Yara Cinthia: "Eu não rompi com ninguém"
“A conversa é sempre possível. O entendimento, aí não depende de mim, não rompi com ninguém.” disse Yara Cinthia, prefeita de São Francisco de Itabapoana, no programa Folha no Ar, na Folha FM 98,3, desta terça-feira (3). A atual mandatária do município comentou da sua relação com a ex-prefeita Francimara Barbosa Lemos. Ainda esclareceu sobre as dívidas e os desafios da sua gestão à frente da gestão de SFI. Yara falou sobre as eleições e as possíveis conjunturas do futuro.
Relação com Francimara – “As coisas têm que ser esclarecidas. A gente assume uma coisa, imagina assim, você chega numa empresa e lógico que a gente sabia que tem algumas demandas. As pessoas falam assim, a Yara era vereadora. Então, agora eu faço um desafio às pessoas que colocam muito isso. Qual o vereador que sabe tudo o que acontece na prefeitura? Qual o vereador que tem acesso a todos os processos? Mas, de uma maneira geral, o que foi colocado, não existe nenhuma mentira. Eu sempre tive uma ótima relação com a Francimara e continuo não tendo nada contra a ex-prefeita.”
Relação com Francimara – “As coisas têm que ser esclarecidas. A gente assume uma coisa, imagina assim, você chega numa empresa e lógico que a gente sabia que tem algumas demandas. As pessoas falam assim, a Yara era vereadora. Então, agora eu faço um desafio às pessoas que colocam muito isso. Qual o vereador que sabe tudo o que acontece na prefeitura? Qual o vereador que tem acesso a todos os processos? Mas, de uma maneira geral, o que foi colocado, não existe nenhuma mentira. Eu sempre tive uma ótima relação com a Francimara e continuo não tendo nada contra a ex-prefeita.”
Oposição – “O fato dela ter se colocado como oposição a mim, acho que é um direito dela. O que eu coloco aqui é o seguinte. Cada um tem uma maneira de ser, cada um tem uma maneira de se posicionar. Cada ser humano é um ser humano. Ela se colocou como oposição. É um direito dela.”
Parceria – “Hoje ela é representante do Estado. Eu fico até muito feliz porque, na realidade, a gente vai ter mais uma parceria. Ela como representante do Estado aqui no município, ela vai estar nos ajudando a trazer benefícios do Estado. Já que a gente está conseguindo tantas coisas através dos deputados, até do próprio presidente Alerj e mais a parceria dela vai ser muito bem vinda para a gente.”
Problemas encontrados – “Eu não tenho nada a falar da Francimara, agora também não posso deixar de dizer que nós encontramos, sim, vários gargalos. Eu acho que a palavra rombo não foi bem colocada. Vamos colocar como dívidas, que é o que nós encontramos. A palavra rombo é uma coisa muito séria. Agora dívidas sim, e está à disposição da população. Para quem quiser saber quais são as dívidas.”
Rompimento – “Houve um rompimento da parte dela. Se ela ficou chateada desde o dia 2, aí é uma coisa que já passou e a gente não tem como mandar na vida de ninguém, não tem como reverter certas situações. Se ela determinou isso, colocou a público, levou a público, é uma decisão dela, eu respeito, como respeito à opinião de cada pessoa. O que quero deixar muito claro para a população é que eu estou aqui para trabalhar para o município. Eu não estou aqui pra ficar perdendo meu tempo porque fulano falou isso, porque fulano falou aquilo, porque fulano vai te denunciar não sei aonde.”
Diálogo – “No começo teve aquele mal estar e a gente conversou e depois disso não conversou mais. Acho que se faltou diálogo. Eu nunca me neguei a dialogar com ninguém. Acho que foi muito digno dela reconhecer que realmente existem essas dívidas. A gente sabe que existe. Vamos falar da dívida da Enel. Na realidade não foi citado que foi a dívida do governo dela. A dívida da Enel é antes do município ter sido emancipado, que nem era a Enel naquela época. Até existia uma cooperativa que passou depois para Ampla, acho que foi para a Ampla. E foi uma dívida que foi crescente. Agora a gente tem que admitir o que realmente deixa para o outro. Eu acho que faltou diálogo quando a gente sentava e conversava, e ela poderia ter esclarecido melhor para mim algumas demandas que eu iria encontrar, que eu poderia saber por ela. Mas não houve também, e não é isso que vai mexer com nada, não é isso que vai mudar nada. Agora é encarar o que tenho que encarar, que são essas dívidas e ver como que elas serão sanadas.”
Zero embates – “Eu acho que houve um rompimento. Não foi da minha parte. Mas respeito também. E não estou aqui para falar de ninguém. Se as pessoas esperarem de Yara entrar em embate, estão esperando a pessoa errada. Não existe na minha vida histórica, como mãe, filha, esposa, mulher e professional, algum dia alguém falar que Yara discutiu em algum lugar, entrou em um embate em algum lugar. Não existe na minha vida e não vai ser agora. Eu estou com 58 anos.”
Sou o que sou - “É bola para frente, vamos trabalhar, vamos para a rua, vamos buscar sim. Vamos dar bom dia ao povo da prefeitura, sim. E eu sou a Yara que eu sou, não vou mudar meu jeito de ser para agradar ninguém. Fui eleita três vezes como vereadora. Hoje estou como prefeita, sei que é o desenho de Deus para a minha vida. Com o meu jeito que eu sou, falo calmo mesmo, não sou de embate mesmo.”
Sou o que sou - “É bola para frente, vamos trabalhar, vamos para a rua, vamos buscar sim. Vamos dar bom dia ao povo da prefeitura, sim. E eu sou a Yara que eu sou, não vou mudar meu jeito de ser para agradar ninguém. Fui eleita três vezes como vereadora. Hoje estou como prefeita, sei que é o desenho de Deus para a minha vida. Com o meu jeito que eu sou, falo calmo mesmo, não sou de embate mesmo.”
Nada de traição – “Não houve traição. A gente poderia ter tido um diálogo mais amplo. Eu não me vejo como traidora. Vou recapitular um pouquinho a questão política. As pessoas olham muito o hoje. Não sou ingrata a Francimara. Ela realmente me escolheu, sou muito grata a isso e jamais deixarei de ser. Mas lá em 2016 também fui a única vereadora que apoiou a candidatura de uma pessoa que ninguém acreditava, que foi ela e ela foi eleita, foi reeleita. Ajudei no segundo pleito sendo a vereadora mais votada. A vida é uma vida de mão dupla, a gente faz e a gente recebe. E não tem essa questão de traição não. O que as pessoas tem que entender, a gestão é minha, tenho o meu jeito de fazer a minha gestão.”
Página virada – “O momento agora é de buscar realmente avançar, superar esse momento que já foi falado. Isso é uma página que tem que ser virada. Se cada um quer seguir seu caminho, que sigam. Vamos em frente, vamos seguir. Vamos buscar avançar cada dia mais e nós estamos buscando. Eu creio muito nós como já começamos a avançar na saúde da educação. Tenho acompanhado, tenho ido às escolas.”
Caminho de Francimara – “Ela já escolheu o caminho dela. E política é muito dinâmica, é uma vida de mão dupla. Por isso que eu estou falando que a gente precisa de parcerias. Então, vamos seguir, vamos em frente, vamos ver o que Deus tem para gente.
Reatar – “A conversa é sempre possível. O entendimento, aí não depende de mim, não rompi com ninguém. A gente tem que deixar claro isso, eu não rompi com ninguém. Em relação à questão do possível dela trazer, sim. Ela foi convidada a trabalhar no Estado para representar, para ajudar o município de São Francisco e a região. Então não vejo nenhum empecilho nisso. Tenho certeza que a pessoa quando assume uma cadeira de gestão, não tem que escolher A ou B, se gosta ou não gosta. Ela não vai estar trabalhando para a Yara, vai estar trabalhando para o município de São Francisco. Tenho certeza que ela não vai medir esforço e estar ajudando o município em relação a isso. Não vejo nada de empecilho nisso não.”
Dívidas – “Foi colocada essa questão dessas dívidas, é porque as dívidas começam a aparecer. Nós tivemos um bloqueio de mais de R$ 2 milhões nas nossas contas. Para São Francisco compromete uma folha de pagamento. Então, ninguém aqui está criando fatos. Mas também não quero ficar falando sobre isso, quero realmente buscar soluções, que é o que eu tenho feito.”
Início de governo – “É muito pouco tempo. É uma coisa nova, a gente tem que colocar isso. Uma coisa é você estar no Legislativo, outra coisa é você estar no Executivo. Legislativo você ajuda o Governo, no Executivo ajuda o município. Na realidade quando você está à frente do Executivo você se sente na obrigação de estar à frente de tudo e realmente você está à frente de tudo. Já conseguiu avançar em algumas coisas, são muitas demandas. A gente sabe que é muito pouco ainda em vista que o município precisa, mas a gente tem trabalhado com muito afinco em relação a todas as áreas.”
Erros e acertos – “A gente nunca consegue fazer tudo. São muitas coisas, são muitas demandas. Falar assim, você queria estar com o centro cirúrgico aberto? Com certeza. Você queria estar com a saúde melhor? Com certeza. Você queria estar com as suas escolas todas reformadas? Meu sonho. Então a gente tem muitos sonhos. Os erros sempre vão acontecer. A gente nunca vai agradar todo mundo. A gente encontra demandas que são pequenas, é uma coisa que eu encontrei que foi corrigido. Mas que tem muitas falhas ainda.
Saúde até você – “Em breve nós temos também um carro com o médico, se Deus quiser, até o final do ano, junto com o odontomóvel, irá também um carro de atendimento médico para essas localidades mais distantes. Essa é uma proposta de governo minha, que eu vou colocar em prática. É “Saúde até você”, porque vai ser não só o médico, mas o carro odontológico, a coleta de exames, entre outras coisas que a gente vai estar oferecendo nas localidades também.”
Agricultura – “É o nosso carro-chefe aqui também da nossa região. A gente conseguiu trazer o programa Estradas Agro. O que é esse programa? Esse programa é uma parceria com o governo estadual, onde nós fomos contemplados. Foi o primeiro município contemplado do estado do Rio com o maquinário do estado ajudando a gente. Porque o nosso escoamento de produção não fica só na cana e no abacaxi. Nós temos escoamento de produção o ano todo, e com isso a gente tem que estar, no mínimo, oferecendo com mais de dois mil quilômetros de estradas vicinais, sendo que é o quinto maior município do estado do Rio. A gente tem que estar patrolando essas estradas o tempo todo, tem que estar ajudando os nossos agricultores a preparar as suas estradas também.”
Pavimentação de ruas – “Começamos também a ver a questão do centro da cidade, vamos ver as localidades. Nós temos uma licitação que o Estado vai estar liberando para a gente, que são de 10 ruas, lá em Travessão de Barra. São, no caso, uma pavimentação de 10 ruas. Nós estamos pedindo ao Estado para liberar essas ruas que já foram licitadas. Mas nós também estamos fazendo nosso dever, que é aqui no centro. Já estamos com uma revitalização de duas ruas. E além disso também estamos fazendo a operação tapa buraco, porque a gente ainda não tem condições de estar recapeando todas as ruas, mas estamos estruturando também outras ruas.
Reabertura do DPO – “Nós tivemos uma intervenção aqui da polícia, que fechou um posto nosso policial. Com uma boa conversa lá no Rio, conseguimos reabrir esse posto, que foi lá em Travessão de Barra. Então essa parceria tem sido fundamental, muito importante pra gente.”
Avanços na saúde – “A saúde tem se movimentado buscando parcerias também com hospitais que podem estar dando suporte maior ao nosso município. Dentro do possível, eu não gosto de prometer nada. Eu fui uma pessoa que fez uma campanha sem promessa. Mas dentro do possível nós estaremos revitalizando o nosso centro cirúrgico para pequenas cirurgias. Não vou aqui colocar data e nem dia, porque a gente vive um momento que nós estamos ainda estabilizando o que a gente entende de demandas e as nossas particularidades. Então a gente vê que nós estamos buscando realmente fazer o possível.”
Folha de pagamento – “No dia 30, realmente a Francimara falou comigo que deixaria mais precisamente depois que fechou a Prefeitura. Ela falou que não conseguiu pagar a folha toda, parte da folha foi paga. Mas ficou mais de R$ 6 milhões para serem pagos. É uma coisa que traz um transtorno para a gente, mas eu falei com ela que não teria problemas. A única coisa que não aconteceu foi o dinheiro cair, como foi falado, mas justamente é uma coisa que já passou, nós já pagamos. O importante é isso, já foi pago. A gente não tem que estar remoendo isso.”
Bloqueio de verbas – “Mas a gente estava trabalhando com dificuldades sim, por isso tivemos que fazer um decreto contingenciando as nossas despesas, para poder ajustar essa folha que nós pegamos, esse bloqueio que aconteceu e pode vir a ter outros bloqueios. Por isso que eu fui ao Rio, por isso que a Procuradoria vai estar indo ao Rio essa semana também. Está tentando mediar as situações dos bloqueios para evitar que não tenha dinheiro para fazer um pagamento. Porque se bloquear R$ 2 milhões, não é a folha do pagamento, faz parte da folha do pagamento. Agora se vier um bloqueio de R$ 9 milhões, aí realmente nós não temos dinheiro para fazer pagamento.”
Relação com a Câmara – “É uma Câmara que entende que tem que ter uma parceria. Nós somos independentes, mas tem que ter essa parceria para o município desenvolver. Porque quando a coisa racha, quem perde são os munícipes, todo mundo perde. Então a parceria com a Câmara é boa, tem um diálogo bom. Mas eles fazem o papel deles, que é de estar cobrando, reivindicando, fiscalizando.”
Interferência no governo – “Isso foi uma colocação do Thiago, não foi minha. É o que eu falei, cada um pensa de uma maneira. Eu penso que quando a pessoa assume uma cadeira, ela que assume. Eu não estou aqui para estar aberta a opiniões, para ninguém estar gerenciando por mim. Nem está ditando o que eu tenho que fazer. Mas também nunca houve isso em relação a parte deles. Eu quero deixar muito claro isso. Mas o que Thiago Rangel falou, foi ele que falou. Se alguém tem que responder é ele, não quero comentar sobre isso.”
SFI em primeiro lugar – “Com todo o respeito que tenho a Francimara, acho que ela pretende ajudar o município, se ela vier pré-candidata, aí é uma questão dela querer meu apoio ou não querer. Acho que tudo é uma coisa que vem como consequências. Temos muito mais coisas a trabalhar, a fazer, do que ficar remoendo a questão de quem a gente vai apoiar, quem não vai. Na realidade, vou apoiar quem apoiar o município. Não estou aqui para escolher A ou B para mim.”
Disputa pelo Estado – “É uma conjuntura ainda que está sendo formada. Na minha pequena visão política, muitas coisas ainda vão acontecer. O Rodrigo é uma pessoa que hoje já tenho como parceiro nosso aqui do município. Foi a primeira vez que eu estive com ele e me recebeu muito bem. Essa segunda conversa com ele foi maravilhosa. Essas composições ainda serão feitas. O Welberth também colocou o nome dele à disposição. Existem outras pessoas falando que vêm como pré-candidato também. A gente tem que respeitar a questão de todo mundo, do Wladimir, que é da família Garotinho, a questão do Eduardo Paes, que é uma liderança muito forte. Mas tem que respeitar também o presidente da Alerj, que é uma pessoa que hoje tem um dinamismo muito grande dentro do Estado. Ele tem esse dinamismo, ele atende, ele compõe muito bem com o atual governador, Cláudio Castro.”
Apoio no pleito – “Hoje, São Francisco tende a caminhar com o Estado, quem o Estado indicar. A gente não está aqui fechando portas para ninguém, mas tem que entender que o Estado hoje se torna um parceiro nosso. Então, como parceiro, a gente tem que também retribuir ao que o Estado vem fazendo pra gente. Penso que a dinâmica é essa.”