Em agosto de 1971, o então guerrilheiro Cesar Benjamin, foi preso, aos 17 anos, numa praça de Salvador durante uma missão do Centro de Informações da Marinha (Cenimar). Integrante da organização MR-8, que lutava contra a ditadura, ele estaria levando uma mala de dinheiro para Carlos Lamarca quando foi capturado por militares. Entre seus captores estaria Paulo Cesar Amêndola, que, em 2011, falou ao GLOBO sobre a operação. Com riquezas de detalhes, ele afirmou que foi enviado à Bahia numa ação confidencial, e que só chegando lá descobriu quem era o alvo. A prisão teria ocorrido numa emboscada, e, na versão de Amêndola, coube a ele desarmar Benjamin, que tentou escapar do cerco.
Quarenta e cinco anos depois, numa ironia da História, os dois voltam a se cruzar. Agora, nos corredores do Executivo municipal. Ontem, o prefeito eleito Marcelo Crivella anunciou seu secretariado e, entre os nomes, estão o de Benjamin, para a pasta de Educação, Esporte e Lazer, e o de Amêndola, para a Ordem Pública. Em 2011, após Amêndola dar sua versão para o episódio, o GLOBO procurou Cesar Benjamin, que não quis encontrar o militar nem tocar no assunto.
Fonte: O Globo