Produção pesqueira em SJB e SFI
Victor de Azevedo 29/09/2018 16:22 - Atualizado em 03/10/2018 13:57
São Francisco de Itabapoana apresentou maior produção estimada com 35,9%, enquanto São João da Barra teve 17,8%
São Francisco de Itabapoana apresentou maior produção estimada com 35,9%, enquanto São João da Barra teve 17,8% / Paulo S. Pinheiro/Divulgação
A Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Fiperj) divulgou dados da produção pesqueira marinha no período julho de 2017 a junho de 2018 dos municípios das regiões Norte Fluminense, Baixada Litorânea e Lagos. As informações são do Projeto de Monitoramento da Atividade Pesqueira (Pmap) e serão utilizadas para pleitear políticas públicas junto aos governos federal e estadual para a classe pesqueira. Entre os municípios, São Francisco de Itabapoana apresentou a maior produção estimada com 35,9%. Já São João da Barra ficou na terceira colocação, com 17,8%.
Os dados foram apresentados em cerimônia na Colônia de Pescadores Z-2, em Atafona. São João da Barra apresentou uma produção total de 701,9 toneladas nos quinze locais de descarga monitorados no período. Destes, 75,4% (529,4t) foram provenientes de frota artesanal e 24,6% (172,5 t), da frota industrial. Os números foram considerados bons, principalmente pelo fato de que, entre o final de junho e início de julho do ano passado, Atafona sofreu com uma série de ressacas, onde foi destruída a faixa de areia que servia como quebra-mar para o canal principal de acesso das unidades produtivas aos portos. A maioria das atividades na localidade só foi retomada no final de julho, com o início das descargas do Terminal Pesqueiro de Atafona. Porém, o retorno contou com algumas restrições pelo assoreamento do canal de acesso, que restringe os horários para saída e retorno das viagens de pesca.
A prefeita Carla Machado enalteceu o trabalho e afirmou que as divulgações das informações embasam solicitações e pleitos das Colônias de Pescadores e dos órgãos públicos. “As informações obtidas nesse monitoramento servirão de base para pleitearmos, junto aos governos federal e estadual, políticas públicas que atendam às necessidades prioritárias da classe pesqueira, além de compensações ambientais. São essenciais e necessários esses levantamentos para pleitearmos as ações. Hoje sabemos a qualidade e o tipo de pescado que produzimos, bem como o quantitativo de pescadores. Caso aconteça algum acidente, saberemos o tamanho do prejuízo que essa classe teve”, explicou.
Os dados do monitoramento servirão também para o próprio pescador, que poderá obter as informações de pesca durante o ano inteiro; para parlamentares, presidentes de colônias, universidades e órgãos de pesquisa elaborar projetos ligados ao setor pesqueiro; e a Fiperj, para mostrar a importância econômica e social da pesca para o estado, a quantidade de pessoas que atuam na área e os trabalhos diretos e indiretos que geram o setor pesqueiro.
Segundo o presidente da Fiperj, Glauco Barradas, o trabalho mostra a realidade da pesca no Estado do Rio e a importância dos pescadores para economia do estado. “Esta é mais uma etapa. Estamos concluindo um ano do projeto e daremos prosseguimento durante mais dois anos, para que possamos manter essas informações e que o pescador tenha essa ferramenta, que é de suma importância para se caracterizar profissionalmente no estado”, destacou.
São Francisco possui maior desempenho
São Francisco de Itabapoana registrou, segundo o estudo do Pmap, a maior produção pesqueira estimada dos municípios que foram analisados. Durante o levantamento, foram observadas apenas atividades de pesca artesanal nas localidades de Barra do Itabapoana, Guaxindiba e Gargaú.
Ao todo, foram monitorados 26 locais de descarga, sendo registrados 1,416.229, 3 kg de pescado capturadas por 275 unidades produtivas. No período pesquisado, o mês que apresentou o maior volume de produto pescado foi dezembro e o menor, setembro do ano passado. Uma das razões pelos ótimos números é a diversidade de aparelhos de pesca operados que permite que a frota artesanal do município atue de locais mais rasos até os de maior profundidade.
O estudo do Pmap mapeou seis municípios entre São Francisco de Itabapoana e Armação de Búzios. Em todo período, foram registradas a produção de 3.935,7 toneladas de pescado, sendo a pesca artesanal responsável por 95,6%. Entre SFI e SJB, está Macaé com 21,8%. Já o município de Campos registrou 17,6%.
Desde agosto de 2010, a Fiperj realiza o Monitoramento da Pesca no Estado do Rio de Janeiro — Estatística Pesqueira. O objetivo é estimar a produção pesqueira desembarcada e suas oscilações sazonais e espaciais, além de caracterizar a frota quanto aos tipos de petrechos e embarcações utilizadas. Em março de 2017, foi assinado o contrato do Pmap Norte Fluminense. Ao todo, 59 agentes de Campo são responsáveis por monitorar mais de 200 locais de descarga de pescado, ou aproximadamente quatro mil unidades produtivas, que realizam cerca de cinco mil descargas por mês.
Destinação correta dos rejeitos do pescado dentro do município de SFI foi discutida em reunião na Câmara de Vereadores
Destinação correta dos rejeitos do pescado dentro do município de SFI foi discutida em reunião na Câmara de Vereadores / Divulgação
Destinação de rejeitos foi tema de reunião
A destinação correta dos rejeitos de pescado dentro do município de São Francisco de Itabapoana foi tema de reunião na Câmara de Vereadores, entre secretários municipais e pescadores do município. A expectativa é de que seja fechada parceria com uma multinacional para recolher os rejeitos.
— O lixo oriundo da limpeza do pescado e do descasque do camarão até hoje é jogado nos rios e no mar, fora da arrebentação. Estamos fazendo uma parceria com uma empresa multinacional, cujo representante esteve presente na reunião, que coletará os rejeitos para servirem de matéria prima na fabricação de ração e outros produtos — ressaltou o secretário de Obras, Urbanismo e Serviços Públicos, Roberto Vinagre.
No dia 9 de outubro, está marcada uma nova reunião, em Barra do Itabapoana, junto com pescadores, a fim de definir os primeiros passos da parceria e a localização do primeiro ponto de armazenamento para a futura coleta dos rejeitos.
Durante o encontro no Legislativo, a coordenadora do Pescarte em SFI, a bióloga Kissila Rangel, também reforçou a importância da implantação do Serviço de Inspeção Municipal (SIM). “Precisamos preparar os nossos pescadores para os projetos futuros de empreendedorismo na nossa região e o SIM será fundamental”, ressaltou Kissila, acompanhada de representantes do Projeto de Educação Ambiental do Campo de Polvo (PEA Observação) e do Projeto Rema.
Segundo o secretário municipal de Agricultura, Abastecimento e Pesca, Matheus Henriques, em breve o projeto será enviado para a Câmara Municipal, para que seja votado pelos vereadores.

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