Implantação de SVO no IML de Campos discutida em reunião
Julia Beraldi 23/06/2017 16:29 - Atualizado em 24/06/2017 13:54
Reunião sobre implantação de SVO
Reunião sobre implantação de SVO/Paulo S. Pinheiro
Uma reunião para discutir a implantação de um Serviço de Verificação de Óbito (SVO) no Instituto Médico Legal (IML) de Campos foi realizada, na manhã desta sexta-feira (23), no prédio Vitor Lobato, localizado na rua Conselheiro José Fernandes. O objetivo é montar uma equipe que atenda também os municípios de São Francisco, São Fidélis e São João da Barra. Campos chegou a ter um polo de SVO inaugurado no Hospital Escola Álvaro Alvim no dia 1º de agosto de 2013, mas esse fechou as portas pouco mais de um ano após o início de funcionamento. Ele era mantido pelos governos Federal, Estadual e Municipal.
À época, todas as esferas de governo responsáveis pela implantação e execução do SVO foram questionadas sobre o motivo da inatividade da unidade, mas apenas a Prefeitura de Campos, ainda na gestão Rosinha Garotinho, enviou nota informando que o Álvaro Alvim encontrou dificuldades para manter o serviço em razão do não cumprimento do convênio por parte da secretaria estadual de Saúde, no que diz respeito ao repasse de verbas.
O médico legista, Afrânio Simões, que apresentou a proposta, explicou que o SVO é um serviço especializado em buscar identificar a causa de mortes naturais. De acordo com Afrânio, o procedimento hoje é feito pelo IML, mas sem uma estrutura ideal, porque os médicos acabam ficando sobrecarregados. “Na prática é feito a verificação do óbito, mas não como deveria”, explicou o médico. Segundo ele, o ideal seria que o IML ficasse responsável só pela verificação de mortes violentas, como homicídios, acidentes de trânsito e suicídios.
Ele ainda destacou a necessidade de ser montada essa equipe com médicos patologistas, médicos legistas, auxiliares funerários, entre outros, que possa atender só os casos de mortes sem causa aparente. “A princípio, o projeto é que seja montado no IML de Campos, porque aqui já temos a estrutura física, como o know-how de fazer a necropsia, os peritos e um administrativo funcionando. É mais para oficializar algo que na prática nós já fazemos”, ressaltou Afrânio.
O diretor do posto técnico, Carlos Frederico, ressaltou a importância desse sistema que está para ser implantado em Campos. “O município tem um prazo de 180 dias para ter condições de assumir a responsabilidade de situações que podem ser combatidas em tempo hábil para que não haja um surto com doenças infectocontagiosas, como meningite, tuberculose... Então a pessoa que vem a óbito de causa natural, o município, muitas vezes, não averiguar a causa e o corpo vai para o IML, onde nós não temos infelizmente condições técnicas de fazer exames patológicos”, explicou o Carlos.
O vereador Fred Machado se comprometeu a levar para a Câmara Municipal a proposta apresentada, para que possa ser estudado, junto ao prefeito Rafael Diniz, uma possibilidade de parceria com a Prefeitura. “A Prefeitura de Campos vai se colocar à disposição para tomar as providências possíveis e ver também com os outros municípios como cada um pode contribuir”, disse o Vereador .
Estiveram presentes na reunião o vereador Fred Machado (PPS), o assessor jurídico da secretaria de Saúde de São João da Barra, Daniel Petronilho, o médico legista Afrânio Simões e o diretor do Posto Técnico de Campos, Carlos Frederico.

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