Presidente Lula inaugura Usina Termelétrica GNA II no Porto do Açu
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou nesta segunda-feira (28) da cerimônia de inauguração da Usina Termelétrica (UTE) GNA II, no Porto do Açu, em São João da Barra. O empreendimento integra o Novo Programa de Aceleração ao Crescimento (PAC) e será a maior usina movida a gás natural do país. Também estiveram presentes ministros, deputados, a prefeita de SJB Carla Caputi e representantes de empresas do Porto e da Gás Natural Açu (GNA).
Durante seu discurso, o presidente Lula destacou o crescimento do Porto do Açu. "Em 2012 vim aqui conhecer o projeto de um Porto que na naquela época era tido como um Porto faraônico, que as pessoas normais não acreditavam que pudesse acontecer nessa dimensão. Treze anos depois, vejo que aquele mega sonho, a construção de uma coisa diferente, está acontecendo na prática hoje nesta extraordinária cidade", afirmou.
Lula também criticou as tarifas impostas ao Brasil pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a participação na medida de Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.
"Já lidei com Clinton, Obama, Bush, Hilary Clinton e Biden. Então eu espero que o presidente dos Estados Unidos reflita a importância do Brasil e resolva fazer aquilo que no mundo civilizado a gente faz. Tem divergência? Senta numa mesa, coloca a divergência de um lado e vamos tentar resolver. E não de forma abrupta, individual, tomar a decisão de que vai taxar o Brasil em 50%. Isso é o filho do coisa e o coisa que estão pedindo pra fazer", disse Lula, referindo-se ao deputado Eduardo Bolsonaro.
Carla Caputi (União), prefeita de São João da Barra, afirmou que o município ganha protagonismo com a inauguração da usina. "A GNA II coloca SJB como protagonista municipal e no estado, quiçá do Brasil. Agradecemos todo o investimento do governo federal, toda a empresa, os colaboradores. Reafirmamos o compromisso do nosso município junto com o Brasil e com nosso estado, para que a gente possa cada vez mais avançar", disse.
Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, destacou a importância da GNA II. "O gás é imprescindível para robustecer o sistema elétrico, é alternativa de baixa emissão de carbono para geração térmica. E, para continuar fazendo do Brasil o líder da transição energética global, com 90% da sua matriz limpa e renovável", disse o ministro, que encerrou seu discurso com: "Viva o Brasil soberano!".
Renan Filho, ministro dos Transportes, afirmou que a licitação para a construção da Estrada de Ferro 118, que ligará o Porto do Açu a outros estados, será realizada até o fim do ano. "Com a Estrada de Ferro 118, nós vamos garantir mais competitividade para essa região. Estou à disposição e esse é um projeto incluído no PAC e que nós vamos até o final do ano garantir a licitação para a EF-118 para conectar o Rio de Janeiro à malha nacional", disse Renan Filho.
O ministro Silvio Costa Filho, de Portos e Aeroportos, comentou sobre os investimentos do Governo Federal no Porto do Açu. "Quando a gente pega todos os projetos que estão desenhados hoje em todas as áreas aqui no Porto, nós temos quase R$ 30 bilhões em investimentos para os próximos dez anos", falou.
Usina Termelétrica UTE GNA II
Com 1,7 gigawatts (GW) de potência instalada, o suficiente para abastecer 8 milhões de residências, a termelétrica é a maior movida a gás natural no país, representando aproximadamente 10% da geração a gás natural na matriz elétrica nacional. A usina é composta por três turbinas a gás e uma turbina a vapor em uma configuração de ciclo combinado. Ela se destaca por apresentar uma tecnologia ecológica: possui capacidade técnica para funcionar com até metade de seu suprimento a partir do hidrogênio, gás que não é poluente nem causador do efeito estufa.
A construção da usina, selecionada como obra do Novo PAC, atraiu R$ 7 bilhões de investimentos e gerou mais de 10 mil empregos. Além da UTE GNA II, o complexo de geração de energia elétrica no Porto de Açu reúne a UTE GNA I, com 1,3 GW, e um terminal de gás natural liquefeito (GNL), ambos em operação desde 2021. Com 3 GW de potência instalada, o conjunto é o maior do gênero em operação na América Latina. Caso haja demanda, pode abastecer 14 milhões de residências ou a demanda dos estados do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e do Espírito Santo.