Linda e Ferrugem monitorados
Aldir Sales 22/06/2017 09:41 - Atualizado em 23/06/2017 01:09
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O juiz Ralph Manhães, titular da 100ª Zona Eleitoral de Campos e responsável pelos julgamentos das ações penais da Chequinho, determinou nessa quarta-feira (21) a imediata colocação de tornozeleiras eletrônicas nos vereadores Thiago Ferrugem (PR) e Linda Mara (PTC), já condenados na esfera cível-eleitoral do processo. O magistrado chegou a decretar a prisão domiciliar dos réus no dia 26 de abril até que fosse viabilizado o monitoramento eletrônico. No entanto, com a falta do equipamento, Ralph Manhães revogou a decisão no dia 11 de maio. Enquanto isso, a defesa de Linda Mara entrou com pedido de habeas corpus no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para tentar afastar Ralph do caso, o que já foi negado anteriormente pela própria Corte e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após ações do ex-governador Anthony Garotinho (PR) e da esposa, a ex-prefeita Rosinha Garotinho (PR).
No despacho, o juiz lembrou que a decisão anterior sobre as tornozeleiras não foi revogada junto com a prisão domiciliar. Na decisão inicial, o magistrado relatou que “existe o risco de que os réus venham a se utilizar das suas funções e cargos para influir negativamente na instrução criminal neste feito, lembrando-se que os delegados de polícia e os promotores afirmaram, em várias oportunidades, o temor das testemunhas em prestar depoimentos, relatando inclusive ameaças sofridas por estas”.
Sobre Linda Mara, Ralph Manhães disse que “sua participação de maior destaque no esquema que ora se apura, eis que a mesma foi secretária municipal (chefe de gabinete) do governo anterior, com maior participação e desenvoltura nos órgãos municipais, além do que a referida denunciada foragiu quando da decretação da sua prisão temporária, participando, inclusive, de trama para que houvesse a gravação forjada de áudio de testemunha da peça policial em questão, e ainda recebeu e repassou ordens para destruição de provas (...), indicando, a princípio, a sua proeminência na cadeia de comando daquela organização criminosa”.
Enquanto isso, Linda Mara continua a ofensiva rosácea na tentativa de tirar Ralph Manhães das ações penais da Chequinho, assim como já fizeram Garotinho e Rosinha, que também pediram os afastamentos do delegado da Polícia Federal Paulo Cassiano e do promotor Leandro Manhães, mas obtiveram decisões desfavoráveis tanto no TRE quanto no TSE. O advogado Fernando Fernandes, que representa grande parte dos réus no processo, entrou nessa quarta-feira com um pedido de habeas corpus no Tribunal Regional Eleitoral, alegando falta de competência da Justiça Eleitoral para tratar a matéria relacionada à vereadora.
De acordo com o advogado, as acusações contra Linda Mara são referentes a supostos crimes ocorridos semanas depois do pleito e que a Justiça Eleitoral não tem competência para questões ocorridas após a eleição.

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