Manifestações pró-democracia acabam em confusão e confrontos em SP e RJ
31/05/2020 17:19 - Atualizado em 03/06/2020 19:16
Manifestações em São Paulo
Manifestações em São Paulo / Pam Santos
O domingo (31) foi marcado por manifestações pró-democracia organizadas por torcidas de times de futebol em São Paulo e no Rio de Janeiro, mas que acabaram em confrontos com grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e com a Polícia Militar.
Na capital paulista, os grupos se enfrentaram na Avenida Paulista, onde foram marcados protestos simultâneos. Ao menos três torcedores foram detidos pela Polícia Militar e levados a uma delegacia da região. No Rio, foi registrada uma confusão em Copacabana. Vestidos de preto, manifestantes de um grupo contrário ao presidente Jair Bolsonaro foram dispersados com o uso de bombas de gás.
As torcidas organizadas – vestindo camisas de times como Corinthians, Palmeiras e São Paulo – e grupos de esquerda chegaram à Avenida Paulista no início da tarde com bandeiras rubro-negras do antifascismo — o mesmo horário em que bolsonaristas costumam promover seus atos. Vestindo roupas pretas e brancas, os manifestantes entoaram gritos pela democracia e contra o presidente.
Já os bolsonaristas, por sua vez, portavam as habituais bandeiras do Brasil, além de outras, como a da Ucrânia, e símbolos americanos. Seguravam também cartazes contra o Supremo Tribunal Federal (STF).
A Polícia Militar formou um cordão de isolamento entre os manifestantes contra e pró-Bolsonaro, na altura do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Apoiadores do presidente ficaram concentrados, em menor quantidade, na frente do Shopping Cidade São Paulo, enquanto as torcidas estavam em frente ao museu.
Por volta das 13h30, a Tropa de Choque chegou ao local e lançou bombas para dispersar o trecho da avenida entre os dois protestos. Em seguida, houve um princípio de briga entre dois grupos contrários.
Cerca de meia hora depois, a situação se agravou quando a Tropa de Choque começou a reprimir a manifestação antifascista com mais violência. A Avenida Paulista virou cenário de guerra, com cápsulas de bombas e destroços pelo chão. Antifascistas revidaram lançando pedras e garrafas na polícia.
Por quase uma hora, os manifestantes antifascistas tentaram se manter na avenida, mas a PM atuou para impedir a ocupação da via. Uma parte dos manifestantes foi empurrada para a altura da Rua da Consolação. Um pequeno grupo permaneceu em frente ao museu.
Do outro lado, apoiadores do presidente se mantiveram aglomerados em frente ao shopping, carregando cartazes contra o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Havia também mensagens a favor de uma intervenção militar e da instituição de um regime monarquista.
Após o confronto com a polícia, princípios de brigas continuaram ocorrendo entre os antifascistas e apoiadores de Bolsonaro que tentavam se aproximar do Masp.
Na Praia de Copacabana, houve confronto entre participantes de três protestos diferentes que ocorreram na orla na manhã deste domingo. Os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro se concentraram em frente ao posto 5, entoando gritos em defesa do presidente e negando a gravidade da pandemia do novo coronavírus.
 
 
Por volta das 9h, membros da torcida organizada do Flamengo "Fla Antifascista" se aproximaram do local e houve agressões verbais entre os dois grupos. A Polícia Militar utilizou spray de pimenta e gás lacrimogênio para dispersar os torcedores. Cerca de uma hora depois, foi a vez de um protesto por igualdade racial chegar próximo ao grupo bolsonarista. Desta vez, a confusão foi maior, com trocas de socos. A polícia interviu novamente. Ainda não há informações sobre feridos.

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