Mário Sérgio
23/02/2025 10:00 - Atualizado em 23/02/2025 12:54
Rodrigo Silveira
Com faixas e placas pedindo socorro, a Associação SOS Atafona e o Grupo Quarentena realizaram uma manifestação na manhã deste domingo (23) para chamar atenção para os problemas que assolam a praia de São João da Barra, como o avanço do mar, construção de casas, preservação de meio ambiente, entre outras. Cerca de 100 pessoas participaram do ato, que uniu a sociedade e o poder público.
Reunidos na praça do Barco, o grupo abordou os veículos que passavam pela BR 356 distribuindo panfletos e também coletam assinaturas para um abaixo-assinado. Após a panfletagem, o grupo, formado por moradores, veranistas e adeptos à causa defendida, caminharam pelas ruas até o Trevo do Cuíca.
A presidente da SOS Atafona, Sônia Ferreira, comemorou o sucesso da manifestação. "Nós estamos muito animados com o movimento e esperançosos com a comunidade que está chegando junto realmente em prol de Atafona. Nós temos a nossa pauta que está muito movimentada, que é no primeiro lugar a questão da erosão e consequente avanço do mar. Também temos a questão das casas dos pescadores e outras pautas relativas ao meio ambiente. A nossa intenção é a união com o poder público, tanto municipal quanto estadual e federal. Porque a gente sabe que sozinha a Prefeitura de São João da Barra não consegue executar a obra de contenção. Mas com essa união a gente vai conseguir sim", disse.
A coordenadora do Grupo Quarentena, Maria Lúcia Freire, também falou sobre o movimento e explicou a importância do abaixo-assinado. "Essa nossa união está sendo essencial para o sucesso desse evento. Estamos coletando assinaturas para fazer um abaixo-assinado para entregar à Prefeitura, para que ela seja a nossa porta-voz no Estado e no governo federal porque a gente precisa dessa união. E com esse ato aqui a gente quer é que realmente a Prefeitura atue junto com a gente na busca de uma solução para resolver o mais rápido", comentou.
Além do movimento social, a Prefeitura também se faz presente pela união da causa. A secretária municipal de Meiombiente, Marcela Toledo, o chefe de gabinete da prefeita Carla Caputi, Rodrigo Florêncio, e o subsecretário de Turismo, Fabio Pedra, acompanharam a manifestação.
— O problema de Atafona, que é a erosão costeira, é uma grande preocupação do poder público. Nessa semana lançamos o edital de contratação dos estudos de viabilidade técnica para entender o problema. Esse estudo dura 12 meses de análise e mãos 6 meses de processamento para poder dar uma propositiva de solução para a questão. Mas a gente sabe que o desafio é enorme, mas que pela primeira vez o município contrata o estudo. Estivemos em Brasília e o Ministério da Integração Nacional solicitou que o município apresentasse um estudo, uma proposta, e dentro disso toda a questão de planilha orçamentária, da solução implementar. Então, nós levaremos a proposta ao governo federal e é importante esse movimento aqui hoje para mostrar ao governo federal e estadual que não é só uma demanda vindo da Prefeitura, é uma demanda que a população também precisa e apoia — comentou a secretária Marcela Toledo.
Ao final do ato, os manifestantes fizeram um grande círculo em volta da escultura do pescador, simbolizando um “abraço” por Atafona.
O ex-reitor do Instituto Federal Fluminense, professor Jefferson Manhães, também participou do manifesto. "Essa é uma luta conjunta, que não se esgota só na diminuição da força do mar, mas é um conjunto de lutas que nós temos feito. O importante é que é possível fazer algo. O que não pode é ficar assistindo as destruições e a invibialização desse espaço, como também a vida humana nesta região porque nós vamos ter água salgada entrando no rio e a gente não sabe qual é o limite. Então, todos estão de parabéns por estar buscando pautar o governo e mostrar o grau de urgência desta ação", disse.
Representando o deputado estadual Flávio Serafini, Danielle Pádua destacou que a luta não pode parar. "É uma luta muito válida. Estamos aqui colocando o gabinete do deputado Flávio Serafini à disposição. Vamos para cima, não vamos desistir. SOS Atafona precisa resistir, vamos seguir em frente com essa luta", afirmou.