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Nesta segunda-feira (31), durante uma Assembleia Geral Extraordinária realizada no salão do clube Saldanha da Gama, os sócios do Americano Futebol Clube decidiram, por 43 votos a favor, um voto em branco e dois nulos, pela destituição de Tolentino Reis da presidência do clube. Com a decisão, a vice-presidente Laila Póvoa assume o cargo de presidente da instituição, embora haja formalidades burocráticas.

A Assembleia foi marcada por discussões intensas sobre a gestão de Tolentino, que, segundo um parecer da comissão criada para investigar sua conduta, descumpriu várias normas do estatuto do clube, o que motivou o impeachment. O presidente do conselho deliberativo, Édson Carvalho Rangel, explicou que a Assembleia foi convocada para ratificar a decisão do conselho deliberativo sobre as transgressões cometidas por Tolentino, que envolviam, entre outras coisas, o não cumprimento de cláusulas essenciais do estatuto do clube.

Em sua fala, Édson Carvalho destacou que o processo não estava restrito ao conselho, mas aos sócios do clube, que têm o poder de decidir sobre a permanência ou não do presidente. O processo de impeachment foi formalizado devido a uma série de falhas na administração, incluindo problemas financeiros e de gestão de pessoas, que afetaram a imagem do clube.

Tolentino, em sua defesa, reconheceu que houve erros durante sua gestão, mas afirmou que não via motivos para sua destituição. O ex-presidente também revelou dificuldades financeiras e problemas internos que prejudicaram a sua administração, incluindo atrasos salariais e conflitos com a mídia, que contribuíram para um desgaste na imagem da gestão.

“Eu fui muito enganado, muito roubado, mas assumi o desafio e tentei fazer o meu melhor. A dívida do clube é razoável, e não é impagável”, afirmou Tolentino. Ele também mencionou que a situação de atrasos e desgastes com a vice-presidente Laila Póvoa foi um dos principais pontos para esta Assembleia.

Em seu depoimento, Laila Póvoa, agora presidente do Americano, falou sobre a difícil transição, mas se mostrou confiante em sua capacidade de assumir a liderança do clube. Ela revelou que, mesmo com os problemas enfrentados na gestão anterior, está disposta a trabalhar com os sócios e o conselho para resolver as questões internas e levar o clube a um futuro melhor.

“Eu estou aqui para trabalhar, com calma e com controle, para reconstruir o Americano. Vamos tomar as decisões mais rápidas e responsáveis para que o time tenha sucesso no campeonato”, afirmou Laila, que também destacou a importância de unir forças com os demais membros do conselho para resolver questões como contratações e processos judiciais pendentes.

Quando questionada sobre a permanência do técnico Marcelinho Paraíba e dos jogadores apresentados na última semana, Laila afirmou que ainda não era possível tomar uma decisão, pois precisaria primeiro analisar a situação do clube junto ao conselho. Ela também garantiu que, embora as decisões em relação ao time de futebol precisem ser tomadas com urgência, o foco está na reestruturação administrativa do clube.

Em relação ao futuro do clube, Laila mencionou a possibilidade de transformar o Americano em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF), uma medida que pode garantir mais investimentos e estabilidade financeira para o clube. Ela também afirmou que continuará a trabalhar com o conselho para garantir que o clube tome as melhores decisões para seu futuro.

Fotos: Rodrigo Silveira