Prédio da Pelinca interditado até conclusão de obras de reparo
Verônica Nascimento e Maria Laura Gomes 26/11/2018 14:18 - Atualizado em 28/11/2018 14:10
  • Prédio está interditado até conclusão de obras

    Prédio está interditado até conclusão de obras

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    Prédio está interditado até conclusão de obras

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    Prédio está interditado até conclusão de obras

A Defesa Civil de Campos oficiou, na manhã desta segunda-feira (26), a interdição temporária do edifício residencial Vollare, localizado na rua Mariano de Brito, na Pelinca, área nobre de Campos. Moradores, em consenso com a empresa que já executava obras de contenção no prédio, decidiram sair até que os reparos sejam concluídos. O edifício de 14 andares e de alto padrão, que foi entregue há 11 anos, onde residem 28 famílias, foi evacuado no último domingo, depois que um pilar estrutural da garagem, no segundo piso, sofreu uma ruptura, conforme informou o blog Ponto de Vista, de Christiano Abreu Barbosa, hospedado no Folha 1. O pilar era alvo de uma obra emergencial, iniciada há cerca de 15 dias, por uma empresa especializada em reparos, contratada pelo condomínio. Coordenador da Defesa Civil, major Edison Pessanha afirmou que no primeiro momento não há risco de desabamento.
Na manhã desta segunda, moradores retiravam os carros que ainda estavam nas garagens, nos dois primeiros andares. De acordo com o coordenador da Defesa Civil, major Edison Pessanha, no segundo andar ocorreu o esmagamento de uma coluna e há diferentes pontos com rachaduras, inclusive na fachada do edifício, surgidas logo após o rompimento do pilar. O imóvel só será liberado depois que empresa de engenharia concluir a obra de estabilização, mas a rua e os prédios vizinhos não precisarão ser interditados. Em assembleia após o incidente, moradores decidiram pela obra de reparos necessários, cobrada à construtora na Justiça desde 2015.
Síndico do Vollare, Ricardo Ribeiro Gomes contou que há quatro anos algumas trincas foram notadas e um processo contra a construtora do edifício corre na Justiça desde maio de 2015, por não ter feito, na época, a avaliação e os reparos necessários. Há quase três anos, segundo Ricardo, a Justiça determinou a nomeação de um perito, mas a avaliação só foi realizada em setembro passado.
Síndico contou que trincas foram notadas há quatro anos
Síndico contou que trincas foram notadas há quatro anos / Antônio Leudo
— O laudo até hoje não saiu, mas tínhamos três laudos anteriores e decidimos pela intervenção e contratação, pelo condomínio, de uma empresa especializada em reparos para a execução do escoramento emergencial provisório, justamente do pilar, que colapsou por inteiro ontem (domingo). Foi calculada uma margem de segurança para o escoramento, e decidimos por aumentar esse reforço, obra que estava em curso. Hoje a Defesa Civil formalizou a interdição e foi decidido que ninguém ficaria. O prédio será liberado quando a obra de reforço for concluída e novo laudo for emitido pela Defesa Civil pela liberação do edifício — explicou o síndico.
Em nota, a empresa Dac Construções e Pavimentações LTDA-EPP, responsável pela construção do edifício, explicou que “todos os projetos do empreendimento estão devidamente aprovados pelos órgãos reguladores e fiscalizadores competentes”. “Em que pese o empreendimento tenha sido concluído e entregue há 11 anos, os problemas relacionados ao empreendimento são objetos de ação própria para apuração dos fatores relacionados às rachaduras. Apesar da ausência do desfecho judicial, a Dac Construções e Pavimentações LTDA–EPP, lamenta o ocorrido, e acrescenta que sempre esteve acessível ao condomínio. Vindo a disponibilizar e monitorar uma equipe de engenheiros gabaritados no assunto, que após a avaliação da extensão do ocorrido, concluíram pela inexistência de risco iminente, dando início aos reparos”, informou a nota.
A empresa reiterou seu comprometimento com a segurança, a qualidade e o bem-estar de seus clientes e disse ainda que tem compromisso com as mais avançadas práticas da engenharia civil.
Várias empresas e profissionais do mercado imobiliário, como arquitetos e engenheiros, que nada tem a ver com o caso, se solidarizaram com a questão e estiveram presentes no local ou entraram em contato para ajudar na solução do problema. A preocupação inicial foi reforçar o escoramento para dar estabilidade à construção e trabalhar na solução definitiva do problema estrutural, que é solúvel segundo especialistas consultados.
— Todos desceram por causa do barulho e viralizou em redes sociais que o prédio ia desabar, mas não há esse risco. Sabíamos do problema e toda a parte da garagem já estava escorada para a obra de reparos. Deveriam ter cuidado com o que relatam, porque são famílias morando aqui, em um imóvel que acaba sendo desvalorizado por conta de informações equivocadas — contou, na manhã desta segunda, Karla Barros, que mora no edifício há sete anos.
Há 10 anos no Vollare, as famílias de Zonaide Barcelos e Dayse Parente torcem para que a situação seja logo regularizada. “Eu já estava na praia e meu filho contou o que aconteceu. Fizemos uma assembleia e vamos dar continuidade”, comentou Zonaide. “Aqui é ótimo para morar, temos tudo perto e esperamos retornar em breve”, completou Dayse.
Escoramento evitou tragédia, diz major
Há 15 dias uma obra emergencial já tinha sido iniciada no prédio por conta do mesmo pilar que sofreu a ruptura. Para a intervenção foram fixadas estruturas metálicas no segundo andar do edifício com o intuito de escorar a sustentação da coluna. Essa iniciativa foi destacada pela Defesa Civil como positiva. De acordo com major Edison, caso não tivesse esse escoramento, o abalo poderia ter sido pior.
— Ontem (domingo) estivemos aqui por volta das 21h e estavam chegando mais escoras, cerca de 500 escoras metálicas para fazer aquele reforço. E hoje retornamos para conversar com os engenheiros, que estão fazendo o reforço de toda a estrutura e, com isso, estabilizar o prédio para que, posteriormente, seja feita uma intervenção em sua estrutura propriamente dita. Isso vai garantia para que eles possam fazer a intervenção que se faz necessária. Foi muito bom que fizeram isso com antecedência e graças a isso o prédio não teve sua ruptura total — destacou major Edison ao reforçar que neste primeiro momento não há risco de desabamento.
Fotos: Antônio Leudo, Verônica Nascimento e Divulgação
Vídeo: Verônica Nascimento

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