Ômicron altera planos das festas de fim de ano na região e na capital
04/12/2021 08:14 - Atualizado em 04/12/2021 08:24
Réveillon no Rio de Janeiro
Réveillon no Rio de Janeiro / Reprodução/TV Globo
O Brasil confirmou nesta semana os primeiros casos da variante Ômicron do coronavírus. Como quase tudo desde o início da pandemia, a nova cepa gera muitas incertezas, mesmo com a região tendo um índice considerável de vacinados e com a taxa de infecção em baixa. Como prevenção, alguns prefeitos já cancelaram as festas de Réveillon custeadas com recursos públicos, optando por uma simbólica queima de fogos. Esse é o caso de Campos, Macaé e São Francisco de Itabapoana, no Norte Fluminense. Quissamã informa que segue planejando os eventos, mas condiciona ao cenário epidemiológico. Na capital fluminense, com a festa da virada mais conhecida do país, a de Copacabana, a programação estava mantida até a noite dessa sexta-feira (03), mas o Grupo Técnico de Assessoramento a Eventos de Saúde Pública, que assessora a secretaria estadual de Saúde, não recomenda a festa. Com isso, o prefeito Eduardo Paes (PSD) anunciou o cancelamento na manhã deste sábado (04). Na região dos Lagos, Búzios e Cabo Frio permanecem com programação, apesar de alterações.
O infectologista Nélio Artiles pregou cautela. “Sou a favor do passaporte de vacinação e evitar grandes aglomerações e nestes casos o uso de máscaras. Nas reuniões privadas e menores deve haver o cuidado de acontecer em locais arejados ou ao ar livre. Enquanto tivermos uma parte da população não vacinada de forma completa, os riscos existem de adoecimento e inclusive na formação de novas variantes”, afirmou. Em relação às medidas de prevenção, Campos antecipou para segunda-feira (06) a reunião do gabinete de crise.
Campos foi o primeiro município da região a confirmar o cancelamento de festas públicas de Réveillon. Ainda não há medidas restritivas para eventos privados em nenhuma cidade. Macaé e SFI também mantiveram apenas uma queima de fogos simbólica. Conceição de Macabu informou que fara uma reunião na próxima semana para definir sobre o tema. Cardoso Moreira, Carapebus, São Fidélis e São João da Barra não responderam aos questionamentos.
Em Quissamã, a Prefeitura informou que permanece no planejamento e organização dos eventos, contudo isso não significa que eles acontecerão: “Com o possível avanço de uma nova cepa, o quadro será analisado com o mesmo cuidado verificado em Quissamã, desde o início da pandemia do coronavírus. As decisões que forem tomadas, serão baseadas nas orientações criteriosas das autoridades em Saúde. Ouvir os especialistas, e acompanhar diariamente a possível evolução ou regressão dos casos, é uma rotina da Prefeitura de Quissamã, como um todo. O objetivo principal é preservar vidas e sempre será”.
No Rio de Janeiro, o cancelamento foi anunciado pelo prefeito:
— Respeitamos a ciência. Como são opiniões divergentes entre comitês científicos, vamos sempre ficar com a mais restritiva. O Comitê da prefeitura diz que pode. O do Estado diz que não. Então não pode. Vamos cancelar dessa forma a celebração oficial do réveillon do Rio.
Paes disse que toma a decisão com tristeza, mas que não tem como organizar a celebração sem a garantia de todas as autoridades sanitárias. "Infelizmente não temos como organizar uma festa dessa dimensão, em que temos muitos gastos e logística envolvidos, sem o mínimo de tempo para preparação", garantiu.
Sobre o Carnaval, os municípios ainda vão analisar. 
Búzios e Cabo Frio ainda mantêm celebrações
A região dos Lagos é o destino de muitos campistas nas festas de fim de ano. Por lá, Búzios e Cabo Frio mantêm as suas programações, mas com alterações.
Cabo Frio informou que a “programação para a alta temporada, incluindo as épocas do Réveillon e do Carnaval, está condicionada ao cenário epidemiológico do município, que é monitorado de forma constante. Até o momento, a situação vem evoluindo de forma positiva com o avanço da vacinação contra a Covid-19”. A administração municipal prevê que a cidade receba cerca de 800 mil visitantes no Réveillon: “Para a virada do ano, três pequenos palcos para apresentações de artistas locais serão montados na cidade, sendo um no Jardim Esperança e dois em Tamoios. Não haverá queima de fogos na Praia do Forte”.
Búzios informou, apenas, que não tem “atualização de possíveis cancelamentos, seguiremos a programação”.
*Publicado na edição deste sábado da Folha da Manhã (com edição para incluir a posição de Paes)

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    Arnaldo Neto

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