A política de saúde mental de Campos precisa ter continuidade
03/01/2021 13:37 - Atualizado em 03/01/2021 16:39
O governo Rafael Diniz foi um fracasso político e administrativo. Mas nem tudo deu errado. A política de saúde mental, por exemplo, deu certo e deveria ser continuada pelo novo governo.
Orientada pelos princípios da reforma psiquiátrica, a gestão municipal da Rede de Atenção Psicossocial (RAPs) priorizou a implantação de alternativas às internações enquanto solução absoluta para problemas de saúde mental. Quem, durante décadas, encheu a burra de dinheiro com a contratação de internações ficou muito chateado com o fechamento de leitos anticiência e especializados na tortura. Mas quem pode se cuidar em liberdade sabe o valor desta política.
Ainda há muito o que ser feito, mas voltar à política de internações, vigente nos governos da família Garotinho, seria um sinal claro de que o novo governo despreza a política pública baseada em evidências científicas e que prioriza compromissos ilegítimos com quem lucra com internações.
Espero que Wladimir não destrua a Rede de Atenção Psicossocial em Campos. Se seguir este caminho, estará cometendo um crime negacionista contra a saúde pública. Se continuar a política será um sinal de que se liberta do negacionismo que sempre marcou o estilo de seu grupo político mais íntimo. 
Política pública de saúde mental não é coisa de grupo vulnerável. Nesta pandemia fica evidente que se trata de uma questão universal de saúde pública. Cabe a todos os democratas pressionar para que o novo prefeito não cometa este negacionismo cruel.

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    Roberto Dutra

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