A Agência Nacional de Petróleo (ANP) deposita os royalties nas contas dos municípios produtores e limítrofes na segunda-feira (26). Na região da Bacia de Campos, os valores mantêm linha de queda para alguns municípios pelo terceiro mês consecutivo. Campos está na lista dos que seguem recebendo menos a cada mês; nada, no entanto, comparado aos depósitos realizados no primeiro semestre de 2016. O município estará recebendo R$ 26.3 milhões da produção de abril, uma queda de 5,1%, tendo como patamar o repasse passado de R$ 27,7 milhões. Em junho de 2016, recebeu R$ 23 milhões, o que representa uma alta, agora, de 14,5%. Os analistas do setor estão atentos à movimentação. A previsão não é nada otimista para os meses de julho e agosto, as fatias devem continuar menores. A Petrobras, por sua vez, anunciou quatro novas plataformas para a Bacia.

— Chegamos à metade de 2017 com quase nenhuma surpresa, somente variação do Brent no mercado internacional, que é normal neste período de crise e, este mês, tivemos uma leve baixa, devido a esta variação no mês de abril. Para julho e agosto, devemos ter mais queda, pois o preço vem caindo e hoje esta em US$ 45,00. Precisamos de muita cautela e seria bom a Ompetro (Organização dos Municípios Produtores de Petróleo) se fazer presente nestes momentos delicados. A boa notícia são essas quatro novas plataformas para a Bacia de Campos anunciadas na Brasil Offshore, porém, as mesmas, acredito eu, só entrarão em funcionamento entre 2021 a 2023. A Petrobras sempre teve um delay de meses a anos quanto a este tipo de projeção quando estava no auge. Agora com Plano de Investimentos reduzido e como a prioridade é a alta produtividade do Pré-Sal, não será diferente. O mercado internacional não tem perspectiva alguma de retomada de preço, ao contrário. Existe um excesso de petróleo muito grande no mercado. Países como a Líbia e Nigéria não respeitam mais o acordo da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), Trump (Donald, presidente dos EUA) distribuiu sondas por todo o Alaska e não há mais onde armazenar o produto. Não adianta sonhar, é ter muita cautela e administrar buscando alternativas e sem desperdícios. Precisamos de união regional — analisa o consultor na área de tributação fazendária e ex-superintendente de Petróleo e Tecnologia de São João da Barra, Wellington Abreu.

A Prefeitura de São João da Barra receberá R$ 6.2 milhões, com registro de queda de 3,5%, já que em maio o valor do repasse foi de R$ 6,4 milhões.

O valor a ser repassado para Macaé é de R$ 29,8 milhões. Em maio, o depósito para o município foi R$ 29.6 milhões uma alta de 0,7%. Quissamã terá R$ 4.1 milhões depositados, uma redução de 6,6%.