Dinheiro de caixa dois foi entregue onde vendia Bíblia, diz delator do casal Garotinho
17/04/2017 17:45 - Atualizado em 17/04/2017 17:51
Então superintendente da Odebrecht no Rio de Janeiro, Leandro Azevedo esteve em Campos no dia 1º de outubro de 2009. O motivo: a assinatura do primeiro contrato do Morar Feliz em Campos. Foi o primeiro encontro dele com a então prefeita Rosinha Garotinho (PR), segundo Leandro. Mas as relações começaram antes. Leandro relatou repasse por caixa dois de R$ 5 milhões para a primeira campanha dela a prefeita, a pedido do seu marido, o ex-governador Anthony Garotinho (PR).
Nos cálculos de Leandro, designado por Benedicto Júnior para operacionalizar os pagamentos aos Garotinho — de acordo com a delação —, o repasse foi de cerca de R$ 20 milhões, sem contar a campanha a deputado federal de 2010.
Leandro destacou, também, que o dinheiro era entregue, em espécie, no escritório de garotinho no Palavra de Paz. Durante a delação, ele cita que a empresa vendia Bíblia. Só um repasse, que atrasou, foi deito em um escritório de obras da Odebrecht na Tijuca. De acordo com Leandro, Garotinho designou uma pessoa para buscar o dinheiro no dia 13 de agosto de 2012: só nesse dia, R$ 1,5 milhão.
O ex-executivo também falou sobre o contrato do Morar Feliz. Após o início da obra, apesar de a prefeita ser Rosinha, todos os assuntos eram tratados com o marido dela: “Existia uma dedicação minha, como empresário, de estar sempre cobrando ele: olha, a fatura venceu; o cara não pagou esse mês, preciso que pague no próximo. Isso eu não fazia com a Rosinha Garotinho, nem com o secretário de Obras. Talvez minha equipe fizesse com o secretário. Eu procurava o ex-governador Garotinho para tratar isso. Ele sempre atendeu, com presteza, os meus pedidos de reuniões.(...) Eu acabei tendo uma convivência com o ex-governador Garotinho, operacional, por causa do programa Morar Feliz”.
O ex-governador Anthony Garotinho assegura que nunca recebeu qualquer contribuição não contabilizada em seu nome ou em nome da família. Em nota, complementa que “se a petição chegar a virar inquérito, vai provar que o delator está mentindo. O ex-governador se coloca à disposição da Justiça para qualquer esclarecimento”.
Veja o vídeo completo:
Em seu blog, o jornalista Saulo Pessanha falou sobre a delação de Leandro (aqui). Os dois vídeos das delações de Benedicto Júnior pode ser conferido aqui e aqui.

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    Arnaldo Neto

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