Jair Bolsonaro faz visita ao Bope
16/10/2018 10:36 - Atualizado em 16/10/2018 18:26
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Os candidatos à presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), tiveram agendas diversas nessa segunda-feira (15). O ex-capitão do Exército esteve na sede do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope), em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Ele encerrou sua fala com o grito de “caveira”, tradicional entre os homens do Bope. No fim, ainda brincou com um coronel que foi cumprimentá-lo: “Tô dando continência pro coronel, mas quem vai mandar no Brasil serão os capitães”, disse, fazendo referência a sua patente como militar. Já Haddad sugeriu o nome do filósofo e articulista Mario Sérgio Cortella para o ministério da Educação, caso seja eleito. E conversou com o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, de quem espera apoio.
Bolsonaro conversou com integrantes da corporação e almoçou no local. Pela manhã, ele falou com eleitores por meio das redes sociais. O encontro no Bope não pôde ser acompanhado pela imprensa. Ao final, a assessoria do candidato divulgou um vídeo.
Ele destacou: “Temos a segunda maior bancada em Brasília, sem televisão, sem fundo partidário, sem nada. Isso vem de gente como vocês. Então nós temos que acreditar e tentar mudar. E buscar fazer a coisa certa. Eu acho que isso é possível, afinal de contas, não temos outro caminho. E, assim sendo, encerrando, muito obrigada a todos vocês. Mais do que tudo, pela confiança por parte de muitos. Pode ter certeza, em chegando, teremos um dos nossos lá em Brasília. Caveira!”, disse Bolsonaro durante o encontro.
Ele também comentou sobre o Dia do Professor, comemorado nessa segunda, e afirmou que a inversão de valores dificulta o trabalho dos profissionais.
Já o candidato do PT à presidência postou uma mensagem em seu perfil no Twitter, sugerindo o nome de Mario Sérgio Cortella para o ministério da Educação. O nome já vinha sendo especulado através das redes sociais. Cortella não é o primeiro nome cogitado pelo presidenciável para um eventual ministério. Semana passada, Haddad sugeriu que o empresário Josué Gomes, filho do ex-vice-presidente José Alencar, “tem todas as condições, perfil e sensibilidade social” para chefiar a Fazenda caso ele seja eleito.
Haddad também falou a respeito de educação a distância para o ensino fundamental, uma das propostas de seu opositor.
— Toda a perspectiva do mundo é a educação em tempo integral, ou seja, manter a criança na escola em tempo integral para que ela possa conviver, se socializar, construir a sua própria personalidade, ter um professor e, às vezes, dois professores à disposição. E a ideia de usar educação a distância no ensino fundamental é destruição da escola pública — afirmou.
E disse ainda que há grande ociosidade nas universidades públicas, que necessitam de investimentos para atender mais estudantes: “Dá para colocar muito mais aluno nessa infraestrutura que se tem. O grande entrave é a permanência. Então já é gratuito o ensino nessas universidades. O que a gente tem que fazer é oferecer alguma condição de assistência estudantil. O que está causando a evasão é que esse jovem não tem a condição de pagar um aluguel de república, restaurante universitário, transporte urbano. Nós vamos cuidar disso”, explicou o ex-ministro da Educação.
FHC: pressão para não apoiar Haddad
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou sofrer grande pressão do PSDB para não apoiar Fernando Haddad. A pressão viria, especialmente, dos tucanos ainda em disputa nos estados. Um exemplo é São Paulo, onde João Doria é candidato. Em conversa semana passada, FHC elogiou Fernando Haddad, dizendo que gosta dele, mas se disse “magoado com o PT por já ter ido depor duas vezes na defesa de Lula e não receber nenhum aceno em retorno por parte dos petistas”.
FHC teria dito abertamente que “cabe ao PT se esforçar para ter seu apoio e que uma frente com outras personalidades faria a diferença. Citou especificamente Joaquim Barbosa”.
Haddad, por sua vez, fez nova tentativa de aproximação com o ex-presidente FHC, domingo, durante evento de campanha que reuniu representantes de entidades ligadas a pessoas com deficiência, em São Paulo.
O ex-prefeito declarou que tem muito respeito por FHC e disse que “uma porta não é um obstáculo para defender o país da ditadura, da tortura, da cultura do estupro”, em referência à fala do tucano ao jornal Estado de S. Paulo.
Na ocasião, o ex-presidente descartou a possibilidade de voto no candidato Jair Bolsonaro, do PSL, e afirmou que há um “muro” de distância entre os dois. FHC também disse existir uma “porta” entre ele e o petista.
“Não uma porta aberta, mas uma porta”, acrescentou.
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Uso do WhatsApp nas eleições será debatido
Integrantes do Conselho Consultivo sobre Internet e Eleições, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), participam, nesta terça-feira (16), às 15h, de uma videoconferência com representantes do WhatsApp, direto da Califórnia, para tratar do impacto do uso do aplicativo nas eleições 2018.
Foram convidados para participar do evento, representantes do TSE, do Ministério Público Eleitoral, do Comitê Gestor da Internet no Brasil, do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e da SaferNet Brasil.
Em reunião realizada no dia 10 de outubro, no Gabinete da Presidência do TSE, integrantes do Conselho avaliaram que a plataforma de troca de mensagens foi utilizada de forma indevida por grupos de usuários – não identificados – no primeiro turno das eleições.
Houve preocupação, em especial, com conteúdos veiculados com o intuito de abalar a confiança do eleitor nas urnas eletrônicas e no sistema eleitoral. (S.M.) (A.N.)

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