Poucas propostas e muitos ataques em novo debate no Rio
19/10/2018 23:01 - Atualizado em 22/10/2018 14:57
Em mais um debate marcado por troca de acusações e poucas propostas, os candidatos ao Governo do Estado Wilson Witzel (PSC) e Eduardo Paes (DEM) se encontraram nesta sexta-feira (20) na Record TV Rio. Ao contrário dos últimos debates, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) foi pouco citado, mas sobraram ataques envolvendo relações diretas de cada um dos postulantes.
O início do debate dava a ideia de que os dois poderiam aumentar o nível e falar de propostas, no entanto, logo na terceira pergunta, os candidatos começaram os ataques. No terceiro bloco, Paes cutucou Witzel ao citar sua relação com o advogado Luiz Carlos Azenha, condenado a três anos de prisão por tentar auxiliar a fuga do traficante Nem, da Rocinha, em 2011. Paes pediu a Witzel que explicasse por que chamou Azenha para receber uma quantia não especificada de dinheiro em sua casa, informação revelada em matéria pela revista “Veja” ontem.
— No meio jurídico dos advogados, é comum apresentar outros clientes para que possam trabalhar. Azenha é um advogado criminalista, já respondeu pelos atos que praticou. Foi absolvido, inclusive, pela OAB. Defendeu um cliente em Itaperuna, o Vinícius, foi ele que pagou o Azenha. Isso tudo está sendo esclarecido para que você não tenha dúvidas que o Azenha é advogado. Ele é um profissional — respondeu Witzel.
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Quando o tema sorteado foi “legado de Cabral e Pezão”, o ex-juiz federal partiu para o ataque contra Paes. “Você comeu na mesa do Cabral, dividiu guardanapo com ele. Emprega os filhos do (Jorge) Picciani, conhece bem a rotina dessas famílias. Você está acostumado a ludibriar as pessoas. Está cercado de pessoas que entregaram o estado à corrupção. Vai dar secretaria pro Picciani? Para o filho do Cabral?”.
Na sua réplica, Paes repetiu a estratégia usada em debates anteriores, de associar Witzel a personagens como o advogado Luiz Carlos Azenha e também ao empresário Mário Peixoto, sócio dos deputados afastados Jorge Picciani e Paulo Melo e delatado na Lava Jato. “Quem tem relação com sócio do Picciani é você. Quem tem relação com advogado que esconde traficante como o Nem é você. Azenha disse que quem defendeu o secretário de Obras do Cabral foi você”. (A.S.) (A.N.)

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