Gabriel Torres
06/05/2025 21:00 - Atualizado em 06/05/2025 21:19
Sessão da Câmara (Fotos: Rodrigo Silveira)
Durante a sessão da Câmara desta terça-feira (6), o vereador Fábio Ribeiro (PP) rebateu o Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde e Estabelecimentos de Serviço de Saúde do Norte Fluminense (SindhNorte), sobre o atraso nos repasses da Prefeitura aos hospitais contratualizados de Campos. O parlamentar afirmou que o Sindicato diz "inverdades".
Segundo Fábio Ribeiro, foram feitos 48 repasses pela Prefeitura aos hospitais contratualizados desde o início do governo Wladimir e não há nenhum atraso da administração atual. Ele pediu uma investigação à Comissão de Fiscalização da Câmara.
O vereador acusou o Sindicato dos Hospitais de não dizer a verdade sobre os alegados atrasos. "E agora vem o presidente do sindicato, Edgar, dizer tamanha inverdade. Não existe nenhum atraso do governo com os hospitais contratualizados", falou.
Em outro momento, Fábio falou sobre os hospitais que estão retornando os atendimentos. "A Santa Casa abriu as portas para os pacientes ontem. Os plantadores também estão em negociação. Então, por exclusão vocês vão saber o que estou falando. Nossos irmãos campistas estão sofrendo", falou o parlamentar.
O líder do governo na Câmara, Juninho Virgílio (Podemos), também abordou o assunto dos repasses aos hospitais e ressaltou a complexidade da saúde pública no município. "Nós temos 800 mil cadastros no SUS. Campos é um polo, atende a região toda. Então, quando se sobe aqui para criticar, tem que saber do que está falando", falou.
A Prefeitura de Campos informou em nota no dia 30 de abril que os repasses federais aos hospitais estão em dia, sendo destinados mais de R$ 1,16 bilhão à rede contratualizada nos últimos quatro anos. Em relação ao atraso de R$ 100 milhões mencionado pelo sindicato, a secretaria de Saúde informou que não há documentações que comprovem a dívida junto à atual gestão.
A crise financeira dos hospitais contratualizados foi levantada após os médicos da Santa Casa de Misericórdia de Campos denunciarem atraso nos salários há mais de 1 ano.
O assunto foi noticiado no dia 17 de abril no blog Ponto de Vista, de Christiano Abreu Barbosa e hospedado no Folha1 (aqui). Na ocasião, a Prefeitura informou que os repasses às unidades contratualizadas estavam em dia. O Sindicato dos Médicos de Campos (Simec) também se manifestou e informou que os médicos de todos os hospitais contratualizados estariam sem receber.
Discussão sobre a reforma administrativa
Na sessão desta terça-feira (6), outro assunto discutido pelos vereadores foram os impactos da reforma administrativa da Prefeitura de Campos. Thamires Rangel (PMB) afirmou que a criação de novos cargos DAS gera gastos para a Prefeitura e atrapalha a concessão de reajuste aos servidores municipais.
A vereadora citou um protesto realizado pelos servidores nesta segunda-feira (5). "Está prejudicando a nossa população, principalmente os servidores públicos municipais. Eles receberam uma resposta hoje, dia 6, de que não seria possível ter o reajuste neste ano, uma vez que não possui recursos próprios que possam garantir pagar o reajuste", falou.
Já o vereador Wainer Teixeira (PP) destacou que a reforma trata de cargos de comando. "A lei da reforma trata da montagem das secretarias e staff, estamos falando de comando, de quem coordena. Podem ser de fora da Prefeitura como sou eu, como podem ser servidores públicos concursados com cargo de chefia. Então não há nenhuma contradição nisto", explicou.
A lei da reforma foi sancionada pelo prefeito Wladimir Garotinho (PP) no final de abril e deve ser implementada neste mês de maio. As mudanças trazem uma reformulação na estrutura organizativa da gestão municipal, com a criação de novas secretarias e a extinção de outras. Além da criação de novos cargos em comissão e funções gratificadas.