Com extensa programação, Connex-E 2025 acontece nesta sexta-feira em Campos
Júlia Alves 12/12/2025 11:07 - Atualizado em 12/12/2025 13:51
Com extensa programação, Connex-E 2025 acontece nesta sexta-feira, em Campos
Com extensa programação, Connex-E 2025 acontece nesta sexta-feira, em Campos / Foto: Júlia Alves
Teve início, na manhã desta sexta-feira (12), a segunda edição do Connex-E 2025, que acontece no Auditório Maria Cristina Rodrigues Bastos do Campus Centro do Instituto Federal Fluminense (IFF), em Campos. Com o tema “Conectando Energia, Desenvolvimento e Territórios”, o evento é promovido pela Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro) e conta com reunião de gestores públicos, empresas, pesquisadores, investidores e representantes da sociedade civil, que debatem sobre os rumos do desenvolvimento econômico fluminense.
Foto: Júlia Alves
Os debates acontecem a partir da energia, da economia azul, dada inovação e das vocações territoriais, numa programação que incluirá painéis executivos, conversas temáticas, palestras técnicas, rodadas de negócios, exposição de marcas e projetos e conexões ao vivo (podcasts, redes e entrevistas).

O Connex-E propõe uma abordagem integrada sobre os desafios e oportunidades dos municípios produtores de petróleo e gás natural. A programação incluirá debates sobre o futuro da Bacia de Campos, o redesenho das receitas municipais com o ciclo de Royalties 4.0, a expansão da economia azul e os caminhos para o crescimento da economia fluminense por meio de energias renováveis, como hidrogênio, solar, eólica e bioenergia.
O deputado federal Caio Vianna lembrou a grande capacidade que a região tem de se transformar num grande polo energético. “Campos tem uma diversificação muito grande em sua capacidade energética, e isso é fundamental para atrair investimentos para que o município volte a figurar como um grande produtor de energia do país”. O deputado federal Júlio Lopes lembrou que Campos tem uma representação forte no Congresso Nacional e disse que acredita na continuidade do petróleo enquanto ativo de grande importância, mesmo diante do advento das energias renováveis.
“Estamos realizando história”, disse o vice-presidente da Ompetro e prefeito de Carapebus, Bernard Tavares, o primeiro a falar na mesa de abertura. Bernard destacou a importância do debate sobre o futuro dos municípios produtores e lembrou que a Ompetro começa a se expandir para outros estados, estando prestes a passar de 13 para 19 municípios filiados.
Bernard ainda falou sobre o objetivo do evento e a preocupação com os campos de petróleo da planície goitacá.
"O Connex-E tem como objetivo juntar a iniciativa privada com o poder público para debater soluções sobre o nosso futuro e rumos sobre o nosso futuro. Hoje nós estamos com uma maior preocupação com os rumos dos campos do município de Campos. Já tivemos 86% da produção nacional de petróleo, hoje temos 20% da produção nacional. É um quinto da produção nacional, mas os campos estão maduros. O que não significa que eles não terão futuro. Os campos do município, por exemplo, tem 48 anos de exploração e existe uma perspectiva de que ele ainda produz por mais de 30 a 40 anos. E pede que ele produza por mais 50 anos. Contudo, serão necessários investimentos. Então, esses investimentos na revitalização desses campos, hoje tem sido uma das nossas preocupações”, explicou.

O vice-presidente da Ompetro também criticou os movimentos políticos que tentam distribuir os royalties do petróleo dos municípios produtores para todos os municípios do Brasil. “Não é de hoje que somos lesados. Recebemos uma compensação pelos impactos ambientais e sociais que são gerados pela exploração de petróleo. É muito fácil falar dos bônus, mas também precisamos falar dos ônus”, disse Bernard, lembrando que este ano houve uma queda de 21% no repasse dos royalties aos municípios produtores.
O secretário-executivo da Ompetro e também secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia e Inovação de Campos, Marcelo Neves, falou sobre a importância do Connex-E e da Bacia de Campos.
“O evento tem uma importância fundamental, que esse ano ele está discutindo justamente o futuro da Bacia de Campos, tanto a questão econômica que envolve a parte de Royalties e Desenvolvimento, discutindo as potencialidades da economia azul, que vem do mar também, porque toda essa região tem uma costa marítima muito extensa, que pode ser muito mais bem explorada do que é atualmente, tanto com a aquicultura, pesca, turismo. E também discute a questão das energias alternativas, das energias renováveis. Toda a região aqui é um celeiro de diversificação energética, temos aqui riqueza e abundância na energia solar, fotovoltaica, na energia eólica, na biomassa, no etanol e, claro, no petróleo. Então, é uma região que fornece energia para o desenvolvimento do país”, disse.
Ao longo do dia, serão promovidas quatro rodas de conversa: “O futuro da Bacia de Campos”, “Royalties 4.0: Novos Caminhos para os Municípios Produtores”, “Economia Azul: O Mar como Fronteira de Inovação e Negócios” e “Novas Energias Expandem a Economia do Rio”. Às 15h, está prevista uma Rodada de Negócios, integrando pequenos negócios locais, fornecedores regionais e grandes empresas-âncora do setor de energia e infraestrutura. O encerramento acontecerá às 17h, com um coffee break.
O Porto do Açu, representado pela Prumo, também está presente no evento, na mesa quatro. No painel, a gerente sênior de relações institucionais da Prumo, Bárbara Bortolin, falará sobre a transição energética para novas energias realizada pela empresa, que tem como expectativa de funcionar como um polo para essas novas produções.
“Nesse painel eu vou falar um pouco do papel do Porto do Açu, olhando tanto para a transição energética para novas energias. Então, por exemplo, fazendo uma conexão do Porto do Açu hoje, a gente movimenta 40% do petróleo que é exportado pelo Brasil, ele sai aqui do Porto do Açu, a gente está desenvolvendo um terminal de líquido já em construção que começa a operar no final do ano que vem, que vai poder fazer movimentação de derivados, então, ou seja, o petróleo em si, ele é muito importante, vai continuar sendo muito importante para o Porto do Açu e para o país e para todo o Norte Fluminense durante muitos anos”, relata.

Bárbara também falou sobre estar atuando em outros projetos importantes que podem ser utilizados como combustível de embarcações ou produção de fertilizantes.
“Em paralelo a isso, a gente tem atuado no desenvolvimento de projetos relacionados à nova energia para a transição energética. A gente acredita muito que o Porto do Açu é o porto da transição energética. Ele pode ter esse papel, ele pode ter essa atuação. Então, a gente tem desenvolvido vários projetos, por exemplo, como hub de hidrogênio de baixo carbono, que é uma área onde tem plantas para a produção de hidrogênio, plantas para a produção de amônia, que pode ser utilizada para a produção de fertilizantes ou pode ser utilizada como combustível para embarcações. Além disso, você pode ter a produção de emetanol, que é utilizado para a produção do biodiesel, que é utilizado também como combustível”, explica a gerente da Prumo

O evento também contará com o lançamento de duas obras: “Participações Governamentais – do petróleo e gás natural”, de Paulo Enrique Mainier, e o e-book “Inteligência Artificial em Diálogo – Desafios Interdisciplinares do novo século”, da professora Ângela Dias Mendes.
Apoiam institucionalmente a Secretaria de Estado de Energia e Economia do Mar, Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), Associação Brasileira das Empresas de Bens e Serviços de Petróleo (AbesPetro), Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (ABPIP), Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Bicombustíveis (IBP). O apoio especial é do Grupo IMNE, Unimed, Polar Group Blinda e ZTMov Transporte e Logística.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS