Servidores municipais voltam a protestar em frente à Prefeitura
Paula Vigneron e Matheus berriel 27/12/2017 14:15 - Atualizado em 28/12/2017 14:42
Protesto de servidores por 13º
Protesto de servidores por 13º / Paula Vigneron
Quem tentou entrar ou sair do prédio da Prefeitura de Campos, nesta quarta-feira (27), teve dificuldades. O motivo foi mais um protesto realizado por servidores públicos municipais contra o parcelamento do 13º salário. O grupo, formado por mais de 50 pessoas pela manhã e cerca de 30 na parte da tarde, chegou a usar carro de som durante o ato e prometeu repeti-lo nesta quinta (28), caso o 13º não seja depositado integralmente. E, de acordo com o posicionamento, da Prefeitura, não será.
A manifestação começou às 9h, com servidores da Saúde, da Educação e da Guarda Civil Municipal. A técnica em radiologia Elaine Leão explicou que, além do parcelamento do 13º, as categorias têm enfrentado diversas dificuldades relacionadas a condições de trabalho. Durante o ato, um dos manifestantes acabou se ferindo ao ter a mão pressionada contra a grade e precisou ser encaminhada ao Hospital Ferreira Machado (HFM), onde teve a mão imobilizada.
— A Guarda tem que consertar viatura tirando do bolso, a Saúde tem que levar material de casa. Não tem água nem para paciente. Temos que dar a água que levamos de casa. A Educação também leva material de casa. Levamos para ter saúde e educação públicas. Nós fazemos acontecer. Se não fosse o servidor, já tinha parado. Compramos ar condicionado para o hospital não parar de funcionar. Já fizemos isso no PU de Guarus, no Farol de São Thomé, no Ferreira Machado. Isso acontece em todos eles, há muitos anos. Mas não parou de acontecer. O servidor compra da água até o material de trabalho. É por isso que funciona. Nós fazemos funcionar — afirmou.
A servidora Adriana Viana, da parte administrativa do HFM, disse que o protesto também foi contra o aumento na carga horária e a falta de diálogo por parte do poder público. "O servidor não é inimigo do prefeito. No início do ano, ele não deu reajuste e o servidor não foi para a rua fazer alvoroço. A gente entende que ele pegou a Prefeitura com dívidas. Tudo se agravou mais quando ele, mesmo não dando nada, aumentou a nossa carga horária. Na nossa área, por exemplo, a gente está trabalhando em cinco ou seis plantões a mais. Ficou um desgaste muito grande", ressaltou.
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Por conta do protesto, muitos funcionários da Prefeitura ficaram sem almoço, aguardando a liberação do portão de saída, o que só ocorreu por volta das 16h30, depois de uma conversa dos manifestantes com uma procuradora e o diretor executivo da superintendência de Paz e Defesa Social, Darcileu Amaral. Outros saíram da Prefeitura a pé, pelo portão de entrada, deixando seus carros no estacionamento. Nas redes sociais, algumas pessoas publicaram fotos de motoristas retornando na contramão, na avenida 28 de Março. Tal ação teria sido motivada por conta do protesto.
Em nota, através da superintendência de Comunicação, a Prefeitura de Campos informou que "o pagamento dos servidores continua sendo prioridade da gestão, mesmo diante das dificuldades financeiras encontradas. Os servidores que não receberam o 13° através do Fundeb, que diz respeito à recurso federal, estão com data definida para que recebam, como já divulgado através do Portal Oficial da Prefeitura".
A secretaria de Gestão Pública reforçou que está mantido o calendário do pagamento do 13º salário, sendo a primeira parcela nesta quinta-feira, representando 20% do valor total. "A segunda parcela do 13º, no valor de 40%, será paga no dia 15 de fevereiro, enquanto a terceira parcela, também no valor de 40%, será paga no dia 30 de maio, conforme cronograma", completou a nota.
Odisséia Carvalho, representante do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (SEPE) e uma das líderes da manifestação, mostrou insatisfação com o posicionamento do poder público. "Nós não trabalhamos parcelados para recebermos parcelado", disse, com promessa de resistência: "Vamos redobrar as forças. Se a partir de amanhã (quinta-feira), a gente perceber que o nosso salário não caiu de forma integral na conta, nós vamos voltar novamente aqui".

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