Alerj debate orçamento de 2026, que prevê déficit de quase R$ 16 bilhões
Gabriel Torres - Atualizado em 02/05/2025 19:08
Comissão de Orçamento da Alerj
Comissão de Orçamento da Alerj / Foto: Thiago Lontra/Alerj


A Comissão de Orçamento da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou, na terça-feira (29), parecer prévio ao Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2026 — Projeto de Lei nº 3.733/25, enviado pelo Poder Executivo. O déficit foi estimado em R$ 15,98 bilhões para o próximo ano.
Durante audiência pública, o secretário estadual de Fazenda, Juliano Pasqual, e o subsecretário de Planejamento, Rafael Ventura, destacaram a queda de R$ 267 milhões nas receitas de 2026, reforçando a preocupação dos deputados quanto ao equilíbrio fiscal e à urgência em aderir ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag).
Segundo Rafael Ventura, a arrecadação de 2025 foi favorecida por receitas extraordinárias que podem não se repetir, como os recursos da venda da Cedae e compensações federais por perdas de ICMS. “Houve crescimento na receita tributária, mas teremos perdas relevantes.
O Estado deixará de receber R$ 267 milhões em 2026”, apontou. Ele ainda explicou que o impacto será especialmente sentido na capacidade de investimentos, com previsão de apenas R$ 3 bilhões — metade do previsto para 2025.
O deputado André Corrêa (PP), presidente da Comissão de Orçamento, reforçou a necessidade da adesão ao Propag como resposta à situação fiscal. “Há três anos alertamos o governo sobre o agravamento orçamentário. A projeção de um déficit primário de R$ 6,4 bilhões, sem contar a dívida ativa, é extremamente preocupante”, disse.
O secretário Juliano Pasqual respondeu que o governo estadual acompanha as preocupações dos parlamentares e se mostra confiante na adesão ao Propag. “O governador tem afirmado que os vetos ao programa serão derrubados. Isso é essencial para que o Estado possa amortizar 20% da dívida e participar de um regime mais justo”, declarou.
Durante a audiência, Corrêa também criticou o que chamou de “despesas irreais” com pessoal. Ele afirmou que os gastos com salários comprometerão 62,8% do total das despesas do Estado, número que estaria subestimado. “A previsão de crescimento de 2,7% nas despesas com pessoal em 2026 não se sustenta diante do histórico recente. Isso revela que o problema é ainda mais grave do que o demonstrado”, concluiu.
O deputado Luiz Paulo (PSD) defendeu medidas para aumentar a arrecadação e destacou a urgência da votação de propostas como a que define o devedor contumaz e a redução gradual dos incentivos fiscais ao longo de sete anos. “Essas medidas poderiam economizar cerca de R$ 1,5 bilhão por ano”, afirmou.
Luiz Paulo também citou os setores que mais sonegam tributos, como combustíveis, bebidas e cigarros. E ainda grandes devedores como a Petrobras, com R$ 17 bilhões inscritos na dívida ativa, e a Refit, com R$ 11 bilhões.
Com o parecer aprovado, o PLDO segue para discussão em plenário, prevista para os dias 13 e 14 de maio. Os deputados podem apresentar emendas entre os dias 15 e 21. A próxima reunião da Comissão de Orçamento está marcada para o dia 27 e a votação final da redação do projeto está prevista para 26 de junho.
Estiveram os deputados os deputados Alexandre Knoploch (PL), Vinicius Cozzolino (União), Rodrigo Amorim (União) e Carlos Macedo (Republicanos).

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