Flamengo e Fluminense se classificaram para as oitavas de final da Libertadores, ao ficarem em primeiro lugar em seus grupos, posição só confirmada por ambos nesta semana, na última rodada, com direito a emoção até o final.

No novo normal, com jogos sem público, fizeram mais pontos fora do que em casa. O Flamengo conquistou 7 dos seus 12 pontos fora de casa. O Fluminense, 7 de 11. Ambos tiveram duas vitórias e um empate fora de casa.

O rubro-negro, bicampeão da competição, está invicto e se classificou com uma rodada de antecedência, afastando o fantasma da eliminação na fase de grupos (é o recordista brasileiro, com 5 eliminações), que o rondava até 2017, antes da reestruturação administrativa e financeira que o alçou ao posto de clube mais rico do país, montando um elenco milionário e cheio de estrelas para o padrão nacional, com incontáveis conquistas.

Na campanha o Flamengo venceu seus adversários mais difíceis fora de casa, ganhando do Vélez e da LDU, em vitória emblemática na altitude de Quito, onde normalmente os brasileiros sofrem muito (têm aproveitamento de apenas 23%).

Fez muitos gols, mas tomou muitos também. Foi o líder de grupo com defesa mais vazada, com 9 gols, média de 1,5 por jogo. É um dos favoritos ao título, ao lado do também milionário Palmeiras, do River Plate e do Boca Juniors. Atlético/MG/, dono da melhor campanha da fase de grupos e de bom elenco, e São Paulo, tricampeão da Libertadores, correm por fora.

O Fluminense, uma vez vice-campeão da competição (é, ao lado do Botafogo, o único grande brasileiro sem Libertadores), se classificou na última rodada. Com elenco mais modesto que os demais brasileiros, surpreendeu pela classificação à fase de grupos ao ficar em 5º no Brasileirão e causou surpresa novamente ao ser líder do "grupo da morte", que tinha o River Plate, maior clube da América do Sul dos últimos anos.

Com altos e baixos na competição, fez seus dois melhores jogos na Libertadores exatamente contra o River Plate, com um empate em casa e uma vitória histórica no Monumental de Nuñes, contra todos os prognósticos que previam sua derrota e possível eliminação. Foi o segundo clube brasileiro, ao lado do Cruzeiro, a vencer Boca Juniors e River Plate em seus estádios na competição.

O tricolor jamais foi eliminado na fase de grupos desde que o regulamento mudou em 1988, passando a dar mais de uma vaga por grupo para as oitavas de final. Pelo elenco, é um dos azarões da competição e a sorte no sorteio do chaveamento nas oitavas será bem-vinda, evitando um cruzamento direto com River Plate, Boca Juniors ou São Paulo. É possível que as oitavas de final sejam o seu limite.