Inclusão produtiva contra a crise
28/11/2016 13:26
Secom-Campos/Divulgação
Economia Solidária/Secom-Campos/Divulgação
Ainda não se vê uma luz no fim do túnel para o fim do período de instabilidade financeira do país. Enquanto isso, milhões de brasileiros têm buscado alternativas para driblar a crise. Recente pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base na Pesquisa Mensal do Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que a proporção de pessoas que trabalham por conta própria entre o total de ocupados aumentou de 17,9%, em janeiro de 2013, para 19,8%, em novembro de 2015.
Trata-se de um cenário cada vez mais visível e dentro dele está, principalmente, o artesanato, que tem sido um dos principais caminhos para fugir do tão famoso desemprego. Em Campos, esta é uma realidade que vai além. Por meio dos Programas de Inclusão Produtiva e Economia Solidária, vinculados à secretaria municipal de Desenvolvimento Humano e Social, diversos campistas tiveram a oportunidade de realizar cursos que possibilitaram o empreendedorismo individual.
De acordo com a gerente do Programa de Inclusão Produtiva e Economia Solidária, Rita Souto, após a conclusão dos cursos de artesanato do Programa de Inclusão Produtiva, os alunos são encaminhos para a Economia Solidária, que viabiliza o escoamento dos produtos produzidos com o aprendizado das aulas. Atualmente, o programa oferece aos artesãos da cidade a loja “Casa das Artes”, localizada na praça do Santíssimo Salvador, no Centro.
— A “Casa das Artes” conta com 500 itens para a venda com preços acessíveis. Por esse motivo, a loja não sentiu esse momento de crise, onde as pessoas buscam artigos com preços melhores. No mês de junho deste ano — período de forte baixa no comércio campista — a loja conseguiu vender muito bem. Além da venda de itens na loja, as artesãs também estão recebendo encomendas para casamentos, aniversários e até de empresas. A produção no momento está sendo focada nas festas de Natal, onde as vendas tendem a crescer consideravelmente — disse.
“Casa das Artes” para vender os produtos
No momento, cerca de 40 artesãos expõem e vendem seus artesanatos na “Casa das Artes”, entre elas, Carla Fabiane Henriques, 44 anos, que foi aluna do Programa de Inclusão Produtiva e hoje vive exclusivamente com a renda dos produtos que confecciona e vende na loja.
— Eu sempre trabalhei com artesanato, mas nunca de forma profissionalizante. Hoje faço costura e arte em feltro. Minha renda aumentou consideravelmente. Esta oportunidade que tive de entrar no programa e depois vir para a loja ajudou a aumentar minha renda familiar — disse.
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Economia solidária/Divulgação
A artesã Rosângela da Silva Souza, 57 anos, disse que o interesse pelo artesanato surgir para distrair a mente. “Trabalho com artesanato desde meus 20 anos. O artesanato é bom, pois convivo com outras pessoas. A Economia Solidária é um excelente programa, aprendo e ensino diariamente. Comercializo avental, crochê, puxa-saco, pano de prato, customização, entre outras coisas. Qualquer pessoa que quiser encomendar, é só passar na loja e depois retirar o produto. Meus produtos variam de R$ 10 a R$ 50. Os produtos estão tendo ótima procura, e através da loja, lucramos bastante. A localização é maravilhosa, então, sempre vendemos algo”, ressaltou.
Geração de trabalho e renda como meta
A Inclusão Produtiva é um programa que tem como base legal a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) e materializada pela Política Nacional de Assistência Social (PNAS) e possui como finalidade atender pessoas em situação de desemprego, estimulando a geração de trabalho e renda para que elas possam se sustentar. Partindo deste princípio, Rita Souto informou que diversos cursos de qualificação são ofertados a moradores de várias localidades.
— A Inclusão Produtiva oferece cursos de artesanato com fibra de bananeira; cabeleireiro; cartonagem; Corel Draw; manicure; padaria; serigrafia, bordado e artesanato para o Natal e oficina de estética afro, que são realizados na superintendência de Igualdade Racial, Centro, no Centro de Referência da Assistência Social (Cras) do Jardim Carioca, na Casa de Cultura José Cândido de Carvalho, em Goitacazes, e Lar Fabiano de Cristo, em Guarus. Atualmente, mais de 300 alunos estão frequentando um desses cursos e todos foram referenciados pelos Cras — destacou Rita Souto. (A.N.)

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