"Vamos abrir a porteira da nossa cidade para as grandes indústrias", promete Tadeu Tô Contigo
06/11/2020 07:56 - Atualizado em 06/11/2020 11:49
"Não tem outra forma de você aumentar a sua arrecadação senão trabalhar para gerar trabalho". A afirmação é de Alexandre Tadeu, o Tadeu Tô Contigo (Republicanos), que fechou nesta sexta-feira (6) a segunda rodada de entrevistas dos candidatos a prefeito de Campos no Folha no Ar, da Folha FM 98,3. Segundo Tadeu, o aumento na geração de empregos numa eventual gestão sua seria possibilitado com a busca pela instalação no município de grandes empresas e indústrias a partir de incentivos para tal.
— Penso exatamente no posicionamento de abrir a porteira da nossa cidade para que grandes indústrias, através de incentivos, se instalem no nosso município. Só desta forma nós vamos garantir emprego, renda e, consequentemente, aumentar a nossa arrecadação própria. Não tem outra alternativa — disse o candidato. — Ficar contando com royalties, aumento de royalties, a gente sabe que isso é uma situação completamente indefinida. Ninguém sabe o que vai acontecer amanhã. Então, somente trabalhando para gerar trabalho a gente vai aumentar a arrecadação própria e diminuir os déficits, fazer com que as nossas contas fechem. Do contrário, a gente vai continuar trabalhando no vermelho. E quem sempre trabalha no especial sabe que, um dia, essa bola de neve cresce e fica insuportável. É o que já está acontecendo com Campos dos Goytacazes — pontuou.
Comentando o adiamento do julgamento da partilha dos royalties pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre Tadeu disse acreditar que o processo continue sendo postergado e tenha resultado final satisfatório para Campos e região. “Vejo que esse julgamento, se acontecer, será favorável aos estados e municípios produtores. É do entendimento de todos que o benefício da redistribuição é bem pequenininho em relação aos prejuízos que vai causar aos municípios e estados produtores", afirmou.
Caso eleito, ele projetou como uma das medidas para enfrentar a crise financeira de Campos a realização de uma auditoria para ter um número concretos de trabalhadores RPAs e DAS's, e, a partir daí, ter dados concretos para realizar o enxugamento da máquina.
— Vamos ajustar o nosso município unificando secretarias e superintendências, ficando apenas com aqueles que realmente querem trabalhar e fazer o município se desenvolver. Deixando os servidores de lado, porque eles são intocáveis, do meu ponto de vista, nós temos que olhar principalmente aqueles terceirizados, aqueles DASs, os RPAs, que são muitos e fazem a nossa folha explodir. Temos que verificar quantos são e ver realmente quem está trabalhando, a real necessidade desse RPA e desse DAS. Temos que, de cara, fazer uma auditoria na folha de pagamento — enfatizou o candidato.
Também foi comentado o passivo atual com os RPAs. “Se for reconhecido o trabalho deles, o passivo vai ser pago, não tenha a menor dúvida. Agora, vamos ver a melhor forma de honrar esse compromisso. O que eu não posso é fazer algo que não foi da minha administração, priorizar esse tipo de pagamento, uma vez que eu vou ter o nosso carro já ligado e na estrada. Eu tenho que, sim, honrar o que os outros não fizeram. Não tenha a menor dúvida: vamos ver a melhor forma. Acima de tudo, uma auditoria, para saber quais são os números”, ressaltou o prefeitável.
Outra forma de aumentar a receita apresentada por Tadeu seria investir no agronegócio, com proposta de incentivo ao plantio da soja no município. “Temos contato com empresários chineses que estão apenas esperando o posicionamento desta eleição, para que o município incentive a produção de soja em Campos dos Goytacazes, porque eles vão comprar quatro safras antecipadas. Isso a partir de estudos de uma universidade local. O estudo já estava pronto, chegou a esse grupo de empresários chineses, e agora eles estão só dependendo do incentivo do município. Esse incentivo seria ceder a área e o maquinário. Com a compra antecipada pelos chineses, o restante será colocado pelo próprio produtor", informou o candidato.
Outra proposta apresentada foi a da criação de uma Horta Municipal utilizando a mão de obra de pessoas atualmente em situação de rua. “Essa horta vai produzir alimentos de época que, naturalmente, vão abastecer as nossas escolas. Nós vamos, junto com o produtor familiar, garantir o abastecimento das nossas unidades escolares com a nossa produção local. E a mão de obra, especificamente, de imediato, será a de moradores em situação de rua. É lógico, vamos ter que ampliar o número de locais para acomodar essas pessoas”, abordou o candidato.
Comentando o debate on-line realizado na quinta-feira (5) pelo Fórum Interinstitucional de Dirigentes do Ensino Superior de Campos (Fidesc), Alexandre Tadeu foi crítico aos ataques trocados entre os candidatos Wladimir Garotinho (PSD) e Caio Vianna (PDT), que lideram as pesquisas, além do atual prefeito Rafael Diniz (Cidadania), que tenta a reeleição.
— Vimos candidatos herdeiros de famílias brigando entre eles, mesmo que ficticiamente, para se perpetuarem no poder. A gente viu Wladimir Garotinho, Rafael Diniz e Caio Vianna brigando entre eles: "não, eu quero continuar, a minha família é mais poderosa que sua, e eu vou continuar aqui", e o outro "não, eu tenho que voltar". É uma situação que Campos não aguenta mais. Aproveitei o momento para chamar a atenção do eleitor para quem são os candidatos e, acima de tudo, quem está por trás deles — afirmou.
Ainda sobre o debate, Tadeu abordou os momentos em que foi confrontado pelo candidato Jonathan Paes (PMB) em relação ao apoio da família do presidente da República, Jair Bolsonaro, no pleito em campos.
— Jonathan Paes parece estar com uma mágoa no coração por não ter o apoio da direita de Campos, por não ter apoio do presidente Bolsonaro. Não foi a primeira vez que ele questionou o apoio da família Bolsonaro ao Republicanos. Só se precisar desenhar. A família Bolsonaro está no Republicanos 10. O meu partido é o Republicanos 10, partido da família Bolsonaro. Eu jamais disse que tenho apoio do presidente Bolsonaro, até porque ele não faz parte do meu partido. Mas, tenho certeza que, no segundo turno, ele vai dar apoio para a minha candidatura — garantiu o candidato. — Eu estou completamente tranquilo, fazendo a minha campanha, lógico, torcendo para que a gente chegue ao segundo turno. Tenho muita convicção disso, e tenho certeza que, lá, nós vamos ter o apoio do presidente da República, da família Bolsonaro na nossa campanha — acrescentou.
Outro apoio assegurado por Tadeu é o de cristãos evangélicos, especialmente de membros da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd). “Eu sou católico, todo mundo sabe disso. Mas, tenho uma admiração enorme pelo trabalho que os evangélico, em especial os da Iurd, realizam no município. E eles também têm um agrado muito grande em relação à minha pessoa e o que eu desenvolvo através do jornalismo. Então, há um alinhamento, sim, entre os evangélicos e a minha candidatura. Não tenho a menor dúvida disso. E nós vamos mostrar a força que nós temos para superar essas famílias que há décadas se revezam no poder, empobrecendo cada vez mais a cidade”, disse Tadeu.
No setor cultural, o prefeitável planejou buscar parcerias para a melhor utilização e movimentação do Centro de Eventos Populares Osório Peixoto (Cepop), adjetivado como “elefante branco”, e propôs a volta dos desfiles de escolas de samba, blocos e bois pintadinhos para o período original do calendário: “A nossa intenção é resgatar e fazer um calendário definitivo do Carnaval. Chega de termos um Carnaval fora de época. Nós temos que ter o nosso Carnaval, sempre tivemos”.
Para a Educação, houve promessa da instalação de uma escola cívico-militar em Campos. “Nós precisamos dar essa oportunidade para que possamos também levar à instituição familiar o resgate da instituição família. O que a gente observa é que muitos pais pegam as crianças e jogam nas escolas: "Ah, educa o meu filho". Não, a educação compete aos familiares, o professor passa o conteúdo. E, na escola militar, a gente vai resgatar a questão dos valores familiares, vamos resgatar a questão da família e disciplinar melhor o nosso cidadão. A gente está precisando disso, e Campos vai ter essa escola cívico-militar”, assegurou.
Confira a entrevista completa:

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