IFF, UFF e Uenf entre entusiasmo e dúvida sobre Universidade da Baixada
Dora Paula Paes - Atualizado em 20/10/2021 08:50
Rodrigo Silveira
Em Campos, o local para a construção de um dos oito Centros Tecnológicos, uma iniciativa do governo do Estado, já está definido. Será em uma área na localidade de Baixa Grande, na Baixada Campista. O início das obras ainda não foi anunciado, mas representantes dos principais centros acadêmicos públicos do município falam sobre o projeto. Em um compilado de posições, a iniciativa é elogia, desde que não haja redução de investimentos nas universidades estaduais já existentes, como a Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf).
Para o reitor do Instituto Federal Fluminense (IFF), Jefferson Manhães, é importante fortalecer a oferta de formação, seja da Educação Profissional e Tecnológica ou Superior. "É algo que sempre empodera nossas comunidades. Amplia as oportunidades para nossa juventude e dos adultos que precisam se reinserir no mundo do trabalho em especializações cada vez mais complexas. Então, a gente só pode olhar com esperança. Tudo aquilo que fortalece a Educação, a Ciência, o Desenvolvimento Tecnológico e que seja sintonizado com as prioridades da nossa região sempre será bem vindo", disse ele.
Ana Maria Almeida da Costa, diretora do campus-Campos da Universidade Federal Fluminense, também considera a iniciativa positiva. Segundo ela, importante para um país como o Brasil marcado pela desigualdade. No entanto, ela abre uma parêntese: "É preciso considerar e esperamos que esse projeto não signifique, de forma alguma, redução de investimentos nas universidades estaduais já existentes e na educação pública de modo geral, tanto no Estado, quanto no Município. Se isso não significa redução, principalmente, na nossa universidade irmã que é a Uenf, nós avaliamos como uma iniciativa importante".
Reitor da Uenf, Raul Palacio, espera conhecer melhor o projeto para opinar. "Não temos muito a colocar porque não conhecemos o projeto", disse ele, que está a frente de uma das maiores universidades do país, mas que vive em luta constante por melhorias.
Projeto considerado um dos mais importantes do governo Castro
O projeto de criação dos centros tecnológicos, por vez, é considerado um dos mais importantes da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti). A iniciativa consiste na construção de oito prédios espalhados pelo estado do Rio capazes de oferecer atividades relacionadas à ciência, tecnologia e inovação. Campos, Angra dos Reis, Cabo Frio, Duque de Caxias, Itaperuna, Nova Friburgo, Resende e São João de Meriti foram escolhidas pelo governo Claudio Castro para receber os centros.
A meta é a integração entre a Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), a Fundação Cecierj e todas as vinculadas da Secti que vão levar para um único lugar o ensino superior, cursos livres e a formação profissional de nível médio, de acordo com o projeto.
Os centros serão prédios com no máximo três andares. A proposta é que no térreo funcione a parte de educação, unindo a Faetec, que elabora os cursos de qualificação profissional, e a Fundação Cecierj, que é responsável pela graduação à distância.
Já o segundo andar será voltado para a área de pesquisa, onde ficará a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). Por fim, o último terá a administração e sala de eventos. Dentro do projeto serão sustentáveis e terão recursos como reutilização de água, tratamento de esgoto, energia renovável, ferramentas para redução do consumo de energia, reciclagem, entre outros.

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