O IBGE divulgou nesta sexta-feira (23) os números do Censo Demográfico 2022 sobre as pessoas com diagnóstico de transtorno do espectro autista (TEA). No Brasil, ao todo, 2,4 milhões de pessoas estão dentro dessa condição, valor que perfaz 1,2% da população brasileira. No diz respeito à distribuição sobre a composição da população, o Censo 2022 revelou que a prevalência do diagnóstico de TEA, no ano de 2022, foi maior entre os homens (1,5%) do que entre as mulheres (0,9%).
No total, 1,4 milhões de homens e 1,0 milhão de mulheres foram diagnosticados com autismo por algum profissional de saúde naquele ano. Entre os grupos etários, por sua vez, a maior prevalência de diagnóstico aconteceu entre as crianças de 5 a 9 anos (2,6%). Foram contabilizadas, ao todo, 350.942 crianças diagnosticadas com essa condição neurológica, que exige apoio específico em termos de comunicação e socialização.
No caso de Campos, os números foram levantados pelo geógrafo William Passos com exclusividade para o Grupo Folha. Segundo o levantamento, em 1 de agosto de 2022, Campos apresentava 6.614 pessoas residentes diagnosticadas com autismo, a maioria homens (3.951 homens, contra 2.662 mulheres) da cor branca (3.071 brancos, contra 1.180 pretos, 2.343 pardos e 20 amarelos). Isso significa que 1,4% da população residente no município foi diagnosticada dentro do espectro, percentual levemente acima da média brasileira. Entre os grupos etários, 3,5% das crianças de 5 a 9 anos do município foram identificadas dentro da condição (1.172 crianças), percentual significativamente acima da média nacional (2,6%), em termos estatísticos.
Para o geógrafo William Passos, os dados apresentados pelo Censo Demográfico 2022 são muito importantes porque esta é a primeira vez que a prevalência do autismo é calculada na população brasileira. “Até então, estávamos muito dependentes das estatísticas do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), do governo dos EUA, que divulga, a cada dois anos, uma estimativa da prevalência do espectro sobre a população estadunidense. No último relatório, calculado para o ano de 2022, 1 a cada 31 crianças de 8 anos eram autistas nos Estados Unidos, perfazendo 3,2% do total daquela população. No recorte por gênero, o TEA era 3 vezes mais comum entre meninos do que entre meninas em 2022 nos EUA. Os dados do Censo Demográfico 2022 do IBGE, por outro lado, revelam que, no Brasil, 1 a cada 38 crianças de 8 anos estão dentro da condição, enquanto, em Campos, 1 a cada 28 crianças de 8 anos estão dentro do espectro. Além disso, no recorte por gênero, tanto no Brasil quanto em Campos, a disparidade entre meninos e meninas é menor que nos EUA, embora meninos tenham maior probabilidade de estarem dentro do espectro. Em vez de ser 3 vezes mais comum, como nos EUA, no Brasil e em Campos, para cada menina autista, menos de 2 meninos compartilham da condição”.
