Dora Paula Paes
16/07/2025 16:19 - Atualizado em 16/07/2025 16:50
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Brincadeiras à parte, no Dia Mundial da Cobra, nesta quarta-feira (16), o Instituto Vital Brazil (IVB) comemora os 11 anos da chegada da Maya, uma imponente píton-reticulada. Sua história continua despertando admiração, respeito e, principalmente, aprendizado. Com mais de quatro metros de comprimento, Maya é um símbolo da missão educativa e científica do Instituto. Na região, em São João da Barra, por exemplo, o Núcleo de Controle de Zoonoses e a Guarda Ambiental têm equipe especializada em captura, tratamento e soltura, o mesmo ocorrendo em outros municípios como Campos.
Biólogo, especialista em Zoologia, Ecologia e manejo de fauna silvestre, peçonhenta e Sinantrópica, de São João da Barra, Marcos Machado aproveita a data para orientar.
— Caso encontre uma serpente em casa, não mexer no animal e não matar, visto que ela tem um grande papel no equilíbrio ecológico se alimentando de roedores, pequenas aves, morcegos, outros vetores e doenças e até mesmo de outras serpentes (ofiófogas). Entrar em contato com as instituições responsáveis por fazer o manejo correto desses animais — destaca ele. — Esse animais tão discriminados agradecem o trabalho de conscientização.
Quanto aos períodos de maior incidência, com aparecimento de serpentes, ele destaca a primavera e o verão quando a oferta de alimentos aumenta.
Em São João da Barra, de acordo com o especialista, as principais espécies de serpentes são: Jibóia (Boa constrictor), Cobra d'água (Erytrolamprus miliaris), Papa Pinto (Philodryas patagoniensis), Muçurana (Pseudoboa nigra), Falsa coral de várias espécies e gêneros, Jararaca (Bothrops jararaca), Jararacuçu (Bothrops jararacussu) e Boipeva (Xenodon merremii).
História da Maya - A vinda da serpente Maya a Niterói remonta a março de 2014, quando o técnico de animais peçonhentos Benedito Ambrósio Rodrigues Filho, o Bené, recebeu uma ligação inesperada do zoológico da Bahia, que não conseguia mais manter a serpente. A situação era urgente. Bené, com mais de 40 anos de experiência, embarcou na missão.
“A Maya representa uma história que nos orgulha. Ela nos mostra que ciência, quando feita com compromisso e cuidado, transforma realidades. Ao chegar aqui, vinda da Bahia, tornou-se mais do que uma serpente: virou um símbolo de acolhimento, educação ambiental e respeito à vida”, destaca Anderson Mattos, vice-presidente do IVB. Ao completar 10 anos no IVB, Maya não é só lembrada como o animal de grande porte que impressiona, mas como um legado que se renova a cada visita e em cada olhar curioso.
Evento - A semana do Dia Mundial da Cobra coincide com o início das Férias Científicas, projeto institucional que há anos forma novas gerações com base na curiosidade científica, pensamento crítico e contato direto com o ambiente natural. Realizada em dois ciclos — de 14 a 19 de julho e de 21 a 26 de julho — a iniciativa oferece atividades educativas e visitas às instalações - incluindo a Fazenda IVB, em Cachoeiras de Macacu.
“As crianças são recebidas por Maya logo na entrada, e isso já marca a experiência. Depois, elas mergulham em atividades que envolvem ecologia, biotecnologia, produção de soros e preservação ambiental. É um trabalho de formação para a vida”, afirma Luis Eduardo Cunha, diretor científico do IVB. As atividades ocorrem na sede do Instituto, em Niterói, durante a semana, e se estendem aos sábados na Fazenda Vital Brazil, onde os participantes vivenciam a ciência em contato com outros animais. A equipe é formada por educadores e monitores universitários voluntários, selecionados e treinados para a mediação com as crianças.