Etevaldo Pessanha: Boas notícias
29/05/2020 19:51 - Atualizado em 03/06/2020 18:06
Etevaldo Pessanha
Etevaldo Pessanha / Folha da Manhã
A Oil Group Investimentos em Refinarias assinou contrato com a Porto do Açu Operações para a instalação de uma refinaria modular no complexo portuário, em São João da Barra. O projeto deverá ter início em 2024, com investimentos previstos na ordem de US$ 300 milhões e a unidade prevê produção de gasolina, óleo diesel e óleo combustível. A capacidade inicial de produção será de 20 mil barris por dia de derivados claros, com planos de expansão de sua capacidade até 50 mil barris/dia. Essa é a primeira fase para a implantação de uma refinaria modular de petróleo no Norte Fluminense.
A opção pelo modelo modular é justificada pela maior agilidade na construção, eficiência operacional e, principalmente, sustentabilidade. A redução do impacto ambiental deste modelo atende às mais rigorosas legislações desse âmbito nas fases de implantação e operação.
A Oil Group é uma empresa americana integrada de petróleo e gás envolvida na exploração, produção e refino. A empresa, além do Projeto em São João da Barra, já iniciou estudos e entendimentos para a implantação de mais cinco refinarias modulares e mini refinarias no Brasil. O Porto do Açu, por sua vez, é o maior empreendimento de energia, petróleo e gás do Brasil. Atualmente o Porto movimenta petróleo, combustíveis marítimos, minério de ferro, coque, carvão, bauxita, ferro, gusa, sucata e gipsita, assim como cargas gerais e de projeto. A Açu Petróleo é responsável por 25% das exportações petroleiras do país.
O Porto do Açu fica estrategicamente posicionado na costa próxima à Bacia de Campos. Desde a criação do terminal portuário, já se tinha a idéia do seu potencial para o desenvolvimento do distrito industrial de nossa região. O diretor da Downstream da Oil Group, Luiz Otávio Massa, em entrevista ao Valor Econômico, afirmou que “estar próximo à área portuária é importante para receber petróleo e ecoar a produção de maneira apropriada.” Luiz Otávio declarou ainda que “a expansão do parque brasileiro de refino é um investimento estratégico e urgente... o país deve dominar todo o processo industrial de petróleo para não ficar sujeito a flutuações no mercado mundial e refém da disponibilidade de tais instalações em outros países.” O Projeto visa ao atendimento da demanda crescente de combustível e às novas diretrizes do mercado nacional, abrindo também caminho para que pequenas petroleiras possam atuar.
O panorama é altamente positivo. Podemos projetar uma produção de 18 milhões de barris de petróleo por ano, com ganho de US$ 900 milhões (estimando-se o preço do barril a US$ 50 e a cotação do dólar a R$ 5), o equivalente a R$ 4,5 bilhões anuais. Haverá uma incidência de ICMS e royalties. Desse modo, o Projeto provavelmente será responsável pela geração de pelo menos cinco mil empregos diretos e indiretos, com perspectivas de instalação de dezenas de empresas atraídas pelo negócio petróleo. Boas notícias, em tempos ruins.

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