O juiz Eron Simas, responsável pelos julgamentos das Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) da Chequinho, negou nessa terça-feira (20) o recurso da ex-prefeita Rosinha Garotinho (PR), do candidato derrotado à sucessão dela, Dr. Chicão (PR), do ex-vereador Mauro Silva (PSDB), da ex-secretária de Desenvolvimento Humano e Social Ana Alice Alvarenga e da ex-coordenadora do Cheque Cidadão Giselle Koch, condenados em primeira instância no “escandaloso esquema” da troca de votos por Cheque Cidadão, e os multou em 50% do valor de um salário mínimo, por considerar que houve intuito protelatório na apresentação dos embargos. Também nessa terça, na sala de audiência da 2ª Vara Criminal de Campos, aconteceu uma oitiva de testemunhas em mais uma ação movida pelo ex-governador Anthony Garotinho (PR) para tentar afastar o magistrado Ralph Manhães dos julgamentos da ação penal em que é réu também na Chequinho, mesmo após decisões anteriores contrárias do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

Na decisão, Eron diz que “a sentença atacada não padece de omissão, nem de contradição, tampouco de obscuridade. Há, em verdade, é o descontentamento dos embargantes com a sentença que lhes foi desfavorável. Porém, o remédio para tal insatisfação é a interposição do recurso de apelação, tal como fizeram os demais investigados”. O magistrado também considera na sentença que “nenhum dos argumentos que os embasam (recurso) possuem um mínimo de pertinência. Tem-se, em verdade, que o único objetivo de tal expediente é retardar a marcha processual”.

Nessa terça-feira, Ralph Manhães decidiu pelo adiamento dos interrogatórios dos vereadores Ozéias (PSDB) e Miguelito (PSL), além de Giselle e Ana Alice, na ação penal em que são réus. Inicialmente, a audiência iria acontecer na próxima terça-feira, mesmo dia em que Garotinho foi convocado para prestar depoimento. No entanto, o juiz remarcou o interrogatório dos quatro para o dia 29, às 14h30.

Enquanto isso, Anthony Garotinho continua tentando tirar Ralph Manhães, titular da 100ª Zona Eleitoral de Campos, dos julgamentos das ações penais da Chequinho, onde o próprio Garotinho e sua esposa são réus. Mesmo após o Tribunal Superior Eleitoral e o Tribunal Regional Eleitoral terem negado os pedidos dos dois anteriormente, o casal segue alegando a suspeição do magistrado em ação na primeira instância.

Além de Ralph Manhães, Garotinho já tentou afastar do processo o juiz Glaucenir Oliveira, interino na 100ª Zona Eleitoral nas férias de Ralph e responsável pelo pedido de prisão do ex-governador no final do ano passado, além do promotor Leandro Manhães e do delegado da Polícia Federal Paulo Cassiano, sem sucesso.

A equipe de reportagem tentou contato com a defesa de Anthony Garotinho, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.