Paulo Hirano: "Estamos absolutamente em dia"
“Para a rede contratualizada, nós repassamos, nos últimos quatro anos, o valor de R$ 1.259.654.241 bilhões de reais de recursos federais, estaduais e municipais” afirmou o médico, ex-vereador e secretário de Saúde, Paulo Hirano, entrevistado, na manhã dessa terça-feira (13), no programa Folha no Ar, da rádio Folha FM 98,3. Ele comentou sobre os repasses da Prefeitura de Campos aos hospitais contratualizados. Além de abordar a descentralização do Centro de Referência de Doenças Imuno-infecciosas e a situação dos hospitais públicos.
Repasses aos hospitais contratualizados – O governo Wladimir, de 2021 até o dia de hoje, nós estamos absolutamente em dia com a rede. Para a rede contratualizada, nós repassamos, nos últimos quarto anos, o valor de R$ 1.259.654.241 bilhões de reais de recursos federais, estaduais e municipais. Então, eu digo que são recursos gigantescos e que não se justifica dizer que não paga isso ou aquilo porque nós não repassamos.
Dívidas do município com os hospitais – Nós temos uma dívida, sim, pretérita de outros governos. Qual é esse valor? É aqui que começa a discussão. Esse valor deverá ser apontado, definido, uma vez judicializado pela justiça, que vai determinar o valor correto e forma a ser saudada desse. Então, o cenário é esse, a gente tem dois momentos, o momento atual do município, volto a dizer, repasses executados nos últimos quatro anos são da ordem de um milhão e duzentos e cinquenta milhões. Não há, nesse momento, possibilidade, inclusive financeira, para assumir mais recursos ou mais obrigações que não sejam as que estão vigentes.
Sindicato dos Hospitais – Penso que quando você tem um sindicato em que participam os grandes hospitais. Toda manifestação, logicamente, vem de um acordo do colegiado. Pode não concordar, mas pode acordar, no final, o que é melhor para nós todos? É isso aqui, vamos tentar fazer isso aqui. Não há dúvidas de que existem aqueles que interferem mais ou menos, aqueles que têm mais voz ativa e menos voz ativa. Então, isso é natural. Na verdade, quem falou em nome do sindicato é uma pessoa que é ligada a um dos hospitais. Veio e agora parece ser o eleito, o novo presidente eleito deste grupo de sindicatos. Sindicato esse, inclusive, em outras épocas, durante muito tempo o vice-prefeito Frederico Paes. O sindicato tem que estar fortalecido, porque ele junta os seus pares para reivindicações em vários níveis. Então, penso que não há essa coisa de que fez certo ou fez errado. Foi uma expressão de quem representa esses quatro grandes hospitais. Acho que as discussões ainda vão caminhar.
Agradecimento aos médicos – Me formei em 1975, estou fazendo meio século de formado. Estou muito feliz com tudo que fiz, por onde passei, por onde andei e como estamos hoje. O que eu quero dizer com isso? É para que todos entendam e considerem o respeito, a admiração e o agradecimento que o município deve ter com a classe média. Ela sempre acaba suportando uma série de situações críticas, sejam quais forem. Eu digo mais crítica e o que a gente mais sofre é quando a gente está com um doente crítico na nossa mão, tentando salvar a vida dele. Eu devo reconhecer aqui e agradecer muito à nossa classe médica pela resiliência, pela resistência, por suportar todos esses movimentos, possibilidades, inclusive, do repasse de seus honorários
Realidade da saúde de Campos – Hoje, a gente tem mais de 50 unidades funcionantes, ativas, com mais de 60 equipes de estratégia da saúde da família, ou seja, permanentemente abertas e perto da população. Lembrar que Campos é a maior cidade em extensão territorial. Então, é muito difícil você realmente fazer esta conexão de apenas um polo,, o Centro de Referência, quando você tem que atingir uma cidade que tem 100 quilômetros de um lado ao outro. Quanto mais você estiver capilarizado à assistência, com certeza estaremos prestando um serviço melhor à nossa população. Esse é um princípio de base para que a gente possa mudar os investimentos que foram realizados pelo município, pela Secretaria de Saúde, no sentido de aumentar a capilaridade, a estrutura, não só a reabertura das unidades básicas com a implantação da estratégia da saúde da família, que é o princípio do SUS, que é a Atenção Primária em Saúde. Não estamos falando apenas da assistência no caso dos pacientes de dengue, mas também a todas as outras, que é uma das diretrizes do Ministério da Saúde, no sentido da assistência, trabalhar lá na ponta com o pré-natal, que também não existia na nossa cidade. Mas a gente tem um pré-natal alargado na nossa cidade. Desenvolvemos vários projetos em relação à questão das doenças transmissíveis, como a sífilis, como a tuberculose, como o HIV, ganhamos o selo prata, nível nacional, no sentido que um dos passos enormes foi a interrupção da transmissão vertical do HIV, entre a mãe e o filho, e assim sucessivamente. Em relação à questão da sífilis congênita, iniciamos um projeto do zero, estamos avançando de uma forma muito intensa, isso tudo pela capilaridade que podemos oferecer.
Situação dos hospitais campistas – A Atenção Primária em Saúde com mais de 50 UBSs, com mais de 60 equipes de saúde da família. Com todos os nossos agentes que estão na rua, além de nossas UPHs que são as unidades hospitalares. A gente tem cinco unidades que ficam 24 horas abertas, estamos reabrindo a unidade da Saldanha Marinho em poucos meses, a gente vai estar inaugurando esta unidade. Como o resgate do HGG, todos se lembram como estava há quatro anos. Obras no Ferreira Machado e Hospital São José. Então, a nossa estrutura é gigantesca.
Situação dos hospitais campistas – A Atenção Primária em Saúde com mais de 50 UBSs, com mais de 60 equipes de saúde da família. Com todos os nossos agentes que estão na rua, além de nossas UPHs que são as unidades hospitalares. A gente tem cinco unidades que ficam 24 horas abertas, estamos reabrindo a unidade da Saldanha Marinho em poucos meses, a gente vai estar inaugurando esta unidade. Como o resgate do HGG, todos se lembram como estava há quatro anos. Obras no Ferreira Machado e Hospital São José. Então, a nossa estrutura é gigantesca.
Centro de Referência – No ano passado, tivemos mais de 28 mil casos e apenas quatro óbitos. Desses, 28 mil casos foram, logicamente, atendidos na nossa rede toda. Ali já iniciamos essa descentralização na assistência na ponta. Então, mostra que é possível você descentralizar. Nós estamos, na verdade, avançando em utilizar mais as nossas estruturas públicas de forma que a gente possa não só otimizar, mas aumentar a assistência na periferia, na capilarização, como também reduzir custos operacionais. Essa é a dinâmica que eu posso aqui afirmar que a gente vai estar, sim, preparado. É um momento de realinhamento de adaptação. Tudo em decorrência de uma série de fatores. Todos nós sabemos o cenário mundial. A gente vai passar por um momento e é o que a gente está também prevendo e redimensionando uma série de ações por conta do cenário que a gente tem pela frente.
Descentralização – É preciso haver essa descentralização. Então, eu garanto que a gente vai ter o mesmo sucesso que tivemos no ano passado nesse novo modelo. No momento, até porque, graças a Deus, nós não estamos em uma nova epidemia. Hoje, a imunidade coletiva da nossa população está consolidada em relação ao vírus circulante. Teremos, em breve, a vacina do Butantan aprovada e distribuída no nosso país e, logicamente, no nosso município.
Fechamento do CRDI – É lógico que a gente fica muito apreensivo, ansioso e, às vezes, até triste quando se interrompe algo que se mostrou eficiente. Eu, enquanto agente público, eu devo seguir aquilo que vai nos trazer uma eficiência e, ao mesmo tempo, vai otimizar recursos. Penso que a gente tem que entender o cenário como um todo. Não está fechando uma porta, não. A gente está modificando o fluxo assistencial com garantia e com certeza que teremos uma eficiência que não vamos expor à população. Todas as nossas unidades estarão preparadas para assistir à população. A referência será, logicamente, o HGG, e temos o Ferreira Machado. O São José será a referência para a Baixada.
Otimizar para atender melhor – É preciso otimizar o processo. É preciso, cada vez mais, você trabalhar essa otimização e, ao mesmo tempo, tentar fazer dentro das suas unidades de forma que você possa reduzir o custo interno. A gente tem a assistência à saúde pelo Sistema Único de Saúde, as diretrizes do Ministério e ela é universalizada, ela é ampla, ela é restrita, é direito do cidadão e dever do Estado. Só que esse dever do Estado, na verdade, se torna do município.
Aumentos dos acidentes – Se não tivermos ações preventivas em relação aos acidentes de motocicletas, isso se torna inesgotável. Hoje, eu tenho cinco acidentes, quatro até dez, dez para quinze, quinze para vinte por dia. Não há sistema que suporte. Então, você precisa ampliar, você vai precisar aumentar equipes, você precisa aumentar as condições porque a cirurgia ortopédica não é simplesmente colocar ali, abriu, cortou, costurou. Todas elas precisam de próteses, todas elas precisam de placas, precisam de próteses complexas, às vezes com placas especiais de um custo elevadíssimo.
Falta de medicamentos – Nós não trabalhamos com dinheiro. São todos processos. Então, para você comprar algo, para você adquirir qualquer material, que seja um algodão ou que seja um equipamento, um tomógrafo, é preciso ter um processo licitatório. E estes processos de aquisição de materiais e medicamentos, eles normalmente são em bloco. Você não compra um item com milhares e milhares de itens. Então, muitas das vezes, alguns desses itens ficam desertos ou a empresa não entra, não interessa a ela financeiramente porque tem regras. Por exemplo, você tem hoje um antitérmico que é a dipirona e tem outros antitérmicos que podem substituir um remédio para dor, um analgésico que é o tramadol e chega até a morfina. Morfina hoje está em falta, a gente está com problema de fornecimento, é um medicamento até barato, mas não tem disponível. Então, vai faltar. Então, essas faltas ocasionais em todos os segmentos da farmacologia, vamos dizer assim, elas acontecem, sim. Eu não estou dizendo que não aconteça, não. Mas a gente está sempre pronto aí a suprir essas necessidades.
SOS Coração - Foi um compromisso de governo da campanha do prefeito Wladimir, quando na formatação da sua campanha o projeto do plano de governo foi colocado ali em que iríamos iniciar o atendimento na primeira hora ao infarto agudo. Lembrar que as doenças que mais matam, o maior agravo que temos no mundo são as doenças cardiovasculares. E o infarto é o primeiro deles. Um grande projeto que eu diria que bate no peito de muito orgulho e tem salvado centenas de vidas, mais de 500 pacientes atendidos nesses dois anos do projeto, que é o SOS Coração. O SOS Coração é um dos grandes projetos do ano e teve maior impacto na vida das pessoas.