Grafite interage no espaço urbano
Jhonattan Reis 09/06/2017 17:46 - Atualizado em 09/06/2017 17:46
O grafiteiro campista Dog Jam vê nas tintas uma forma de contribuir para a arte no cenário urbano. O trabalho dele é diferenciado e conhecido na cidade por conta de um animal que desde 2014 é alvo de seus graffitis: o cão, mais especificamente da raça bulldog francês. Nesta semana, o grafiteiro, de 22 anos, tem um objetivo: sair de Campos na próxima quarta-feira (14) para participar de um evento de graffiti em Guarulhos, na Grande São Paulo. E Dog Jam busca apoio para representar Campos no evento, que acontece entre quinta (15) e sábado (17).
— As pessoas podem ajudar com a passagem, com tinta ou como puderem, para eu conseguir representar nossa cidade. Para ajudar, podem me procurar no Facebook, pelo nome Jamenson Grain Jam (https://www.facebook.com/jamensondogjam), ou no Instagram (https://www.instagram.com/dogjamgraffiti/), como Dog Jam Graffiti. Vai ser muito importante participar desse evento, um grande aprendizado. São Paulo simplesmente foi o lugar onde começou o graffiti no Brasil, e vai ter grafiteiros de todos os estados e até de fora do país — disse ele, que faz parte do Grupo TBC Crew, formado por grafiteiros de várias partes do Brasil.
Dog Jam é o nome artístico de Jamenson Lemos Joviniano. Quando novo, não tinha muita noção sobre com o que iria trabalhar quando crescesse. Porém, em 2013, quando tinha 17 anos, Jamenson teve seu primeiro contato com o grafitti através de um curso ministrado na prefeitura de Campos pelo grafiteiro Mister Bod.
O primeiro trabalho realizado em grafitti veio no mesmo ano e foi produzido com o Progressivo ArtCrew — na época Jamenson assinava como “Lems”. No ano seguinte, o jovem começou a despertar curiosidade por produzir seus trabalhos sempre voltados para cães da raça bulldog francês, então passou a ser conhecido pela cena campista de graffiti como “o menino dos cachorros” ou Dog Jam, e este nome virou artístico.
Desde então, Dog Jam desenvolve trabalhos com graffiti e já passou por diversas cidades — entre elas Macaé, Cabo Frio, Guarapari (ES), Feira de Santana (BA), Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), e Curitiba (PR) —, colorindo o cenário urbano. Suas artes podem ser encontradas em vários lugares de Campos — entre eles, avenida Arthur Bernardes, no bairro Flamboyant; Parque Alzira Vargas; comunidade da Portelinha; Colégio Estadual Getúlio Vargas, em Tócos; Departamento Geral de Ações Sócio Educativas (Degase); e ONG Orquestrando a Vida.
Ele explicou como escolheu os bulldogs para marcar sua carreira.
— Eu buscava uma identidade no graffiti. Eu estava pesquisando referências para minha de identidade, até que me deparei com uma foto de um bulldog. Ali eu decidi que seria aquilo. Comecei pintando bulldogs e isso logo tomou uma repercussão grande. Identidade é muito importante no graffiti. As pessoas olham a arte e, mesmo que não tenha sua assinatura ali, elas já sabem que você quem pintou — comentou.
Dog Jam falou, ainda, sobre arte e futuro.
— Quando participei do meu primeiro evento fora do sudeste, que foi na Bahia, percebi que queria mesmo viajar e mostrar meu trabalho. Também dou palestras sobre graffiti, ajudando as pessoas a entenderem que esta arte vai muito além daquilo que vemos nas ruas. Como sei que graffiti “não dá dinheiro”, como todos dizem, criei uma marca de roupas, com o nome Dog Jam, que serve para que eu leve minha identidade e possa tirar algum dinheiro para o graffiti — explicou ele, que falou, ainda, que continua aprimorando seu trabalho e estudando técnicas, cores e desenhos para se atualizar e crescer com a linha e estilo que escolhe

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