Felipe Fernandes - Tecnologia, natureza e maternidade
*Felipe Fernandes - Atualizado em 16/04/2025 08:58
 
Reprodução
Filme: Robô selvagem - Não existe nada de realmente original ou inovador em Robô selvagem. Seja em termos de visual ou narrativa, nós já assistimos histórias muito parecidas, ainda que em outros contextos. Porém, o fato do filme funcionar tão bem, prova que a arte de contar uma boa história, ainda é a maior força do cinema como entretenimento.

Baseado em uma famosa série de livros escrita por Peter Brown, algo pouco comum em termos de animação, o longa se destaca pela construção das relações entre seu trio principal, construindo uma família disfuncional, que vai se descobrindo através da exploração do ambiente e na readequação de seu lugar no mundo.

Com uma narrativa madura, que prioriza o drama, deixando o humor e ação em segundo plano, o filme trabalha temas como aceitação e como podemos construir nosso próprio caminho, desvirtuando de um padrão pré-estabelecido, de uma vida cada vez mais controlada.

A protagonista Roz é perfeita nesse sentido, já que se trata de uma robô, com uma diretriz rígida, que através de suas experiências vai ganhando personalidade e sentimentos e se integrando ao ambiente, já que sua própria estrutura física começa a ganhar partes naturais.

A relação maternal de Roz com o pequeno Fink, reforça a temática da aceitação e constrói uma relação maternal que é o ponto mais sensível da produção. Todo o processo de aceitação de ambos, surge dessa relação, que é mal vista por toda a vida selvagem.

Esse conflito entre a programação/instinto com um senso de coletividade/liberdade é a principal temática do filme, que nessa interação entra a protagonista com a natureza, constrói uma história linda, que emociona pela beleza visual, pela belíssima trilha, mas principalmente, por nos fazer se relacionar profundamente com aqueles personagens.

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