rio Lu, declarou seu voto contrário. 'Não estamos brigando entre nós, é necessário que haja bom senso nas decisões que vão mudar toda a vida financeira da cidade. E o momento é de preocupação com a nossa economia'”.
Outras posições — Outro voto que era considerado dúvida até terça, Thiago Rangel (Pros) vai votar com o governo. Segundo o vereador, para sua posição foi levado em consideração a flexibilização de alguns pontos do projeto, como os que envolvem a transferência de táxi, alíquota de ITBI e taxa de localização para a coleta de lixo. A decisão dele e a definição (aqui) do voto de Marcione da Farmácia (DEM) garantiriam a vitória do governo com os 13 votos necessários para maioria absoluta, mesmo que sem o apoio esperado pela base do vereador Maicon Cruz (PSC). A decisão dos vereadores do PDT, agora, vira o jogo.
Novela do Código e o pacote de Wladimir
No dia 25 de maio chegou à Câmara um pacote com 13 projetos enviados pelo prefeito Wladimir, que entraram em pauta no mesmo dia e foram discutidos em uma sessão que só terminou na madrugada. Nas questões polêmicas, como corte de benefícios dos servidores, o governo teve os 14 votos, um além do necessário para aprovação. A situação virou quando o Código Tributário entrou em pauta.
Até então votando com a base, Bruno Vianna (PSL), Fred Machado (Cidadania) e Raphael Thuin (PTB) se colocaram contra a proposta. Seus votos se somariam aos de Anderson de Matos (Republicanos), Dr. Abdu Neme (Avante), Helinho Nahim (PTC), Igor Pereira (SD), Nildo Cardoso (PSL), Maicon Cruz, Marquinho Bacellar (SD), Rogério Matoso (DEM) e Thiago Rangel, além da ausência de Marcione da Farmácia, e o governo perderia a votação.
O projeto foi retirado de pauta para ampliar as discussões. Nesse meio tempo, Bruno e Thuin tiveram aliados exonerados do governo. Thiago, por outro lado, indicou os nomes da Emhab. E, mesmo com as articulações em curso no jogo jogado, o placar ainda não tem desfecho, quase três meses depois. O capítulo final era projetado pelo governo Wladimir para a sessão da última quarta. Uma nova data para o desfecho ainda não foi anunciada.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Sobre o autor

    Arnaldo Neto

    [email protected]