Um dos importantes patrimônios arquitetônicos de São João da Barra pode ter seu espaço preservado. A Usina Barcelos teve seu pedido de tombamento protocolado pelo conselheiro estadual de Política Cultural representante do Norte Fluminense, Bruno Costa, nesta segunda-feira (19) junto ao Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) com o número 622/17.
A solicitação de tombamento foi entregue junto com um dossiê contendo o histórico da Usina, fotos e documentos ao diretor técnico do Departamento do Patrimônio Cultural e Natural (DPCN), Roberto Anderson Magalhães, com ciência do diretor geral do Inepac, Marcus Monteiro, que dará os devidos encaminhamentos ao processo e realizará as notificações necessárias.
O Usina Barcelos foi inaugurada no dia 23 de novembro de 1878 – prestes a completar 140 anos – e contou com a ilustre presença do Imperador D. Pedro II (veio especialmente para o ato), da Imperatriz Thereza M. Christina, demais pessoas da Família Imperial e uma vasta comitiva.
Instituída pelo decreto nº 5277 de 1876 para estabelecimento de engenhos centrais no Brasil, tendo estabelecido o Engenho Central "Barcelos", assim denominado por obrigação contratual do financiamento imperial, foi uma das primeiras indústrias da região a não utilizar mão-de-obra escrava. Gerou muita produção e empregos e fez surgir a própria localidade de Barcelos, hoje 6º Distrito de São João da Barra. Na segunda metade do século XX a Usina foi adquirida pelo Grupo Othon (1974) e desativada em 2009.
Segundo Bruno Costa, é preciso empoderamento da sociedade para seu patrimônio. “A Usina Barcelos é a história viva do município. Está atrelada ao brasão oficial com duas torres, está arraiada à cana de açúcar e ao legado dos doces. Não podemos permitir que mais um patrimônio seja destruído”, ressalta, lamentando que no mês passado iniciou um processo de intervenção para possível desmantelamento do espaço. (A.N.)