Sem familiares para liberar corpos, vizinhos sepultarão mãe e filha mortas em acidente
Dora Paula Paes 18/03/2022 12:38 - Atualizado em 18/03/2022 18:58
  • Local do acidente que vitimou mãe e filha

    Local do acidente que vitimou mãe e filha

Sem parentes para identificar e liberar os corpos, uma vizinha se prontificou perante a Justiça a cuidar do sepultamento, nesta sexta-feira (17), de mãe e filha vítimas do acidente na Campos-São Francisco de Itabapoana: Waldeia de Almeida Carvalho, de 91 anos, e Maria Luiza Almeida Carvalho, de 71 anos. A intenção foi dar um enterro digno para as duas, que viviam uma para a outra, e para os cinco cães e 30 gatos, que tanto amavam. Após liberação, os corpos foram velados na praia de Gargaú, onde estão todos os seus animais e conhecidos. O sepultamento aconteceu no cemitério do Caju, em Campos.

Como determina a Lei, neste caso, foi preciso esperar 72 horas para que o Instituto Médico Legal (IML), de Campos, aguardasse alguém da família e só então liberasse os corpos, nesta sexta-feira (18). Nestes casos, após, pela Lei pode ocorrer a liberação para quem apresente a documentação necessária e, assim, não ocorra sepultamento como indigente.

"Os corpos serão velados em Gargaú onde elas têm residência, e em seguida retornaremos para Campos para sepultamento, no Cemitério do Caju, no jazigo da família", postou nesta quinta-feira (17), a vizinha Neinha Freitas, que está empenhada em dar um sepultamento digno as suas amigas.

Em seu Facebook, Neinha conta que esteve na delegacia de São Francisco de Itabapoana, onde assinou um documento provando ser vizinha de "Iza" e "Deia" para conseguir liberar os corpos.

"Quero agradecer o apoio dos seus amigos que estão me procurando e colaborando e, principalmente, me dando todo apoio. Infelizmente, as duas não têm família por motivo de falecimento. Algumas vizinhas amigas que se colocaram à disposição para que possamos fazer um sepultamento digno para mãe e filha...Vou deixar claro que qualquer pessoa que tentar se aproveitar da 'situação' chamarei a polícia. Vou deixar bem claro que se elas não têm herdeiros, a justiça é quem vai dizer o que fazer...Ninguém vai levar nada, a menos que tenha um testamento", chegou a escrever, ressaltando que apareceu um homem, por telefone, se identificado como caseiro, pedindo os documentos delas. "Segundo vizinhos das duas em Gargaú, um homem tentou entrar na residência. A Polícia foi chamada até o local para que a residência não fosse invadida", contou.

A colisão, na segunda-feira, aconteceu depois do veículo, um Focus de cor prata, sair da pista e colidir em uma árvore. As duas morreram no local do acidente.

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