Alerj se reúne nesta segunda para decidir sobre prisão de Rodrigo Bacellar
08/12/2025 08:47 - Atualizado em 08/12/2025 12:41
Rodrigo Bacellar, presidente da Alerj
Rodrigo Bacellar, presidente da Alerj / Divulgação
A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) decide nesta segunda-feira (8) se a prisão do presidente da Casa, Rodrigo Bacellar (União Brasil), será mantida ou revogada. A reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) já teve início e, assim, será possível elaborar o Projeto de Resolução sobre o caso que seguirá para a votação no plenário também nesta segunda-feira. Bacellar admitiu, em depoimento divulgado em reportagem do Fantástico, que conversou com o ex-deputado estadual TH joias um dia antes da operação. Segundo as investigações, ele teria avisado o ex-parlamentar sobre ações policiais — suspeita que Bacellar nega. 
“Não tô aqui pra entregar colega. Não tô aqui para proteger colega também que faz nada errado", afirmou o presidente da Alerj.
Bacellar também disse ter ouvido rumores sobre o histórico criminal do ex-deputado. “Da porta pra dentro, se você tiver uma atitude de bom convívio com todo mundo, o que você faz na rua não me diz respeito”. 

A defesa do presidente da Alerj nega que ele tenha obstruído investigações ou vazado informações sigilosas. Já a defesa de TH Joias diz que não teve acesso ao processo.
Depois da reunião da CCJ, o texto segue para votação no plenário, às 15h, com a participação dos 69 deputados. Para relaxar a prisão, são necessários ao menos 36 votos favoráveis.
Segundo o site Agenda do Poder, a votação para relaxar a prisão do presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, está longe de ser consensual, apesar da aposta de seus aliados em conseguir a liberação. Partidos de oposição e até da base já fecharam posição pela manutenção da custódia.

Nos bastidores, o site analisou que a avaliação é que Bacellar teria ao menos 40 votos. Contudo, diretórios estaduais de PT e PSD orientaram suas bancadas a votar contra o relaxamento. Já no PSD, a informação é que o deputado Cláudio Caiado se rebelou publicamente, mas, após reunião, sinalizou que pode optar pela abstenção. A manutenção da prisão também é a posição formal de Psol, PCdoB e PSB.

No PL, o cenário surpreendeu aliado. Os deputados Márcio Gualberto e Douglas Gomes usaram as redes sociais para declarar que votarão pela manutenção da prisão, contrariando parte das expectativas. O presidente estadual do PL, Altineu Cortes, decidiu liberar a bancada para votar como desejar.

Ainda de acordo com o Agenda do Poder, com discursos desencontrados e pressões sobre parlamentares-chave, o clima na Alerj é de tensão. O relaxamento da prisão depende de um alinhamento político que, até o momento, preocupa os defensores de Bacellar.

O comunicado convocando a sessão plenária de segunda-feira foi enviado aos deputados no início da noite de sexta (5) pelo presidente em exercício da Alerj, Guilherme Delaroli (PL).
Bacellar recebeu voz de prisão dentro da Superintendência da Polícia Federal (PF) do Rio na Operação Unha e Carne. O deputado é acusado de vazar informações sigilosas da Operação Zargun e orientar o deputado TH Joias a destruir provas. O presidente da Alerj nega irregularidades.

TH Joias está preso desde setembro por suspeita de tráfico de drogas, corrupção, lavagem de dinheiro e negociação de armas e acessórios para o Comando Vermelho.
Primeira reunião foi adiada
Na sexta, a reunião da CCJ — que seria o primeiro passo do rito — foi adiada.

O presidente da comissão, deputado Rodrigo Amorim (União Brasil), justificou a decisão com base no artigo 268-B do regimento interno, que garante à defesa um prazo de até 48 horas para apresentar suas alegações, orais ou escritas.
A avaliação interna é de que, sem esse prazo, o processo poderia futuramente ser contestado por cerceamento de defesa. Na prática, o adiamento não deve alterar o calendário, já que o plenário pode votar o tema na própria segunda-feira.

Na reunião de segunda, os sete integrantes da CCJ vão escolher um relator responsável por elaborar o parecer indicando se Bacellar deve ou não permanecer preso.
O colegiado vota o texto e, logo depois, a decisão final será submetida ao plenário. Esse é o rito previsto pela Constituição para casos de prisão de parlamentares: cabe ao Legislativo referendar ou não a detenção, mesmo quando se trata de flagrante por crimes inafiançáveis.
Rito da votação
Se não houver unanimidade pela manutenção da prisão, a CCJ vai elaborar e votar um Projeto de Resolução indicando se Bacellar deve permanecer preso e afastado do mandato ou não.

Esse parecer funciona como a posição formal da comissão sobre a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Deputados que compõem a CCJ:

Rodrigo Amorim (União Brasil) - presidente da CCJ;
Fred Pacheco (PMN) - vice-presidente;
Chico Machado (SDD);
Luiz Paulo (PSD);
Alexandre Knoploch (PL);
Elika Takimoto (PT);
Vinícius Cozzolino (União Brasil).
No plenário, o Projeto de Resolução funciona como uma recomendação. Os parlamentares não são obrigados a segui-lo.

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