Representantes do Siprosep realizam protesto em frente à Prefeitura de Campos
Na manhã desta segunda-feira (5), representantes do Sindicato dos Profissionais Servidores Públicos (Siprosep) de Campos realizam protesto em frente à sede da Prefeitura, no Centro Administrativo José Alves de Azevedo. No dia 11 de março, o Siprosep realizou uma assembleia geral junto aos servidores públicos para a aprovação do percentual de reajuste em 10%, que é a principal pauta do protesto do sindicato. Um ofício foi enviado para o prefeito Wladimir Garotinho no dia seguinte com todos os detalhes e solicitando uma reunião com o prefeito, mas, segundo o sindicato, não houve resposta de Wladimir até o momento. A Prefeitura, por meio de nota, informou que não há recursos disponíveis para sustentar o reajuste dos salários dos servidores e que, em caso de aumento, correrá o risco de inadimplência.
A presidente do Siprosep, Elaine Leão, ressaltou a tentativa do sindicato em dialogar com o prefeito desde o início do ano.
“Nós estamos desde fevereiro tentando começar uma negociação do reajuste de 2025 com o prefeito de Campos. Nós enviamos um ofício e em março fizemos uma assembleia. Dentro dessa assembleia, com muita tranquilidade, aprovamos o limite dentro da lei de responsabilidade fiscal. Apesar do déficit ser de 46%, nós solicitamos 10% apenas, que era o que a lei permitia, mas até agora um silêncio. Não responderam ao ofício da instituição. O sindicato é uma instituição e tem que ser respeitado. Fizemos uma outra assembleia no dia 15 de abril, que deliberou esse ato pela quebra de silêncio. Infelizmente, mais uma vez, o silêncio fez com que eu, como presidente, e outros representantes viéssemos para frente da prefeitura”, explicou.
Elaine reforçou ainda que os servidores permanecerão em frente à prefeitura até que consigam retorno da prefeitura.
“Nós não vamos sair enquanto o prefeito e o vice-prefeito não nos atenderem. É necessário dialogar. Não vamos sair daqui enquanto não tiver diálogo. Porque nós não queremos sair daqui com reajuste, queremos sair daqui com um diálogo aberto. A coisa é muito simples. É abrir uma mesa de negociação, dialogar, mostrar números. Isso não foi feito até agora. Uma falta de respeito com todo mundo que está passando fome e sem resposta nenhuma desde fevereiro”, comenta.
Douglas Escocard, um dos diretores do Siprosep, comentou sobre a manifestação e relatou situação vivida na área de atuação dele.
“Estamos lutando pela reposição inflacionária, pelo menos. Esses servidores estão passando, além de problemas com salário e com renda, condições de trabalho péssimas. Eu, particularmente, sou da área da saúde, trabalho no laboratório do Hospital Regional de Guarus, e vou falar dados atualizados. Hoje não tem gasometria para cuidar de pacientes graves, não tem coagulograma, não tem exame para monitorar infarto. Falta algodão, falta agulha 40 por 12, eu vou ficar o dia inteiro falando do que está faltando nos hospitais. As obras, como o Hospital de Guarus, uma obra maravilhosa, mas que não está com a manutenção em dia, já tem um monte de lâmpada queimada, o laboratório que fica lá atrás não viu nenhum parafuso de obra e a gente está socateado com banheiros e paredes mofadas, então essa é a situação do servidor público. O reajuste que a gente pede, no mínimo, a reposição inflacionária. Isso não é reajuste, é só para congelar a perda", comentou o diretor.
As demais reivindicações, conforme esclarecido no ofício feito pelo Siprosep, são:
- reajuste do auxílio-alimentação pelo IPCA dos anos de 2023, 2024 e 2025, assim como a retirada do teto permitindo o pagamento para todos;
- reajuste da complementação previdenciária, conforme o do vale alimentação; alteração do artigo da regra de transição da legislação do PreviCampos;
- alteração do parágrafo único da lei que dispõe sobre a adequação do salário-mínimo, garantindo que nenhum servidor inativo ou ativo tenha vencimento base menor que um salário-mínimo nacional;
- inclusão das categorias não comtempladas na promoção do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), conforme acordo realizado com a negociação coletiva de 2023;
- concessão de plano de saúde para servidores ativos, aposentados e pensionistas ou respeito à lei do fundo de saúde em vigor no município;
- reajuste do teto para pagamento do vale transporte e descongelamento do valor do auxílio pago referente a lei "um lar para mim" (Lei 8.490/2013 e Lei 9.014/2020).
Em nota, a Prefeitura de Campos afirma que manter salários em dia é sua obrigação e que não há recursos disponíveis para sustentar o reajuste os salários dos servidores. Em caso de aumento, poderá acontecer atrasos de pagamentos.
"Por todo exposto, mantemos nossa postura de responsabilidade e de respeito a todos, explicando a verdade e os motivos da impossibilidade de momento. Continuaremos fomentando o aumento da receita própria do município como temos feito até aqui, para a manutenção dos salários em dia e, quando possível, mais benefícios aos servidores da Prefeitura.", concluiu a comunicado oficial.