Caso Letycia: Familiares protestam após julgamento ser adiado
Ingrid Silva e Rafael Khenaifes 21/05/2025 10:28 - Atualizado em 21/05/2025 16:46
Rafael Khenaifes
Familiares de Letycia Peixoto, gestante assassinada há pouco mais de dois anos, realizaram um ato em frente ao Fórum Maria Tereza Gusmão, na manhã desta quarta-feira (21), em protesto pelo adiamento do júri popular de três dos acusados do crime, que aconteceria também nesta quarta. A decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ foi tomada devido a um pedido da defesa do acusado de ser o intermediário do crime. 
“Hoje seria o júri dos três envolvidos na execução da minha filha. E hoje foi adiada essa audiência. E hoje a gente vem aqui protestar, querendo uma resposta de uma data marcada porque simplesmente foi só cancelado por uma troca de advogado. E a família hoje busca justiça. A gente busca uma resposta porque é muito triste a gente ter que lutar pela justiça. Porque a sentença da minha filha, eles já deram. E hoje eu venho buscar a sentença deles", disse a mãe de Letycia, Cintia Pessanha Peixoto Fonseca. 
Tio da Letycia pede por justiça. Célio Peixoto fez um apelo pedindo que o caso da sobrinha não seja esquecido e que a justiça seja feita com seriedade e sensibilidade. Segundo ele, a dor da perda não pode ser em vão. "Então, que não caia no esquecimento. Que a justiça seja justa, e que os jurados olhem bem, com carinho, e pensem para que isso não aconteça com nenhuma mulher mais. A violência está grande demais. Que a justiça seja justa. Esse é o meu pedido: que não caia no esquecimento", finalizou. 
Protesto de familiares da Letycia
Protesto de familiares da Letycia / Rafael Khenaifes

O acusado de ser o mandante do crime que vitimou a gestante Letycia Peixoto e seu filho Hugo, Diogo Viola de Nadai, teve o recurso negado duas vezes. Ainda não existe uma data para o julgamento dele já que, por conta do julgamento dos recursos, o processo foi desmembrado e seguirá, até então, apenas com os três réus citados.
O crime - No dia, Letycia estava no carro da empresa em que trabalhava conversando com sua mãe, que estava do lado de fora do veículo, na rua Simeão Scheremeth, próximo à Arthur Bernardes, quando, por volta das 21h, as duas foram surpreendidas por dois homens em uma moto.
O carona disparou diversos tiros na direção da gestante, que foi atingida na face, no ombro, na mão esquerda e no tórax. A mãe de Letycia, por instinto, chegou a correr em direção aos criminosos, momento em que foi atingida na perna esquerda. Câmeras de segurança flagraram o momento do assassinato.
Também no momento do crime, Letycia deixava a tia-avó Simone Peixoto, de 50 anos, em casa, após um passeio de carro que fazia sempre com ela para acalmá-la. No banco do carona, Simone, que tem Síndrome de Down, ficou coberta de sangue e a família diz que ela chora o tempo inteiro. Segundo o tio de Letycia, eles chegaram a pensar que a Simone havia sido baleada, mas se tratava de grande quantidade de sangue de Letycia após ser atingida.
As duas foram socorridas pelo tio da gestante e levadas para o Hospital Ferreira Machado (HFM), onde Letycia morreu logo após dar entrada. Uma cesariana de emergência foi realizada e o bebê transferido para a UTI neonatal da Beneficência Portuguesa, mas ele não resistiu e morreu horas depois. Já a mãe da gestante foi atendida, fez exames e recebeu alta.

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