Oportunidade de debater e discutir o poder da comunicação no meio acadêmico com professor Wilson Heidenfelder abrindo a boca para Marco Barcelos.
16/01/2022 17:07 - Atualizado em 16/01/2022 17:31
Hoje nosso bate papo será com um dos mais respeitados Coaches da região. Wilson Heidenfelder, 52 anos, casado, comunicólogo social, jornalista e professor da FMC (Faculdade de Medicina de Campos). Ele é especialista em Comunicação e Oratória, atuando há mais de 26 anos com desenvolvimento pessoal e profissional. Analista comportamental tem contribuído com centenas de pessoas a identificarem os entraves emocionais responsáveis pelas mais diversas fobias, medos capazes de dificultar a realização de uma vida plena e feliz. Neste ano de 2022 se prepara para o lançamento do seu livro “Comunicação Que Salva Vidas” e a inauguração de um espaço dedicado a receber pessoas que desejam mudar seus resultados e alcançar seus objetivos. Nesta entrevista vamos falar sobre sua experiência como professor da Faculdade de Medicina de Campos, do programa de treinamento que está coordenando na prefeitura da cidade e quais as suas expectativas para esse ano pós-pandemia.
1 – Professor Wilson Heidenfelder, inicio nossa entrevista perguntando como um jornalista, formado em Comunicação Social acaba se tornando um professor de um curso de medicina?
R – Na verdade me formei em 2003, na antiga FAFIC com a expectativa de me tornar professor universitário em jornalismo, mas não rolou. (rsrsrs) Acho que não me queriam no quadro. Mas, o Universo está sempre nos surpreendendo e nos entregando mais do que realmente prospectando para ele e, assim em 2018 após ministrar uma palestra para os alunos dos cursos de Medicina e Farmácia na FMC acabei sendo convidado pelo diretor geral da instituição o prof. Dr. Edilbert Pellegrini para assumir uma das cadeiras optativas do Curso de Medicina.
2 - Mas, o que a comunicação tem haver com formação de médicos?
R: Na verdade tudo. Diversos estudos dão conta de que o acadêmico dos cursos de medicina tem uma tendência quase que natural de se distanciar das relações interpessoais entre seus colegas de trabalho e principalmente dos seus pacientes. A médica Graziela Moreto aponta em um de seus artigos que o excesso de informação técnico científico relacionado à área de formação médica e, a pouca ou quase nada interação com competências inter- relacionais desencadeiam o que ela chama de “desumanização das relações médico-paciente” e ela mesma sugere como resposta a esse fenômeno o desenvolvimento de habilidades empáticas, que em última instância está diretamente relacionada a mudança de padrões comunicacionais. Desta forma oferecemos a faculdade como componente optativo nossa ementa de Comunicação Interpessoal, Práticas de Oratória e Coaching hoje sendo ministrado para os alunos do 5º. e 6º. Período do curso.
 
3 - Essa realidade se reflete no dia a dia do atendimento médico e, é observado na quantidade de processos movidos por erros médicos. Acredita que tal situação esteja relacionada a essa dificuldade na comunicação do médico?
R: O Conselho Federal de Medicina nos revela que cerca de 76% dos processos de erros médicos não estão diretamente relacionados a imprudência, imperícia ou negligência médica, mas principalmente nas condutas éticas-profissionais do médico no exercício de sua profissão. Estes dados sinalizam fortemente para a necessidade de se repensar o formato acadêmico de preparação do então aluno de Medicina. Para além das competências técnicas científicas tão necessárias nesta formação, fortalecer o processo de ensino/aprendizagem das competências interpessoais torna-se cada vez mais urgente. E, é neste sentido que a FMC uma das mais tradicionais instituições de ensino de Medicina do país, mas sempre na vanguarda trás para o seu programa pedagógico um componente curricular apto a dar conta destas questões.
4 - E qual tem sido o resultado deste trabalho junto aos alunos? Tem adesão? Já que se trata de um competente curricular optativo.
R: Não é fácil concorrer com componentes optativos como Eletrocardiograma, Anatomia Médico Cirúrgico dentre outros componentes importantes oferecidos pelas optativas, mas é um trabalho de formiguinha que tem ganhado um alcance extraordinário. A adesão tem sido muito grande, alcançando a cada semestre uma participação maior e efetiva as propostas oferecidas pelo nosso componente. Mas, o mais importante é de fato a oportunidade da discussão, do debate aberto sobre um tema ainda muito cauterizado por tabus e preconceitos no meio acadêmico. Uma novidade deste semestre 2022.1 será a ampliação da carga horária com a oferta do que chamamos de Laboratório Clínico de Comunicação Interpessoal realizado no ambiente do hospital escola com ciclos de discussões envolvendo outros profissionais de saúde e a observação do processo de comunicação durante os atendimentos clínicos e ambulatoriais.
5 - Outra linha de trabalho que tem atuado está ligada ao serviço público municipal. Sabemos que desde o ano passado você assumiu junto a Secretaria de Administração e Recursos Humanos da Prefeitura de Campos um setor voltado para treinamento. O que anda fazendo por lá?
R: Sou servidor público estatutário a mais de 18 anos, concursado como animador cultural e sempre gostei de trabalhar com pessoas, de desenvolver projetos voltados para o crescimento sociocultural, pessoal e profissional. Fui coordenador da Animação Cultural, diretor das Casas de Cultura, assessor cultural e diretor de multimídia da câmara de vereadores e, no atual governo fui convidado pelo secretário de administração prof. Wainer Teixeira de Castro para desenvolver um programa de treinamento junto a Subsecretaria de Gestão de Pessoas voltado para os mais 13 mil servidores municipais e, assim nasceu o Programa Treinarh iniciado em março de 2021 com o objetivo de ofertar uma nova perspectiva sob o olhar da cultura do serviço público, na melhoria da qualidade vida do servidor e consequentemente uma melhor oferta de serviços aos munícipes.
6 - Com essa quantidade de servidores a serem atendidos com o Programa Treinarh acredito que tenha uma equipe atuando com você.
R: Sem sombra de dúvidas. Até porque ninguém faz nada sozinho, muito menos em um projeto desta dimensão. Tive a alegria de reencontrar uma amiga com quem trabalhei há uns 15 anos atrás e que a pelo menos 20 anos trabalha na Subsecretaria de Gestão de Pessoas, a Selene Queiroz, pedagoga competente e comprometida com o que faz, mas chegaram a equipe as doutoras Débora Rosa e Jamile Cristina, ambas psicólogas especialistas em lidar com pessoas nos mais diversos ambientes e a jovem e promissora jornalista Rayra Gomes, eficiente e dedicada as propostas do programa. Outros profissionais virão durante essa trajetória e, assim estamos montando uma equipe multiprofissional de especialistas em lidar com pessoas.
7 - Seu livro, o novo espaço de atendimento que está inaugurando e novos projetos. Quais são suas expectativas neste pós-pandemia?
R: O livro é um sonho que venho acalentando nestes últimos 5 anos e, que reúne mais de duas décadas de trabalho tendo como principal ferramenta a comunicação como um instrumento de transformação pessoal e profissional daqueles que estiveram em meus treinamentos e processo de coaching. Em 1995 eu já profetizava que o novo milênio traria junto com as novas tecnologias o distanciamento e a dificuldade ainda maior das pessoas se relacionarem e interagirem uma com as outras. Essa previsão inevitavelmente tem se concretizado. Nunca foi tão urgente e necessário cuidar de pessoas! Assim nasce o Espaço SER, numa parceria com outra profissional de ponta, a coach e terapeuta holística Neide Mara Gomes Palmeira. O Espaço SER nasce com a missão de expandir a consciência, despertar as inteligências, destravar os medos, resinificar crenças e transformar pessoas. O mundo pós- pandemia trás consigo uma nova configuração, novos desafios e um novo modus operandi e precisamos estar todos preparados, prontos e equilibrados para viver tudo isso com leveza e qualidade de vida.
8 - Foi um grande prazer recebe-lo para esta entrevista em nossa coluna. Gostaria de deixar uma mensagem para os nossos leitores/seguidores?
R: Primeiramente quero agradecer a você Marco pelo convite e por este bate papo incrível que você me proporcionou. Aos seus leitores minha gratidão por participarem deste momento enquanto leitores. Dizer que não há mais tempo a perder, que a mudança que você procura não está lá fora e nem nas outras pessoas. A mudança que deseja e quer que aconteça em sua vida está dentro de você, latente, vívido e ansioso para se realizar. Ouça mais o que sua voz interna positiva tem a te dizer e, se a voz que você ouve tem te sabotado é hora de reeduca-la para que ela possa ser sua chave do sucesso. Paz e Bem a todos.

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