Polícia Civil investiga caso de ameaça no colégio Externato Campista
Virna Alencar 04/04/2019 18:03 - Atualizado em 09/04/2019 16:04
O Externato Campista, escola tradicional de Campos, na rua Doutor Beda, no Parque Rosário, recebeu, no dia 21 de março, uma ameaça contra a instituição. O fato ocorreu logo após o massacre da Escola Estadual Raul Brasil, Em Suzano, São Paulo. Uma mensagem programada com a inscrição: “Eu vou cometer um atentado nesse recinto”, foi encontrada em um dos computadores, no laboratório de informática. Na tarde deesta quinta-feira (04), a direção divulgou nota nas redes sociais, informando as medidas de segurança adotadas. A Polícia Civil investiga o caso. A notícia foi divulgada no blog “Na Curva do Rio”, da jornalista Suzy Monteiro, hospedado no Folha 1.
Segundo o diretor da unidade, Rodrigo Leite, um dos alunos ligou o computador do laboratório e se deparou com a mensagem. “Trata-se de um script de computador, ou seja, uma tarefa agendada, portanto, não foi possível saber com precisão quando foi realizada, nem identificar o responsável. Imagens das câmeras de segurança registraram o momento em que o aluno ligou o equipamento e se assustou com a mensagem. Tomamos conhecimento do caso somente na sexta-feira (22) e isolamos o computador, que se encontra na unidade para ser periciado pela polícia”, disse ressaltando que o proprietário da escola decidiu que a instituição fosse a público nesta quinta para informar as medidas de segurança.
Na nota, foi informado que a direção iniciou uma série de ações conjuntas com órgãos públicos de segurança e com a própria comunidade escolar. A polícia militar esteve no local; imagens das câmeras de segurança foram enviadas às autoridades; a polícia civil foi informada e reuniões foram realizadas com pais, ligados a segurança pública, para aprimorar as ações de segurança já implementadas e receber sugestões para avaliação, além de resposta de ofício enviado pelo Ministério Público.
A ameaça foi registrada pelo diretor, na tarde do dia 25, na 134ª Delegacia de Polícia no Centro, onde o caso segue em investigação. A Folha tentou contato com a delegada adjunta, Natália Patrão, sem sucesso. A assessoria de comunicação da Polícia Civil também foi contatada para esclarecer o motivo do computador ainda se encontrar na unidade e não ter sido periciado, mas ainda não enviou resposta.
Reforço no patrulhamento – De acordo com o comandante do 8º Batalhão da Polícia Militar (BPM), tenente-coronel Rodrigo Ibiapina, duas semanas antes da tragédia em Suzano, foi iniciado um reforço do patrulhamento nas proximidades de escolas, nos três turnos de aulas. “Desde o ataque em Suzano houve uma série de ‘fake news’, grande parte delas de alunos que não querem estudar. Em Campos, adolescentes embarcaram no fato amplamente divulgado pela mídia. Isso gerou temor generalizado entre alunos, pais e professores”, declarou o comandante.
Casos em Campos – No último dia 20 de março, três alunos de Campos, sendo um jovem de 18 anos e dois adolescentes de 16 e 14, foram detidos pela polícia, em menos de 24 horas, por situações distintas que demonstraram ameaças a escolas. Um dos menores foi apreendido dentro da sala de aula e autuado por ameaça, depois de postar, em rede social, a vontade de reproduzir a ação dos estudantes da escola em Suzano, na escola Municipal Professora Olga Linhares Correa, no Calabouço, em Guarus.
Já na manhã de quinta, outro menor, aluno do Colégio Estadual Dr. Phillippe Uébe, no Parque São Matheus, foi apreendido depois de postar uma foto em que, na sala de aula, apontava um revólver, calibre 38, na direção de colegas e da professora.
Já o jovem, aluno da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Ciep Nina Aroeira, na Penha, foi autuado no artigo 5º da Lei do Terrorismo, depois de comentários exaltando os atiradores de Suzano, além de conversa, em rede social, convidando outra pessoa para reproduzir, em Campos, o massacre de Combine, no Estados Unidos, em 1999, onde dois jovens mataram 13 pessoas e em seguida cometeram suicídio. Na casa dos três a polícia apreendeu armas, toucas ninjas e máscaras, além de livros que ensinam a fazer armamentos, entre outros objetos.
 
 
 
 
 
 

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