Um colega do médico Walter Siqueira, também otorrino, culto, cultivador de sinônimos, contou-lhe que o caso mais engraçado que se passou com ele foi durante o atendimento de uma cliente do interior.
Na consulta, o médico perguntou:
— A senhora costuma ter acufenos (zoadas nos ouvidos), algumas esternutações (espirros) ou epíforas (lacrimejamento) de vez em quando?
A mulher, sem entender bulhufas, respondeu de pronto:
— Eu não tenho nada disso não, doutor! O que eu tenho é uma terrinha com uma lavoura branca de meia, que o meu marido toma conta, e uns frangos de poleiro que eu cuido na porta da cozinha. E só!
O otorrino, atento à fala da mulher, continuou ouvindo.
— Eu vim aqui, doutor, é pra dizer ao senhor que eu estou espirrando, o meu ouvido está zoando e os meus olhos não param de sair lágrimas.