Governo Wladimir segue sem votos para mudanças no Código Tributário
09/06/2021 10:26 - Atualizado em 09/06/2021 10:31
Novela
A novela sobre a proposta do prefeito Wladimir Garotinho (PSD) para alteração no Código Tributário parece longe do fim. Contrários à medida por causa da previsão de aumento de impostos, representantes do setor produtivo têm se organizado para pressionar vereadores. Na segunda (07), parlamentares como Rogério Matoso (DEM), Igor Pereira (SD), Helinho Nahim (PTC), Maicon Cruz (PSC), Nildo Cardoso (PSL) e Anderson de Matos (Republicanos) — grupo que votou contra as outras medidas de austeridade —, além dos indecisos Bruno Vianna (PSL) e Raphael Thuin (PTB), participaram de uma reunião e reforçaram a posição contrária ao projeto (aqui).
Nada concreto
Na terça (08), empresários estiveram com Wladimir e ficaram de levar uma proposta com alterações em nova reunião nesta quinta-feira (10). No entanto, o presidente da CDL, José Francisco Rodrigues, mostrou falta de otimismo (aqui): “Saímos sem nada de concreto”. Nada concretas também estão as contas do grupo independente e do governo sobre como será a votação do Código Tributário. Ainda não há data prevista para o texto ir à pauta. O que parece ter subido de vez no telhado é a tentativa de reavaliar as contas da ex-prefeita Rosinha Garotinho (Pros). São necessários 2/3 dos votos para aprovação, mas o prefeito vem encontrando dificuldade de formar maioria simples para aprovar o Código Tributário.
Cálculos
Independentes e oposição somam nove vereadores. Os governistas são 11 mais o presidente Fábio Ribeiro (PSD), que vota apenas em caso de empate. Entre os indecisos, além de Bruno e Thuin, estão Fred Machado (Cidadania) e Marcione da Farmácia (DEM), que não comparece às sessões há três semanas. Nos bastidores, dizem que Marcione tem tendência a votar com o governo. Caso os três indecisos fossem contrários ao projeto, seriam 12 votos. Com Marcione votando com o governo, Fábio decidiria pela aprovação. Sem Marcione, o governo perderia por 12 a 11. Para os independentes, a esperança é tirar mais um voto da base: e a bola da vez seria Leon Gomes (PDT).
Bacellar afina com Castro
Desde que ganhou a disputa pela secretaria estadual de Governo, Rodrigo Bacellar (atual SD) vem trabalhando para afinar sua parceria (aqui) com o governador Cláudio Castro (PL). Nessa terça, o jornal carioca Extra noticiou que o político de Campos recebeu a missão de correr atrás de legendas pequenas para Castro, que assumiu após o impeachment de Wilson Witzel (PSC), tentar se eleger governador em 2022. Para tanto, Bacellar e o xará Rodrigo Betlhem já teriam fechado com PTC, PMN, Pros e PRTB. Até este final de semana, será acertado o espaço que cada partido terá.
Joilza e Pudim no RJ
Na via de mão dupla com Castro, Rodrigo também conseguiu emplacar dois aliados de Campos no Executivo fluminense. Joilza Rangel foi nomeada subsecretária estadual de Educação, enquanto Geraldo Pudim levou uma subsecretaria estadual de Governo. A primeira foi vereadora e ex-secretária de Educação da ex-prefeita Rosinha Garotinho (hoje, Pros). O segundo foi deputado federal e estadual. E ambos já foram aliados próximos do ex-governador Anthony Garotinho (sem partido). Mas hoje estão abrigados no grupo político do principal opositor do prefeito Wladimir Garotinho.
Cláudio Castro, Joilza Rangel, Joilza Rangel e Geraldo Pudim
Cláudio Castro, Joilza Rangel, Joilza Rangel e Geraldo Pudim / Montagem: Joseli Matias
Segurança Presente
De mudança para o PL de Castro, Rodrigo também trabalha junto ao governador para levar o projeto Segurança Presente, por enquanto restrito ao Grande Rio, ao interior fluminense. A intenção é começar por Campos, considerado um dos mais violentos municípios fluminenses e que registrava até ontem (08), no fechamento desta edição, 53 homicídios só em 2021. O objetivo é preparar PMs para atuar especialmente no policiamento comunitário.
Segurança em Campos
Segurança Pública de Campos foi o assunto do Folha no Ar na manhã dessa terça (aqui), com o policial federal e especialista na área, Roberto Uchôa. Ele criticou o rodízio de comando no 8º BPM, que trocou no último dia 22 o comando, do tenente-coronel Luiz Henrique Barbosa ao Cláudio Marques. “O (tenente-coronel Rodrigo) Ibiapina, que agora voltou para cá na CPA (Comando de Policiamento de Área), foi um comandante (do 8º BPM) que teve abaixo-assinado para não sair, ele não queria sair, e veio o Luiz Henrique, também fez um excelente trabalho, mas agora também sai”, lamentou.
Nota 6 a Wladimir
O policial federal foi ainda mais crítico à atuação municipal em sua área. Perguntado sobre o que achava do trabalho de Alonsimar Oliveira na secretaria de Segurança e de Carlos Leão, no comando da Guarda Municipal, ele devolveu a indagação: “Que trabalho?”. Candidato a vereador de Campos em 2020, Uchôa questionou a suposta renovação da Câmara. E deu nota 6 aos cinco primeiros meses do governo Wladimir, a quem apoiou no segundo turno a prefeito. Além da Segurança, apontou erros “na tentativa de aprovar as contas da mãe e de contrato (na Saúde) meio nebulosas”.
Suspensos
Campos suspendeu (aqui) os salários de 289 servidores da Educação, que não fizeram o recadastramento no mês passado. Para regularizar a situação, os servidores devem entrar em contato com a secretaria de Administração e Recursos Humanos pelos telefones (22) 98168-3586 ou 98179-4085.
*Com os jornalistas Aldir Sales e Aluysio Abreu Barbosa
Publicado na edição desta quarta-feira (09) da Folha da Manhã

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