A cantora e compositora Elizabeth Santos Leal de Carvalho, a Beth Carvalho, de 72 anos, morreu nesta terça-feira, no Rio. Chamada de "madrinha do samba", Beth estava internada no Hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, Zona Sul da cidade, desde o início de 2019. 

Ela tinha mais de 50 anos de carreira e dezenas de discos gravados, sendo um dos maiores nomes do samba e considerada madrinha de artistas como Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz e Jorge Aragão – daí o apelido "Madrinha do Samba".

 Um problema na coluna já afligia a cantora havia algum tempo. Em 2009, Beth Carvalho chegou a cancelar sua apresentação no show de réveillon, na Praia de Copacabana, por causa de fortes dores. Em 2012, a cantora se submeteu a uma cirurgia na coluna. No ano seguinte, Beth foi homenageada pela escola de samba Acadêmicos do Tatuapé, no carnaval de São Paulo, mas não participou do desfile já por motivos de saúde. Lu Carvalho, sobrinha de Beth, foi quem representou a tia na ocasião.

Em 2018, com a mobilidade cada vez mais reduzida pelos efeitos do problema na coluna, Beth fez uma apresentação histórica e cantou deitada no show “Beth Carvalho encontra Fundo de Quintal – 40 anos de pé no chão”.

Beth deixa um legado para a música brasileira, do estrondoso sucesso "Andanças" a "Coisinha do Pai", que chegou a ser tocada durante uma expedição no planeta Marte.

*A música Coisinha do Pai — composta pelos sambistas Jorge Aragão, Almir Guineto e Luiz Carlos e um dos grandes sucessos do repertório de Beth — foi programada por Jacqueline Lyra, engenheira brasileira da Nasa, para acionar o jipe-robô Sojourner, que a agência espacial norte-americana havia mandado para a superfície de Marte em 1997.