Os moradores da rua Rocha Leão, próximo da fábrica de doces Nolasco, seguem reclamando da poluição feita pela empresa. De acordo com eles, a poluição causa transtornos, inclusive problemas de saúde. A reclamação é antiga, já que em dezembro do ano passado a situação já incomodava os moradores, mas caso continua sem solução. A poluição pode causar graves problemas de saúde, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). 

"Dia após dia, eles estão aumentando a poluição aqui no bairro. A chaminé, que não tem altura suficiente, solta uma fumaça preta o dia inteiro. Até aos sábados. Os vizinhos estão incomodados, com problemas alérgicos e respiratórios. Meu irmão já foi lá por diversas vezes tentar conversar, mas eles alegam que a madeira que eles queimam é legalizada. Hoje mesmo, meu irmão foi lá e conversou novamente com o Eraldo, que disse ser proprietário. Eles sempre alegam que vão aumentar a chaminé. Só que esse não é o caso no momento, o problema é a poluição. Sempre chega caminhão lotado de madeira que, pela altura, derruba até fios e material pela rua", revoltada, contou Maria das Graças Joia da Mota.

Para Ezequias Mota, o problema não é atual. "Há tempos isso ocorre aqui nas proximidades da minha residência. Nós, moradores, já tentamos contato com a fábrica. No entanto, ninguém faz nada. Além dos problemas de saúde, roupa no varal que não podemos deixar, sujeira pelas casas, são muitas as mazelas", contou, revoltado.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que a poluição do ar causa problemas respiratórios, cardiovasculares, câncer de pulmão e outros agravos à saúde. Quase toda a população do mundo (99%) respira ar que excede os limites de qualidade recomendados.

"O material particulado, especialmente o PM2,5, é capaz de penetrar profundamente nos pulmões e entrar na corrente sanguínea, causando impactos cardiovasculares, cerebrovasculares (AVC) e respiratórios. Há evidências emergentes de que o material particulado afeta outros órgãos e também causa outras doenças", informou a OMS.

A Folha entrou em contato com a fábrica que, através de nota, informou que nunca tiveram problemas com moradores sobre a situação.

"Reportamos que estamos localizado neste local há mais de 30 anos e nunca tivemos problemas com os moradores sobre poluição. Há uns meses atrás veio um morador dizer que a fumaça estava incomodando. Porém, estamos procurando soluções para que seja resolvido", disse a nota.

A Folha entrou em contato com a Prefeitura, através da Subsecretaria de Meio Ambiente e a Secretaria de Saúde, para saber sobre as possíveis consequências desse tipo de poluição para o meio ambiente e o que pode causar nos moradores, mas aguarda um retorno. Também foi questionado se algo será feito em relação a situação. (R.K.)