IMTT ouvirá usuários do transporte público
08/10/2018 20:46 - Atualizado em 09/10/2018 14:36
As discussões sobre a reformulação do transporte coletivo em Campos serão ampliadas este mês para localidades e distritos do município. O Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT) realiza hoje, às 19h, a primeira audiência pública itinerante, em Vila Nova, na Escola Eloy Ornelas, de um total de nove. Se por um lado a iniciativa visa um novo sistema integrado, motoristas e cobradores de vans alegam prejuízos. Enquanto a discussão é colocada em pauta, a população questiona a falta de coletivo e tempo de espera no terminal rodoviário, no Centro.
É o caso da comerciária Amarílis Fernandes, de 37 anos, que ontem ficou 50 minutos na espera pelo ônibus que fazia a linha Centro/Imperial. “O intervalo entre um coletivo e outro é absurdo e a gente tem que se submeter a essa espera. Voltar para casa, após um dia de trabalho, se torna um transtorno. Todo dia é isso, não aguento mais”, reclamou.
A situação não é diferente para os passageiros com destino a Lagoa de Cima e localidades próximas, conforme a Folha mostrou em matéria publicada no último dia 6. A dona de casa Mayara Pereira Batista, de 29 anos. “Parece que não pertencemos ao município de Campos porque o serviço de transporte não chega pra gente. Depois das 16h, a situação é ainda pior. Como que o sujeito trabalha e volta para casa?”, disse.
Segundo a Prefeitura, a população será ouvida durante as audiências realizadas em bairros, localidades e distritos, e que irão discutir o novo modelo de transporte que será implantado no município. Na oportunidade, também participarão representantes de todos os setores envolvidos.
O novo sistema integrado foi debatido na Câmara de Vereadores, no último dia 4 de julho, com a apresentação do “projeto básico de Transporte Coletivo Alimentador de Passageiros”. No dia anterior à audiência pública, na Casa de Leis, motoristas e cobradores de vans fizeram um protesto, no Cais da Lapa, na avenida XV de Novembro, no Centro, e questionaram o novo modelo de transporte. Segundo os manifestantes, o sistema transfere os trajetos e linhas do transporte alternativo para os distritos e localidades. Com circulação fora da área central da cidade, os trabalhadores alegam baixa demanda de passageiros e, consequentemente, menor rentabilidade.
Pelo novo sistema, as vans e micro-ônibus farão o serviço alimentador em todas as áreas distritais do município, levando até terminais próximos à área urbana, onde os ônibus pegarão os passageiros para o trajeto, sem custo adicional para a população.
A proposta considera as características do município. Cerca de 360 mil pessoas, 72% da população, estão concentradas na área central, que representa apenas 1,5% da área do município. Com a reformulação, essa área será coberta por ônibus, reduzindo, assim, o número de veículos que rodam pela área central, melhorando a mobilidade.
Ainda de acordo com a proposta da Prefeitura, estudos mostram que o custo do transporte por quilômetro no caso dos ônibus é duas vezes maior que o das vans e micro-ônibus, razão pela qual em distâncias maiores, com menos passageiros a serem transportados, para que haja redução dos custos, o ideal é que o serviço seja realizado por carros menores, como as próprias vans e micro-ônibus.
Haverá seis terminais de integração: Bela Vista, Cepop, Dical, BR 356, RJ 158 e Shopping Estrada, onde o serviço alimentador, com vans e ônibus, trarão e levarão os passageiros que farão a integração com o transporte coletivo por ônibus, sem custo adicional. (V.R.A.) (A.N.)

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