Pecuaristas desmatam mil hectares dentro do maior quilombo do país, em Goiás. Entenda
02/07/2020 21:54 - Atualizado em 02/07/2020 22:55
Texto e fotos por: Thaís Tostes (Instagram: @thaistostesoficial)
Essas crianças das fotos são de Cavalcante-GO, município com o menor IDH do Estado de Goiás, cenário triste que entrou para a história no país por conta de inúmeros casos de exploração sexual infantil, e onde está a maior comunidade quilombola do Brasil, o povo Kalunga. Nesse mês de junho, foram desmatados cerca de mil hectares dos kalunga, como apurado numa operação da Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema). O que rolou foi o seguinte: pecuaristas tombaram todos esses hectares de cerrado, destruindo a flora e matando animais, usando a técnica chamada “correntão” (dois tratores, um de cada lado, com uma corrente esticada entre eles, que “tomba” o que tiver pela frente).
Isso aconteceu dentro do território kalunga e foi assinado pelo agronegócio: especificamente as fazendas Pequi e Alagoas. Um dos grupos envolvidos no crime é a Agropecuária do Rio Prata. Crimes como este acontecem sempre no Brasil, geralmente de madrugada e, também, quando a imprensa está dando foco em qualquer outra coisa, e a motivação desses crimes contra animais, povos originários e meio ambiente é simplesmente a produção de soja (para alimentar os animais que serão mortos na produção da carne, leite, ovos e derivados) e abertura de pasto - a pecuária. Ou seja, o que financia práticas como esta nada mais é do que a alimentação com carnes, leites, ovos e derivados. Até a última terça-feira, dia 30 de junho, foram descobertos mais de 20 outras áreas desmatadas, totalizando mais 2 mil hectares para o garimpo e monocultura em terras públicas e privadas.
Existem basicamente duas maneiras imediatas e muito simples de lutar contra crimes como este: 1) Parar de financiar a pecuária (líder do trabalho escravo no país, área em que 82% das pessoas escravizadas são negras), se tornando vegano (ou seja, parando de consumir carnes, leites, ovos e derivados, bem como adquirir produtos que foram testados em animais, por gigantes como a Unilever); e 2) Assinando um abaixo-assinado que está sendo disponibilizado na Internet, aqui nesse link da Plataforma Change: www.change.org/p/destrui%C3%A7%C3%A3o-ambiental-em-cavalcante-chapada-dos-veadeiros-salve-o-cerrado

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