Morre o médico Oswaldo Ferraz
Matheus Berriel 04/12/2017 17:42 - Atualizado em 05/12/2017 13:27
Divulgação
Morreu na manhã desta segunda-feira (04), aos 74 anos, o endocrinologista Oswaldo Ferraz Filho. Bem conceituado em Campos, o médico lutava contra um câncer no intestino há quatro anos. No momento em que foi a óbito, por volta das 6h, ele estava em casa. Oswaldo deixa a viúva Diva Maria Guimarães Ferraz e três filhos, Fabiano, Evandro e Natália Guimarães Ferraz. O velório acontece na Capela da Santa Casa, no Caju, mesmo bairro do cemitério onde o corpo será sepultado, às 9h de terça (05).
Entre as autoridades que compareceram ao velório para se despedir do doutor Oswaldo, estava o prefeito de Campos, Rafael Diniz, acompanhado da avó, Zaíra Barbosa, e de sua mãe, Beatriz Diniz. "É uma perda para todos nós, falo como amigo dele e da família. A gente lamenta muito a perda de um médico respeitado e, acima de tudo, um chefe de família muito respeitado, que valorizava muito a família. Amigo dos amigos. Hoje, a gente o perde, mas, na certeza do descanso eterno de uma pessoa que construiu muito e que serve de exemplo para todos nós", disse Rafael, lembrando da amizade de Oswaldo com seu avô, o ex-prefeito de Campos Zezé Barbosa (1930-2011), e seu pai, o ex-deputado Sérgio Diniz (1943-2012). O procurador geral do município, José Paes Neto, também esteve presente.
Em seu blog "Opiniões", hospedado no Folha 1, o jornalista e diretor do Grupo Folha, Aluysio Abreu Barbosa, fez uma publicação com o título "Mais um 'homem de pé' se deita", em homenagem ao pai de seus amigos de infância, Fabiano e Evandro, de quem também se tornou amigo por acompanhar o pai, Aluysio Cardoso Barbosa (1936-2012), fundador da Folha da Manhã, em cafés da tarde no Boulevard Francisco de Paula Carneiro, a “rua dos Homens em Pé”, onde sempre se reuniam.
  • Sepultamento acontece na capela da Santa Casa

    Sepultamento acontece na capela da Santa Casa

  • Sepultamento acontece na capela da Santa Casa

    Sepultamento acontece na capela da Santa Casa

— Sujeito simpático e bom de papo, vascaíno chato e às vezes esquentado, Oswaldinho era amigo dos amigos, bom marido, pai zeloso e um profissional respeitado. Com a sua perda, além do lado pessoal, no qual me solidarizo, sobretudo com os amigos de infância Fabinho e Evandro, registro com pesar o desaparecimento gradual de uma geração de homens de bem, da qual meu pai fez parte, que construiu o mundo nem sempre fácil do pós-II Guerra Mundial (1939-1945). A lacuna que eles deixam não é pequena. Que nós, seu filhos, jovens daqueles anos 1980 e hoje homens de meia idade com cabelos grisalhos, saibamos estar à altura do legado — escreveu Aluysio Abreu Barbosa.
Os cafés com o doutor Oswaldo também foram lembrados pelo empresário Getúlio Almeida Andrade Rodrigues. "Éramos amigos de muito tempo, desde o tempo do Café do Ceceu. Depois, fomos para o Orion e, de lá, passamos para a padaria Nossa Senhora da Penha, onde ficávamos trocando ideias, falando sobre trabalho, que ele gostava muito, e sempre metendo o pau nos críticos (risos). Ele sempre muito feliz, companheiro, amigo, muito solidário às pessoas. Nas rodadas do café, ele sempre queria ser o primeiro a pagar. Chegava antes deixava a primeira rodada paga", se recorda.
Mais um frequentador da espécie de confraria, o advogado e pecuarista Paulo Paes foi outro que não poupou elogios ao companheiro de café. "Ele era uma pessoa ímpar, era realmente amigo dos amigos. Estava sempre conosco falando de política, da medicina, da vida de Campos, e tentando abraçar a todos. Vai ficar difícil de colocar outra pessoa nessa lacuna", afirmou.
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Campos (Acic), José Luiz Lobo Escocard, esteve no velório do doutor Oswaldo, com quem tinha relação próxima. "Era meu cliente, foi meu médico por mais de 20 anos, uma figura ímpar. É uma perda realmente muito grande para a comunidade campista e, particularmente, para mim, pelo próprio relacionamento que tínhamos. Não sei nem como avaliar essa perda, só sei que ela é grande. O tempo é quem vai mensurar a falta que ele vai fazer", disse.
Contemporânea de Oswaldo na escola, professora de seus filhos e amiga da esposa, a empresária Lia Miriam Aquino Cruz falou sobre a falta que ele fará para a sociedade campista: "A perda de um ser humano é sempre uma coisa difícil para todos. Afinal, é uma vida que se vai. No caso de um médico, a coisa é ainda mais complicada. Quantas vidas, quantas pessoas foram ajudadas por ele, e agora, infelizmente, não vão ser mais? A gente perde uma pessoa muito importante. Quanto a mim, faço parte da amizade da família há muito tempo. A vida inteira. Agora, vendo o Oswaldo partir, o coraçãozinho fica apertado".
Durante o velório, o filho Fabiano preferiu não dar entrevista à reportagem, mas comentou que se sente muito honrado pela garra que o pai teve durante os últimos anos de vida, resistindo bravamente ao câncer até então.

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