Vereadores emitem nota de repúdio à invasão do MST em Sapucaia
10/02/2025 20:17 - Atualizado em 10/02/2025 20:44
MST
MST / Divulgação
Centenas de integrantes do Movimento Sem Terra (MST) ocuparam, na manhã desta segunda-feira (10), uma área da Fazenda Santa Luzia, pertencente à Usina Sapucaia, em Campos. O grupo afirma que a ação é para pressionar o governo federal a concluir o processo de adjudicação de duas matrículas que estão em tramitação no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O ato foi repudiado pela Coagro e também pelos 25 vereadores da Câmara Municipal de Campos, que assinaram um manifesto de repúdio ao ato "que não pode ser tolerado". Apesar de seus posicionamentos políticos divergentes, todos concordaram que a ocupação das terras é ilegal.
O subarrendatário da usina Coagro, Ivanilson dos Santos Vieira, 68 anos, afirma que produz cana-de-açúcar e explora a criação de gado de corte e de leite no local desde 2013.
"Não justifica o que eles estão fazendo. Todos os anos não só eu como outros três produtores produzimos nesta terra sem interrupções. A Justiça precisa olhar por nós", disse.
Ivanilson ainda afirma que teme sofrer ainda mais prejuízos a partir da invasão, registrada na manhã desta segunda-feira, em suas posses. "Não sei o que eles são capazes de fazer com o gado e com o plantio da cana que está em andamento. Trabalhamos duro na expectativa da safra 2025 e não podemos nos calar neste momento", falou. Ivanilson completou que três açudes foram construídos na área invadida e o espaço conta, ainda, com reflorestamento.
Leia a Nota de Repúdio
Os vereadores abaixo assinados manifestam seu total repúdio à invasão de terras produtivas pertencentes à Usina Sapucaia e arrendadas à Coagro, uma cooperativa que há 22 anos desempenha papel fundamental no desenvolvimento econômico e social de Campos e região.
A ocupação ilegal dessas áreas, que são regularmente subarrendadas a pequenos produtores, coloca em risco a produção agrícola em andamento, prejudica centenas de cooperados e ameaça a segurança dos trabalhadores, além de comprometer a geração de empregos e renda para milhares de famílias.
Defendemos o direito à propriedade privada e o respeito às leis que garantem a ordem e a segurança jurídica. Invasões como essa geram instabilidade, afetam a economia local e não podem ser toleradas.
Confiamos na Justiça e nas instituições competentes para que todas as providências sejam tomadas com urgência, garantindo a reintegração das áreas ocupadas e a continuidade das atividades produtivas.
Reafirmamos nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável, a defesa dos direitos dos trabalhadores e a manutenção da legalidade.

 

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