Encontro de Bacellar com Bolsonaro repercute em Campos
Gabriel Torres 08/03/2025 08:10 - Atualizado em 08/03/2025 08:13
Bacellar com Bolsonaro e outros políticos
Bacellar com Bolsonaro e outros políticos / Reprodução rede social
As articulações para a sucessão do governo do Estado em 2026 já começaram. Na última quarta-feira (5), o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), o campista Rodrigo Bacellar, se reuniu com o ex-presidente Jair Bolsonaro em Angra dos Reis. Bacellar, que já foi classificado pelo governador Cláudio Castro como “meu sucessor”, busca o apoio de Bolsonaro e do PL para 2026. O encontro no município da Costa Verde foi repercutido em Campos, cidade natal de Bacellar.
O vereador Marquinho Bacellar (União), ex-presidente da Câmara e irmão de Rodrigo Bacellar, destacou a importância do apoio de políticos de alcance nacional, caso o presidente da Alerj realmente dispute o cargo de governador. “A proximidade de Rodrigo com o ex-presidente Jair Bolsonaro só reforça a expressividade que Rodrigo tem hoje no panorama político. Reconhecemos o poder de articulação que ele tem. Caso seja a vontade de Rodrigo disputar o Governo do Rio de Janeiro, o apoio e a experiência de personalidades com reconhecimento nacional são importantes”, opinou.
O PL, partido de Bolsonaro, faz parte da base do governo Wladimir em Campos. Um dos vereadores da legenda na Câmara, Nildo Cardoso afirmou que uma possível aliança entre Bolsonaro e Bacellar não influencia esta composição. “Existe esse compromisso do PL em Campos com o Wladimir. A questão da eleição, aí é uma eleição a nível estadual, federal. O apoio e o comprometimento do PL Campos, principalmente no meu caso, acredito que de Abdu também, não é diferente. E com Bolsonaro, ele sendo candidato ou não sendo, quem indicar é quem nós vamos acompanhar, quem nós vamos votar”, disse o parlamentar.
Nildo também reforçou que segue na base do governo, independente do pleito para o governo do Estado. “Não interfere nas decisões em relação a Campos. Aqui nós temos compromisso com Wladimir. Foi assim no início e vai ser, se Deus permitir, até o final”, comentou.
O encontro da Quarta-feira de Cinzas não foi o primeiro entre Bacellar e Bolsonaro. Eles já se reuniram em outras ocasiões, sendo a última às vésperas da eleição para presidência da Alerj. Bolsonaro chegou até a presentear Bacellar com a medalha de “imbrochável”, honraria entregue pelo ex-presidente a pessoas de sua confiança. A articulação que vai se desenrolar ao longo de 2025, porém, gira em torno do apoio de Bolsonaro e do PL do Rio de Janeiro ao nome de Bacellar para o governo do Estado.
Cientista aborda capital político de Bolsonaro
Para o cientista político George Gomes Coutinho, professor da UFF Campos, a aproximação com Bolsonaro visa seu capital político do Estado do Rio, onde recebeu a maioria dos votos em 2022. “O movimento de Rodrigo Bacellar em direção a Jair Bolsonaro foi antecedido por movimento análogo do prefeito Wladimir Garotinho ainda no final de 2024. E ambos demonstraram indisfarçável entusiasmo com o encontro que, em última instância, tenta tirar lascas do capital político do ex-presidente, capital este que segue relevante e conta com a fidelidade de quantitativo importante de seu séquito”, afirmou.
O movimento análogo de Wladimir mencionado por George foi a confraternização organizada pelas executivas do PL e partidos aliados em São Gonçalo, no final de novembro do ano passado. A confraternização aconteceu na Fazenda Santa Edwiges, do deputado Altineu Côrtes (PL). Mais de 50 prefeitos, 40 deputados estaduais e cerca de 20 parlamentares federais também estiveram no evento.
Além de Wladimir e Bacellar, outros políticos da região estiveram presentes como o deputado estadual licenciado e atual secretário estadual de Habitação, Bruno Dauaire, o deputado estadual Jair Bittencourt, a prefeita de São João da Barra, Carla Caputi (União), o prefeito de São Fidélis, José William (PL), o prefeito de Itaperuna, Nel (PL), além de vereadores como Bruno Pezão (PP) e outros parlamentares.
Outros políticos de destaque também se fizeram presentes na confraternização de novembro, como o senador Flávio Bolsonaro (PL), o deputado federal Dr. Luizinho, o presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, o prefeito eleito de Piraí, Luiz Fernando Pezão (MDB), o prefeito de São Gonçalo Capitão Nelson (PL), e o provável candidato ao governo do estado Washington Reis (MDB).
Campistas cotados depois de uma década
A disputa pelo governo do Estado que se avizinha promete ter políticos de Campos no páreo, o que não acontecia há mais de 10 anos. O último a concorrer foi o ex-governador Anthony Garotinho, em 2014, sem sucesso. Enquanto Rodrigo Bacellar tem o aval do governador Cláudio Castro para sua sucessão, o nome de Wladimir Garotinho também é ventilado para a disputa majoritária.
No segundo mandato como deputado estadual, Bacellar se projetou para a disputa com a reeleição unânime para presidente da Alerj, em fevereiro deste ano. A convite de Castro, com quem têm relação próxima, também foi secretário de Estado. Já Wladimir acumula o capital político de sua reeleição na Prefeitura de Campos, com expressivos mais de 192 mil votos. Além disso, têm a seu favor boa circulação nos corredores de Brasília, onde consegue recursos de emendas para Campos.

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